Cinzas
É quando percebemos que nem tudo é como parece ser. A chama do amor se apaga e as cinzas voam, são levadas pelo vento frio e congela algo que chamamos de coração, o único culpado de todos os sentimentos. O que nos resta da mera ilusão dos dias de glória é a lição de que a vida é traiçoeira, mas hoje conheço seus truques, assim como os mais altos pontos também existem os baixos, é aí que o teste começa, se desistir de si mesmo pode se considerar um ser fraco, mas se perseverar acreditando nos dias melhores, certamente eles virão. Todos devem conhecer a arte de viver.
Permaneça um tempo entre as cinzas de trilhões e pergunte aos fantasmas de que importa a honra. O silêncio será sua única resposta. Eu sou a raiva de um povo morto, exigindo que sangue seja derramado para pagar o sangue perdido por nós.
Posso cair mil vezes, mais mil vezes irei levantar!!!
Das cinzas ressurgirei cada vez mais forte e cada
vez mais com meus passos firmes, com a certeza que estarei
cada vez mais perto de alcançar a felicidade.
Ressurgir das Cinzas
Sou forte, sou guerreira,
tenho nas veias sangue de ancestrais.
Levo a vida num ritmo de poema-canção,
mesmo que haja versos assimétricos,
mesmo que rabisquem, às vezes,
a poesia do meu ser,
mesmo assim, tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caído ao chão”.
Sou destemida,
herança de ancestrais,
não haja linha invisível entre nós
meus passos e espaços estão contidos
num infinito túnel,
mesmo tendo na lembrança jovens e parentes que, diante da batalha deixaram a talha
da vida se quebrar,
mesmo tendo saudade cultivada no portão.
Mesmo assim, tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Sou guerreira como Luiza Mahin,
Sou inteligente como Lélia Gonzáles,
Sou entusiasta como Carolina de Jesus,
Sou contemporânea como Firmina dos Reis
Sou herança de tantas outras ancestrais.
E, com isso, despertem ciúmes daqui e de lá,
mesmo com seus falsos poderes tentem me aniquilar,
mesmo que aos pés de Ogum coloquem espada da injustiça
mesmo assim tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Sou da labuta, sou de luta,
herança dos ancestrais,
trabalhar, trabalhar, trabalhar,
mesmo que nos novos tempos irmãos seduzidos
pelo sucesso vil me traiam, nos traiam como judas
sob a mesa, meu ganha-pão.
Mesmo que esses irmãos finjam que não nos veem,
estarei ali ou onde estiver, estarei de corpo ereto,
inteira,
pronunciando versos e eles versando sobre o poder,
mesmo assim tenho esse mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Me abraço todos os dias,
me beijo,
me faço carinho, digo que me amo, enfim,
sou vaidosa espiritual,
mesmo com mágoas sedimentadas no peito,
mesmo que riam da minha cara ou tirem sarro do meu jeito,
mesmo assim tenho esse mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão”.
Me fortaleço com os ancestrais,
me fortaleço nos braços dos Erês.
podem pensar que me verão caída ao chão,
saibam que me levantarei
não há poeiras para quem cultua seus ancestrais,
mesmo estando num beco sem saída, levada por um mar de águas,
mesmo que minha vida vire uma maré,
vire tempestade, sei que vai passar.
Porque são meus ancestrais que se reúnem num ritual secreto
para me levantar.
Eu darei a volta por cima e estarei em pé, coluna ereta,
cheia de esperança, cheia de poesia e com muito axé
por isso, desista, tenho este mantra em meu coração:
“Nunca me verás caída ao chão.”
Nuvem de cinzas,
Neblina de incertezas;
Águas de medo e lágrimas.
Na inconstância o suplício
De um lar em precipício
No pêndulo que balança
Enlaçado na esperança
De à vida, ganhar mais um dia.
Amor e crença na fé
É o abrigo, do ser em perigo.
Abraça-te homem; ama-te mulher!
Na antecipada prevenção
Pode estar a salvação.
Sim, essas noites de cinzas, as mesmas noites com rosas
as que havia passado, as que se passaram, e as que passou
as mesmas noites de medo, as noites de desejos
e as noites com fim
Quando me perpetuo, minha grandeza passa
passa meu orgulho, orgulho?
já dissera que eu mesmo não aceito
que eu mesmo não te peço e eu mesmo não assumo
disseram para mim, que eu mesmo me queixo
morto meu desejo, morto?
Quando a noite passa
mais noite que ela possa ser
mais noite que eu fui
O amanhecer, o amanhecer das flores
que elas mesmas não me desfruta
ser inanimado, algum que não sinto, sinto?
sinto a clareza, o belo, e sua beleza
mas não sinto seu coração, coração?
a um ser inanimado, que não é apaixonado
ameaçado a destruição
para que, disseram que elas não morriam
disse que não tinha coração
algum ruim?, que não vejo?,
oh pena destruição
Aquelas mesmas flores
as que não tinha ódio, nem rancor
para que isto? não fizera nada
o ódio, o rancor, que tem? quem tem?
as flores? ou você?
Já renasci das cinzas, já toquei o fundo do poço com os pés.
Já recolhi meus cacos, mas também me permiti despedaçar, porque existiam partes de mim que eu precisava deixar cair.
De tanto andar na escuridão eu aprendi a valorizar tudo que brilha.
Há dias que mesmo o céu estando ensolarado e azul aqui fora, tudo parece tempestade e cinzas, ninguém sabe o que se passa na mente do outro, nem o quanto pesa o seu coração. Qual o tamanho da sua dor?
Somos ferramentas de Deus.
Conduzidos pelos dias cinzas de lágrimas e dias luminosos de glória.
Podemos usar dos dias de chances para nos aprimorar.
Ou deixar os dias de chance apenas nos levar.
Agora, exatamente agora as coisas ficaram cinzas para mim.
Eu me entreguei para ele e ele me usou.
Não esperava isso, mas agora eu estou destruída.
Não consigo conviver com meu coração partido mais uma vez.
As vezes perco minhas cores.
E escalas de cinzas é o que há apenas
Por vezes surgem cores, mas logo se desbotam.
Basta uma faísca do seu olhar para acender o fogaréu, que silencioso dorme sob as cinzas do meu desejo.
A Eliot
O poeta ressurge das cinzas das horas
do niilismo absurdo, da sombra do mundo,
no fim da aurora.
Canoa virada, naufrágio profundo
do centro do abismo,
sem forma ou lirismo, anuncia o futuro.
Se pensa desiste, monólogo tão triste
enfado e desânimo.
Descansa do verso,
é um santo professo na prosa frugal
recita Homero, arrisca um refrão
desprezo fatal.
Não bebe mais vinho, não é abstêmio
sempre foi boêmio na noite discreta
amou sua musa, na lua minguante
não foi bom amante,
mas foi bom poeta.
Quarta-Feira de Cinzas
Na quarta-feira de cinzas, a Igreja abre o tempo especial chamado Quaresma. A Quaresma não é o tempo de tristeza ou solidão, mas sim do próprio amadurecimento espiritual.
São quarenta dias de reflexão, onde você se autoexamina, um replay de todo seu passado, tudo o que fez e o que deixou de fazer, sejam elas escolhas certas ou até muitas das vezes erradas, e isso nada mais é que a conversão para tomar a mais profunda consciência do que é ser um cristão.
E essa data nada mais é que uma lembrança de que todos os nossos pecados foram consumados na cruz, pago por Jesus e esse dia é símbolo do dever da mudança de vida, para recordar a passageira fragilidade da vida humana, que nos sujeita à morte.
O ser humano precisa de momentos fortes para aprofundar suas opções de vida, necessita avaliar a sua caminhada à luz da Palavra de Deus e da oração.
1 Coríntios 27 a 29
27- Por esse motivo, quem comer do pão ou beber do cálice do Senhor indignamente será culpado de pecar contra o corpo e o sangue do Senhor.
28- Examine, pois, cada um a si próprio, e dessa maneira coma do pão e beba do cálice.
29- Pois quem come e bebe sem ter consciência do corpo do Senhor, come e bebe para sua própria condenação.
Assim como Jesus se sacrificou na cruz, aquele que crê também pode fazer um sacrifício, deixando de lado por 40 dias algo que gosta, ou algo que mais se identificar. Neste caso, com a igreja, é colocado como prioridade a carne.
Mas independentemente da religião ou crença, eu tomei a liberdade de escrever pela data hoje, uma das mais respeitadas entre os católicos e outras mais denominações. Vamos deixar de lado o egoísmo, inveja, ódio, rancor, mágoa e outras mais, pois todos nós somos iguais.
Não se esqueça que Jesus te ama: "Tu és pó e ao pó vais voltar".
Deus abençoe a todos!
