Chico Xavier Poesia de Amizade
Não leio palavras nos teus olhos
mas vejo com a sua luz
um tempo de céu
um paraíso
um mar que me seduz
Não leio palavras nos teus olhos
leio a prata dos silêncios
e o barulho dos sentidos
SER PAIS
Ser pai ou mãe não se resume em presentes. Ser pais, e está presente em todos os momentos da vida dos nossos filhos. Ser pais, e muito mais que palavras, é ter atitude e intervir quando for preciso. Nós pais, só queremos dar uma vida melhor para os nossos filhos. Tiramos até da nossa boca para que não lhes faltem nada. Às vezes queremos que os nossos filhos enxerguem a vida por nossos olhos, mas não tem jeito. Vamos ver as cabeçadas que vão dar. Vamos ver às alegrias e o choro... mas vamos amá-los de qualquer jeito. Os filhos são pedacinhos de nós. É esses pedacinhos vivem em constante transformação. E como toda parte do nosso corpo é necessária, assim são os filhos, não queremos perdê-los. Digo sempre que a melhor parte de mim nasceu em outro corpo. Essa parte de mim...eu chamo de filho.
Terra ingrata
Filha de uma terra ingrata
Com seus ingratos filhos
Que sem amor se matam
À matam e lhe tornam seu exílio,
Filha de uma filha solitária
Em meio a uma guerra fria
Onde a vida é uma luta diária
Sem artilharia,
Filha única da solidão
E de pai desconhecido
Nessa terra de ingratidão
Onde irmão se torna inimigo.
Minha noitada
Hoje a noite sozinho estou
Sem saber pra onde vou
No meu quarto sem saber
O que vai acontecer
Lá fora a vida passa
Eu acho tudo uma desgraça
Cinema, festa, praça
Isso tudo é sem graça
Sem graça é esse poema
Mais esse é meu dilema
escrever pra sobreviver.
"Lisboa"
Lisboa
Reflexo doce do Tejo
Caminho de luz coada
De encontros
Com água
Azul
E pedras da calçada
Gente e brumas
Cheiros e mágoas
Lágrimas de um tempo que se esgota
Penoso
Quando nos afastamos
E nos esquecemos
De amores
Barcos
E gaivotas
ARRUMANDO A MALA
Repensando em quase tudo
ou até mesmo em quase nada
resolvi mudar de vida...
ou sei lá, uma nova vida
Olhei ao redor perdida
sem saber... por onde?
avistei logo uma mala
com alças fortes
tinha que ser um plano certeiro
Busquei dentro do meu ser
toda dose de humildade
armazenei esperanças
embalei todos os sonhos
e na mala acomodei
Dosando e medindo
peguei do carinho, uma porção
mais uma pitada de emoção
tintas de todas as cores
para pintar nova tela
Esta mala tem que estar repleta
de amor em tom maior
doses de aceitação
frascos de doação
Rebusquei mais ainda,
cataloguei todos os amores,
para não me enganar
entre os vindouros
Faltaram ainda
alguns genéricos
que talvez deva trocar
por autênticos
nada de similares
quero garantir o êxito
de todo investimento
Selecionei peças e objetos
ousei de cores exóticas
livros de auto-ajuda
muitos papéis em branco
e canetas para rabiscar
Vou colher ainda no caminho
toda sorte do mundo
alegria de criança
crença de todos os fiéis
doses de paciência
Com certeza vou aportar
numa ilha da fantasia
num mundo encantado
Que me faça feliz
Apolo
Vens do fundo desta noite
Como uma aurora vibrante
Trazes-me o sol e o tempo
Doces
Como mel a escorrer
Da memória
Vens do fundo desta noite
E do centro da glória
Lavar-me o olhar
De silêncios e deserto
Desperto
Sou a tua seara em flor
O teu azul do mar
O teu céu
Sou o Apolo que viaja
Nos teus olhos
FRAGMENTOS DE SAUDADE
Você partiu
Deixou saudades
Sei que está em um espaço sideral
Em um lugar onde meu corpo não vai
Mas minha mente pode alcançar
Como um véu de tênue serenidade
Te contemplo na mais linda miragem
Contida em minha imaginação
E ali te encontro
E me encanto de novo com você.
Meu pranto se vai
Quando você vem,
Pois meu amor é como um diamante ou um cristal,
Cujo brilho não se deteriora com o tempo.
Posso mudar a minha rotina de acusações ?
e não é mais ela a motivação de minhas lágrimas.
Eu encontrei um motivo melhor para gastar as minhas gotas salgadas.
Não. Elas não são salgadas, se você for reparar, são tão doces quanto uma criança sorridente perante uma bala. E tem quem ache isso amargo, e existe também, gente que não ache nada.
Penso eu, que tudo não possui sabor; e o sentido das lágrimas é você não saber chorar, e sim saber por quem deve sangrar mesmo sem conhecer esse causador de feridas.
Volto a culpar alguem.
Se somos IGUAIS não é o bastante.
Se somos DIFERENTES também não.
Mas uma coisa é certa. Sou DIFERENTE, mas também sou IGUAL.
Sou DIFERENTE de muitos que só querem fugir dos próprios problemas, por medo de dar errado.
Mas também sou IGUAL aos poucos. Sou daqueles poucos que tem a coragem de se arriscar, mesmo quando o mundo me diz que não sou capaz.
Ser DIFERENTE ou IGUAL, nunca será o bastante para alguém, mas será o suficiente ser quem você é para aquele que te quer bem.
Lenilson Xavier (lexgrafia – 27/07/2017)
No céu escolhi uma estrela.
No jardim encolhi uma flor.
Neste mundo escolherei uma linda mulher
Para chamar de meu amor.
Que ela seja simples
Que tenha um sorriso lindo.
Que seja honesta.
Que nunca julgue as pessoas pelas aparências.
Que me ame pelo que sou e não pelo que eu tenho.
Que compartilhe todos os momentos de sua vida.
Que me deixe amá-la com todas as minhas forças.
E que seja para sempre, inteiramente minha.
Roubem-me o coração
Roubem-me a mente
Roubem-me a alma
Roubem-me a vida
Só não roubem-me as palavras.
Antíteses
Matem a Veja
Viva a Play Boy
Matem o DVD
Viva o Vinil
Matem o "Créu"
Viva o "Corcovado"
Matem o "BBB"
Viva o "Discovery Channel"
Matem o Dólar
Viva o Real
Matem Bin Laden
Viva Guevara
Matem Getúlio
Viva Juscelino
Matem Hitler
Matem Chaves
Viva Stálin
Viva Karl Mark
Matem a Burguesia
Matem o Capitalismo
Viva o Proletariado
Viva o Socialismo
Viva Sócrates
Viva Platão
Viva Nietzsche
Viva Caetano
Viva Chico
Viva Tom
Matem a Fome
Matem a Sede
Matem a Ignorância
Matem a Escravidão
Matem o Racismo
Matem o Pecado
Só não me matem.
Afecto
Recupero-te
na febre do tempo que arde
como a ternura
mansamente
Sou como pedra jacente
na melancolia dum lago
expectante
Na minha boca
a tua sede
Incendeia a madrugada
É em ti que moro
e vivo
que visito os horizontes
águas
serras
montes
que trazes no teu olhar
Se tu és fogo
tempo
e luz
Eu sou o mar
Mar de estrelas
infinito constelado
e eu contigo a meu lado
homem
e nú
sedento como areia
num deserto
E a tua água tão perto
Entardecer
O sol sai de mansinho
é como a vida.
Sussurrando
feito pressa
em meus bordados,
nos sonhos, nas conversas...
Penso como será depois
e assim neste constante,
no receio, nos pontos
do questionar
o meu olhar se perde
pelos sobrados...
No sol que sai de mansinho
nas flores, nos temores
na réstea de luz
na força e na garra
pela estrada
ou será caminho?
Que sigo, que me conduz!
Entre Nós
Entre nós
Os silêncios
São palavras
Penduradas no olhar
Entre nós
O desejo
É o que vejo
À flor da tua pele suada
E sem palavras
Dizemos tudo
Sobre o mar do nosso fogo
Duelo
À carne expectante
anuncio o meu corpo
em trovoada de sentidos
Há dores
cheiros
gemidos
na tua terra queimada
Na promessa de redenção
crestam-se os lábios
E as chagas
É tempo amor
Sangra-me a sede mais feroz
e mistura a tua noite
ao meu veneno
