Chico Xavier Poesia de Amizade

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O Eco

O menino pergunta ao eco
Onde é que ele se esconde.
Mas o eco só responde: Onde? Onde?

O menino também lhe pede:
Eco, vem passear comigo!

Mas não sabe se o eco é amigo
ou inimigo.

Pois só lhe ouve dizer: Migo!

Despreparada para a honra de viver,
mal posso manter o ritmo que a peça impõe.
Improviso embora me repugne a improvisação.
Tropeço a cada passo no desconhecimento das coisas.
Meu jeito de ser cheira a província.
Meus instintos são amadorismo.
O pavor do palco, me explicando, é tanto mais humihante.
As circunstâncias atenuantes me parecem cruéis.

A crueldade tem humano coração,
E tem a intolerância humano rosto;
o terror a divina humana forma,
o secretismo humano traje posto.

O humano traje é ferro forjado,
a humana forma, forja incendiada,
o humano rosto, fornalha bem selada,
humano coração, abismo seu esfaimado.

MINAS

Eu sou de lá das bandas das Minas Gerais
Das boas estórias, nossas, vou confessar
Terra do povo mineiro, bão, pra se admirar
Leite tirado na hora, roça, e seus arraiais

De volta à estrada das pedras, a retornar
Se daqui parti, voltar é bão, bão demais
Apreciar os planaltos e as estradas Reais
Pão de queijo, broas de milho pra assar

Tem, também, pamonhas e os milharais
Lavorando o cerrado, o caboclo a lavrar
É do Triângulo, donde são meus currais

Imenso céu, as lembranças, põe a sonhar
Araguari, cidade natal, e os velhos locais
É saudade passo a passo disputando olhar

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Março de 2017

Te escrevo um verso de amor
porque tu ésespecial,
agrados, beijos, no coração uma flor,
é Dia dos Namorados, afinal!

Encontro

Meu corpo em teu corpo.
Encontro de almas,
Encontro de dois seres.
Duas vidas, em um só
Leito.
Amar ou amar?
Não! Não, amar apaixonadamente.
Fazer do frio calor.
Fazer da noite delírio.
Querer ficar junto
É loucura
Mais que humano.

Solitário

Não sei se toda a minha falta
faz você sentir a minha falta,
Por entre a distância das ondas do mar,
Que vaga as areias
De nosso coração.
Toda a noite solitário,
Com meus pensamentos em você,
Milhares de constelações a circularem em minha volta
Como se fosse reflexos
De um dia de náuseas.
O mundo me distancia do mundo
Por entre, a vida virtual,
Novas paixões, de fantasias,
Que se tornam em arte,
Que não dar pra tocar.
Todo um livro,
Que não dá para sentir as folhas,
Tatear na melhor forma possível,
Todo o meu delírio, no vezo de degustar
Os meus sentimento
Por entre as lembranças fecundas
De um amor
Não correspondido,
Por entre a nostalgia da vida.
Weforever, queremos viver.
Todo o meu ser no lado de fora, no sereno,
Pensando com minha visão
A quarenta graus de distância,
Por entre as lentes de meu olhar transparente
Em um único foco.

Solidão A Dois

A solidão abraça como uma serpente.
O silêncio é o veneno presente
Na rotina que surgiu imprudente.
Dia e noite surge a indiferença amargando como sal cortante

Ao som de uma lagrima evidente...
A inundação é como uma torrente,
já não existe beijo ardente.
Solidão a dois apagou o amor fulgente.

O carinho se tornou inexistente
o toque se fez ausente.
A dor consome lentamente...
Frio do vazio abraça forte como uma corrente.

Não custa nada tentar
Tentar não vai doer
Por que será que é tão difícil
Tentar ao outro compreender

Odeio esta vida
Odeio o fato de nascido ter
Odeio porque o inferno existe
Odeio,odeio viver

Odeio o fato de não poder
À vida por um fim
Odeio o fato de ter que aguentar
Um mundo feio assim

O mundo é as pessoas
Pessoas idiotas,malvadas
São poucas as que prestam
Essas são abençoadas

Não que eu vá fazer isso
Mas entendo quem desiste de viver
É muito difícil viver neste mundo
Neste mundo de sofrer

Tenho fome da sua boca, da sua voz, do seu cabelo,
e ando pelas ruas sem comer, calado,
não me sustenta o pão, a aurora me desconcerta,
busco no dia o som líquido dos seus pés.

Estou faminto do seu riso saltitante,
das suas mãos cor de furioso celeiro,
tenho fome da pálida pedra das suas unhas,
quero comer a sua pele como uma intacta amêndoa.

Quero comer o raio queimado na sua formosura,
o nariz soberano do rosto altivo,
quero comer a sombra fugaz das suas pestanas

e faminto venho e vou farejando o crepúsculo
te procurando, procurando o seu coração ardente
como um puma na solidão de Quitratue.

Hoje o silêncio gritou dentro de mim
senti meu peito explodir
sem fazer um único barulho
a sensação de impotência e a vontade de chorar
se transformando em um grande nada,
sendo mais difícil de suportar.

Tem dias que a gente não cabe dentro de nós, e não há nada que possamos fazer.

Caverna sombria

Inusitado os seus olhos
Sujos; coerentes; imundos
Irônico os seus sorrisos
Fingidos; disfarçados; bem desenhados
Deslumbrantes os seus olhos,
Atravessam os meus
Quando procuro o interior do seu ser
Dentre o romper das cachoeiras,
Me sufocarei nos seus braços,
No cantar dos sábias,
Procurei inspiração
Para desenhá-la, para traçá-la,
Descrevê-la
No branco das nuvens
Na brisa que procura
Serei a sua luz
Que a guiará até o fim
De uma caverna
Sombria.

Sou apreciador das histórias tristes,
as que nos trazem a dor do aprender.
Já com as felizes nada se aprende,
a não ser, a dor de nada saber.

NÔMADE

Venho de longínquas terras, do mar
Peregrino no cerrado, místico errante
Em busca do meu eu, de me achar
E neste chão novo, fui caminhante

Assim, no encanto eu fiz o instante
No olhar e no coração, sob o luar
E na diverso do sertão inconstante
O fascínio me ensinou como amar

E neste aroma delicioso sonante
De vagante ao pouso, pus a ficar
Nos dias felizes aqui tão distante

Trouxe no peito o nômade sem par
Formosa vontade no bem suplicante
Cá aterrando no horizonte deste lugar

© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano

Ame...
como se fosse ondas,
amando a areia,
como se fosse o luar
que ama a noite
na lua cheia
Ame...
não tenha nenhum receio,
ame, como o próprio fogo ama
e ele mesmo se incendeia

Irei licitar o seu amor
eis a minha solicitação
o recurso é um carinho sedutor
Você é um edital sem contestação.

Não sei se ganharei o seu amor
o único item da licitação,
e na sessão credenciei o meu temor,
de você abandonar essa paixão.

E sem poder dá meu lance,
prevaleceu o seu valor e minha homologação
dessa vez é a minha chance
de aditivar para sempre seu coração.

Licitei o seu amor,
e na ata reza a minha contemplação,
iremos viver em todo esplendor,
um louco amor , sem explicação.

O processo está homologado
pela deusa do amor e da ilusão
e agora é assinar o contrato
e viver uma inesquecível paixão.


Geraldo Neto

Poder é perigo
e hoje acordei
rindo

Dom é tom
e hoje acordei
rindo

Querer é criatura
e hoje acordei
rindo

Na cara a boca
na pia o prato
sujos de feijão.

eu disse eu te amo pra tantas pessoas
uma delas foi embora
outra morreu
outra está à beira da morte
dentre todas essas a que mais me amou
fui eu.

La femme de trente ans

Amarás
o meu nariz
brilhante
as minhas estrias
os meus pontos pretos
os meus textos
os meus achaques
e as minhas manias
e as minhas gatas
de solteirona
ou não me amarás

Nunca choraremos bastante
termos querido ser belas
à viva força
eu quis ser bela
e julguei que para ser bela
bastava usar canudos
pedi para me fazerem canudos
com um ferro de frisar e papelotes
puxaram-me muito pelos cabelos
eu gritei
disseram-me para ser bela
é preciso sofrer
depois o cabelo queimou-se
não voltou a crescer
tive de passar a andar com uma peruca
para ser bela é preciso sofrer
mas sofrer não nos faz forçosamente belas
um sofrimento não implica como consequência
uma recompensa

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