Chico Xavier Poesia de Amizade

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⁠Você apoiada na janela era quase um quadro.
Seu cabelo cacheado armado,
assim como o seu sorriso.
Fazendo meu coração acelerar querendo se entregar.

Você me tem nas mãos
E talvez nem desconfie,
Estou te entregando meu coração,
Por favor, o priorize.

Dois grandes destinos

Ontem, dois grandes destinos
Dois sonhos divinos
Dois alegres ideais
Hoje, dois olhos tristonhos
Duas mortalhas de sonhos
Desilusões, nada mais

Ontem nos nossos passeios
Havia música e enleios
Perfumes, flores e canção
Hoje pela nossa estrada
Resta uma sombra enlutada
Folhas secas, solidão

Ontem a lua furtiva
Testemunha festiva
Nós dois conversando a sós
Hoje, triste e pezarosa
Se escondeu, fugiu de nós

Ontem nossas mãos unidas
Apertavam nossas vidas
Na febre do nosso amor
Hoje distantes e vazias
Apertam nas noites frias
Um nome, um verso e uma flor

Ontem, dois grandes destinos
Dois sonhos divinos
Dois alegres ideais
Hoje, dois olhos tristonhos
Duas mortalhas de sonhos
Desilusões, nada mais

Seja simples como a chuva.
Dance com a emoção,
Faça teu corpo expressar.
Ame á toda maneira,
Regue sua sensibilidade.
Deleite em serenidade.
Não remoa feridas,
Nem viva a reprisar.
Veja em cada erro, novas chances.
Para um acerto tentativas.
Seja brisa calma, pessoa solar.
Tudo o que é simples, tende á sofisticar.

Sim, Por Ela

Sim, eu gosto de um carinho inocente criança,
De uma canção suave cantada ao ouvido,
De estar sempre juntinho, juntinho,
Daquela que entende um carinho no umbigo,
Daquela que escuta o que escrevo e descrevo,
Daquela que curte meus anseios sonhados e ainda não realizados,
Daquela que ouve meus discos cantados e não maquiados,
Daquela que foleia os meus livros ilustrados,
Daquela que analisa minhas fotografias e as criticam,
Daquela que se alegra com meu som instrumental,
Daquela que navega em meu olhar solitário distante,
Daquela que sabe ser mulher, sempre a encantar,
Daquela que entende minhas noites de insônias sem café,
Daquela que me abraça em meus dias de chuvas sem sol,
Sim, eu amo aquela menina, que sabe ser mulher.

O Quanto Eu Amo Você
.
⁠Amo-te no silêncio da noite e no barulho do dia.
Amo-te no calor do sol e no encanto da lua.
Amo-te no sorriso da chegada e na saudade da partida.
Amo-te nas letras da poesia e no som da melodia.

Amo-te no chão árido da terra e na beleza dos jardins.
Amo-te na firmeza da raiz e na delicadeza da flor.
Amo-te na dor da ausência e na alegria da presença.
Amo-te na paz dos amantes e na paixão que agita.
Amo-te na busca do querer e no encontro do ter.
Amo-te como uma oração e no prazer do sentir.
Amo-te no medo que sufoca e na coragem guardada.
Amo-te na ousadia de nada dizer e, ainda assim,
Poder revelar o quanto eu amo você.

da importância de encarar a si mesma

escolha seus melhores discos
e tire suas melhores dores
pra dançar

Amazônia

As aves não mais voam
Os peixes não mais nadam
Os pássaros não mais cantam
As pessoas não mais se amam.

Tudo isso por culpa do homem e a sua maldade
Tudo por culpa do homem e a sua falta de caridade.

As nossas matas desmatadas
As nossas florestas devastadas
Nossos animais em extinção
Nosso medo da poluição.

A Amazônia é nossa devemos protegê-la
A Amazônia é nossa devemos amá-la.
Viva o verde, viva a Amazônia,
Viva os índios, viva a alegria.

Onde está o teu corpo

Ao sentir o teu corpo perto do meu
Senti calor.
Olhei nos teus olhos,
Ganhei confiança
Nessa noite serena me apaixonei…
Ao sentir teu corpo perto do meu
Comecei a te admirar
Observei tua boca,
olhos,
orelhas,
nariz…

De cima a baixo
Começo quase sem fim…
Porque em um certo dia,
Não cheguei a ver nem os teus pés.

Mas onde esta o teu corpo
Que estava perto de mim?

Valter Bitencourt Júnior
Toque de Acalanto: Poesias, 2017.

mais tarde naquela noite
eu pus um atlas no colo
passei os dedos ao longo do mundo
e perguntei
onde dói?

ele respondeu
por toda parte
por toda parte
por toda parte

TBT

⁠Dizem que na quinta-feira
é dia de TBT:
hora de lembrança ter,
saudade pra ser certeira!
Mas eu acho isso besteira,
sempre penso no passado,
um lugar já visitado,
um alguém além do tempo,
um dia, um bom momento
no meu peito registrado.

- Ela não veio?
- Ah, a gente terminou.
- É? E aquele amor todo?
- Acabou.
- E amor acaba?
- Não sei, esse acabou.
- Talvez não tenha acabado.
- Talvez não fosse amor.

O amor é brega

viola uivando pra lua
vela pro santo
nome na macumba

beijo doce
de moça de quermesse
andar de cio
brincando um flerte

beliscão safado
no trem lotado
desejo invadindo
a próxima estação

rima pobre rica de malícia
verso infiltrado na lição

o amor é isso

uma canção do Roberto
um soneto do Vinícius

A borboleta é um ser incrível.
Ela é humilde, sofrida e conhece as mudanças mais profundas desta vida.
Sua missão é ensinar ao mundo, que a adversidade pode ser vencida em silêncio.
O frágil pode ser forte;
O feio pode ser belo;
E o desamado se tornar amado.
Ser borboleta é olhar o mundo com mais sentido;
Apreciar o perfume das flores,
Conhecer a importância do tempo,
Saber o valor das pequenas maravilhas que a vida oferece.
É ser admirada, sem perder a simplicidade;
É ser aplaudida, sem se ensoberbecer;
É encantar, sem perder a sua essência.
Ser borboleta é aprender a voar sem desprezar quem está embaixo;
Porque ela sabe melhor do que ninguém, que a lagarta que hoje se rasteja, pode se tornar a borboleta que voa mais alto amanhã.

O tempo me enganou,
Minha pele enrugou.
Chegar aos 40,
Será que minha sorte aguenta?

Quando percebi,
Já não via isso ou aquilo ali.
Não era surdez,
Mas só ouvia da segunda vez.

A barriga cresceu,
O fôlego desobedeceu,
Minha mente não percebeu,
O que virou eu?

Dizem que é meia vida,
Então, que tamanho vai ficar minha barriga?

Dizem que é a melhor idade,
Deve ser porque vamos perdendo a sobriedade!

Dizem para tudo "que o melhor tá pra chegar",
Será que para idade isso vai se aplicar?

Acho que deixei de ser calouro!
Tá! Será que já colhi todos os louros?

40, para alguns uma tormenta,
Para outros uma simples fase depois da placenta!

Eu não faço rap a toa,
porque tento aprender na boa.
nem que tenha que ir a pé do Porto a Lisboa.

Vaguei

Beijei tua boca...
Provei tua alma...
Vaguei no teu corpo
-Sonhei-

Despertei incompleta, inquieta...
Descuidada, não sei se perdi
Ou fui roubada,

Em algum momento
Na delícia do teu beijo
Perdi meu coração...

Beije-me, beije-me...
Mergulhe em minha alma
Devolva meu coração

Beije-me, beije-me...
Se não devolver o meu
Doe-me o teu!

Patativa do Assaré.

Quando leio Patativa
vou direto a outro plano
não existe uma obra viva
com poder tão soberano
e eu me sinto a deriva
como um pingo de saliva
perdida no oceano.

O instinto é natural:
Cada qual para o que merece
Cada qual com seu estresse
Seus modos de afagar
Outros a molestar.
Quando um nasce para briga
E outro vive de intriga,
Têm ainda outro a revogar.
Um vive de engano
Iludindo o coração
Outro opta ao fato;
Mas de tamanha sinceridade
Deve-se muito o perdão
Um com medo da selva
Outro teme a urbanização.
Um voando alto
Outro preso na relva
E relva presa no chão.
Um querendo satisfação
Outro buscando verdade.
Um: amigos
Outro: solidão
Um: simplicidade
Outro: complicação
Um: pouca idade
Outro: ancião
Um mora na cidade
E outro habita no sertão.

Dou voz liberta aos sentidos
Tiro vendas, ponho o grito
Escrevo o corpo, mostro o gosto
Dou a ver o infinito

minha mãe
sorria
ao me oferece
um torrão de
açúcar
na
palma da mão.

avidamente,
eu aceitava.

abria
minha boca,
e delicadamente colocava um
(apenas um)
no centro
da minha língua,
& eu o
apertava.

sal.

isso é o que chamo de abuso:
saber que você vai
receber sal,
e ainda esperar receber açúcar
durante dezenove anos.