Chico Xavier Poesia de Amizade
Definitivamente
Eu não escrevo poemas,
Descrevo a morte.
Meus versos são lâminas afiadas
Cortam segredos,
Sangram verdades,
Ferem vaidades,
Sem ter a pretensão de curar.
Preservar-nos como
quem perpetua a Flor de Maio
da Cordilheira da Costa
é o motivo pelo qual nada falo.
Onde as estrelas sempre
serão mais visíveis nesta Pátria
imensa é ali onde o coração
nasce com a Cattleya Mossiae.
É com frescor dessas pétalas
roxas que guardo tudo aquilo,
reservado e bem protegido.
Você virá com o teu Cuatro
cantando sem pedir ao destino
porque assim sei que está escrito.
Os teus olhos
condoreiros
sempre atentos
bem sucedidos
me sossegam.
Vivo sonhando
como são
os seus beijos.
Os teus olhos fazem
a minha bagagem
e não são miragem.
Você em matéria
de povoar desejos
domina absoluto
e tem me feito
habitante do seu mundo.
Não desisti de querer
saber como são
os seus olhos diante
dos meus anseios,
E sobretudo o seu aroma
entre os meus abraços,
Não é de hoje que você
ocupa todos os espaços
sem nunca ter me tocado,
Sem exagero os meus
Versos Intimistas tenho
entregue com o quê há
de mais raro e tem tudo
a ver conosco tal qual
o florescer do Cedro-Rosado.
O teu vigor amoroso
de Cedro-cheiroso
pede altura poética
com Versos Intimistas
e sinestesia resoluta,
Você sabe que eu sou
absolutamente tua.
No meu destino
tu és meu pleno
Cedro-verdadeiro,
És norte alvissareiro,
Os nossos nomes
em Versos Intimistas
nascidos para o amor
imortal e derradeiro.
Jura sob uma Quina
sagrada que daqui
para frente a tua alma
pela minha será derramada
Jura e entregue-me
o seu descanso
que em silêncio acolho
do jeito que você que tanto
Da minha parte nada
será negado porque
és o oceano e tens tato
Quanto mais me beijares
assim eu me calo e me dou
do mesmo modo apaixonado.
Às Vezes
Às vezes subo até a superfice das palavras
Para respirar um gesto vago
De um silêncio sobre a pausa.
Às vezes olho por dentro dos olhos das pessoas
Para sentir uma humanidade
Que cala...
Às vezes colho o dia em minhas mãos
Para sentir o perfume
De Deus.
Às vezes fico numa melodia solitária
Para deixar a solidão do mundo
Ecoar o deserto...
(Suzete Brainer)
Cabeça Erguida
Um silêncio absoluto
Se fez em lágrimas
Lágrimas
Lágrimas
Uma raiz se soltou deixando um vazio
Numa ressonância
Profunda em minha alma.
Mãe, você se foi
O seu corpo,
A sua voz,
Mas não a sua essência,
A sua história,
A sua alma
Sempre presente;
Um gesto protetor a todos
Uma fonte de alimento
No acolher,
Sarar as feridas
Uma palavra
Um incentivo
Uma força imperativa
De empurrar para frente
"Cabeça erguida"
- Assim dizia a quem consolava...
Mesmo que o dia pareça sem sol com a sua ida,
Olharei o horizonte,
Sentirei a sua presença
O seu perfume
E escutarei o seu chamado:
"Cabeça erguida"...
(Suzete Brainer do livro: Trago folhas por dentro do silêncio que me acende)
Trago tudo do Cedro Rosa
eterno em mim
e da floresta ancestral
o meu jardim
da minha verdadeira Nação
de maneira igual
que dedico a espera
com os meus Versos Intimistas
do fundo do coração,
porque do amor e da paixão
só o tempo é quem dirá,
e por nossas mãos a rota
de como chegar se escreverá.
Bem debaixo do Cedro-do-brejo
muitas coisas passam
na minha cabeça e sobre
você não dá para esquecer
que o tempo passou,
E para mim é bem clara
a opção de não escolher ficou,
Como você escolheu
em não me escolher
digo com os meus Versos Intimistas
que você se enganou e nunca vai me ter.
Onde as estrelas são mais visíveis
é ali que encontramos em esplendor
o Araguaney em flor que é um amor
compartilhado entre duas terras.
Você sabe no seu íntimo que sou eu
que ando faltando para trazer o brilho
de volta para o seu olhar e o seu sorriso,
e que amar você é o quê quero contigo.
Todos os dias tenho me preparado
só para você e venho ignorando tudo
aquilo que mantenha o amor afastado.
Cantar sem a mútua companhia ao lado
não tem feito sentido e estão tentando
conter o quê não pode em nós ser domado.
A Casa Nua
O presente sempre
Faz a chamada
Para o retorno à casa.
As lembranças impulsionam
Para a corrida do esconde-esconde,
Onde o passado tenta se apropriar,
Mas o seu espaço inexistente
Sedimenta o agora:
A verdade flutuante
Vestida dos afetos construídos.
A casa despida,
Vazia,
Ocupa o destino das horas;
Horas que fluem
Com a pretensão
De atingir a leveza
Do voo,
Nas asas luminosas
Da invisibilidade instantânea.
(Suzete Brainer do livro: Trago folhas por dentro do silêncio que me acende)
Do lado de dentro
do teu coração divino,
do teu pensamento
sou eu a Vitória-Régia
semeada pelas asas
místicas do Hemisfério Sul
a Primavera eterna,
feita de herança nômade
e indígena desta terra.
(A dança dos deuses nas auroras).
Cobranças sem razão: O desgaste da alma
Lutei com unhas e dentes,
Rasguei o peito em dor,
Acreditei que ao fim do túnel
Havia um prêmio, um valor.
Mas quando alcancei o topo,
E o suor secou no chão,
O vazio me fez visita,
Fez morada no coração.
A cobrança nunca cessa,
Ela cresce como o mar,
E o eco das conquistas
Parece se dissipar.
O peso de tanta cobrança,
Nas costas a me dobrar,
E mesmo quando alcancei,
Não houve o que celebrar.
O orgulho, tão esperado,
Sumiu na névoa do ar,
E o que era pra ser glória
Virou só o caminhar.
Talvez a busca seja cega,
Talvez o fim seja vão,
Mas sigo a trilha incerta,
Levado pela ambição.
Quem sabe, lá no silêncio,
Onde a cobrança se acalma,
Eu encontre o que procuro,
E faça as pazes com a alma.
Onde está o brilho antigo,
O orgulho que esperei?
Se a vitória foi amarga,
Que caminho foi que errei?
O Gesto
O gesto
traduzido em doce
esperança
de quem ainda ama
os traços humanos
sinalizados na multidão:
a mão
que segura
quem cai.
(Suzete Brainer)
Uma ferida não fecha assim tão rápido. E, se não for tratada corretamente, pode infeccionar e contaminar o resto do corpo. Pode ser tarde até que se note a infecção.
Eu perdoo o passado na maioria dos dias. Em alguns, não. Cada pequena ocorrência ativa minha memória, e os meus sentimentos logo assumem o controle.
Ainda estou me curando.
Persistir é uma tarefa árdua porque você não sabe até quando vai ter que aguentar. Não somos invencíveis. Não damos conta de tudo. Parece que nada está mudando realmente.
Estou cicatrizando, eu acredito.
"Siga em frente." Deixe a ferida se fechar e não fique cutucando, não vai mudar o que aconteceu. Pegue todo aquele amor e cuidado que você tem e aplique em si próprio. É hora de desacelerar, olhar para si e passar a se enxergar. Esse processo é só seu.
Eu era jovem, antes. Correndo contra o tempo, sentindo que cada momento era único e decisivo.
Fiquei mais velha, depois. Ouvia as crianças rindo e relembrava os bons e velhos dias de liberdade e inocência preservadas. Naquela época, comecei a pensar que a vida era muito pesada para mim e que, talvez, eu já havia passado por tudo nela.
Me encontrei lá, então: presa em um turbilhão de impressões próprias sobre a minha vida, e apenas desejando encontrar meu caminho de volta. Mas, dessa vez, não poderia ser como uma jovem mulher aprendendo seu caminho, tampouco como uma senhora pronta para desistir desta existência de morte e começos contínuos.
Deveria ser alguém que não tem medo da passagem do tempo, de seus arcos e encerramentos. Uma pessoa cujos pés estão firmes no chão e, ainda assim, consegue voar como apenas uma criança pode fazer.
Quanto tempo passara ali, entre idas e vindas de pessoas aguardando o momento de partir, ruminando pensamentos do que se foi e do que há de vir.
Envolta numa maré de rostos esperançosos, entristecidos, cansados... A rotina nos alcança todos os dias.
Encontramos durante as horas, porém, pequenas doses de alegria, motivação e encanto que tornam a batalha diária menos exaustiva. Que bom!
Esses pequenos momentos entre o embarque e desembarque, até durante a jornada, não são desperdiçados
Tudo pode acontecer, assim como o seu oposto é verdadeiro. Todo tempo é momento de reconhecer a vida.
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