Chico Xavier Poesia de Amizade
Como um fogo-fátuo
surge a inspiração
bem no meio
da madrugada fria
e repleta de vontade
de cruzar oceanos,
plantar campos
e escalar muralhas.
Para quem sabe
o coração alçar,
Quero viajar para
uma terra onde
seremos plenos,
desconhecidos,
teremos tempo
para nos ocupar
com as estrelas
e tremendas noites de luar;
Para nós dois que
o melhor do amor
sabemos apreciar,
Nos orientaremos
com o horóscopo
e o milagre da vida
diante dos nossos olhos
graças a um teto
que há de ser aberto
automaticamente,
é só questão de tempo,
sei que conquistaremos.
Cada poema que escrevo
é para o nosso amor
que contigo virá,
assim seja e sempre será.
Cale-se mundo.
Deixe me a só com meu mundinho.
Um mundo mudo pra mudar.
Pois no silêncio somos capazes de escutar.
Em cada mundo um coração.
Em cada coração uma canção.
Em cada canção uma emoção.
Nesse silêncio, ainda podemos escutar.
Evangelho livre
É que o evangelho me deu asas pra voar.
E quem é livre nunca busca engaiolar.
Responsabilidade me serviu pra liberdade.
E quem prova da vida , trilha junto da verdade.
É que meu peito não comporta divisão.
Sigo meu mestre , longe da religião.
Pulando a cerca da instituição, corro por campos tão floridos onde o vento é uma canção.
É graça toda imensidão , meu peito enche em gratidão.
E sobre o sólo dessa terra os frutos nascem em proporção.
Na pureza da simplicidade , em espírito e em verdade.
Hoje sou templo que aconchega os excluídos da cidade.
Felipe Almaz
Vinde a mim os cansados.
É que eu me canso, também quem não cansaria ?
A mesma cena, o mesmo filme , nem se quer mudou o roteiro.
Pois desde a infância eu observo, como amarga o brigadeiro.
A boa nova genuína, já não é anunciada, o paganismo toma conta vestido de contos e fábulas.
Quanta humildade eu vi partir sentido oposto a mansidão.
Fruto dessa construção que só produz decepção.
Gente sincera eu vi chegar, mas não puderam aprofundar, por falta de conhecimento eu vi o amor a fé negar.
Eles correram sobre rédias para se justificar.
E sobre o gole do cansaço eu vi suas lágrimas brotar.
Apreenderam oque era ir, mas nunca aprenderam ser.
Enquanto isso no deserto a proposta continua.
Se prostrado me adorar, o mundo lhe darei.
Sobre correntes e grilhões buscam ser reis de suas denominações.
Felipe Almaz
Caminhando
Enquanto eles mordem, feito cães selvagens.
Eu busco ser o mais livre possível.
Uma mudança pessoal que me transporte a um novo nível.
Sendo a mudança que anseio pelo mundo enxergar.
Me diga onde se encaixa o sermão dessa montanha ?
Quais bem aventuranças ?
Toda mudança partirá da nossa base.
A boa nova me trás luz para essência enfim voar com transparência.
Ainda creio no olhar que envolva todos em amor.
Inexplicável, de uma fonte inesgotável. Onde o peito se aconchegue no suprir de um abraço.
Menos palavras mais ações, fazendo o bem, mas sem pressões, tudo puro e natural, fruto de quem renasceu.
No dia frio a humanidade se aqueceu, não de forma egoísta, inspirada pelo autor da vida.
Aprendendo a cada passo da humildade e mansidão, na pureza de um cordeiro trouxe a força de um leão.
Felipe Almaz
O sabor
Quem tem pressa come cru.
Essa pressa lhe fez crudivoro.
Perdeu se o gosto por aquilo que era quente,fresco , prazeroso...
E nessa alteração perdeu se o sabor original.
A pressa para chegar ao destino lhe fez esquecer de apreciar a paisagem, não viu os rios, nem as cachoeiras, despercebido foi o ninho dos pássaros.
Correu cada vez mais rápido para com Deus encontrar, não percebeu que ele era o caminho por onde se percorria, não provou da verdade e vida.
Pois a pressa não lhe permitia experimentar.
Na corrida para Cristo, não percebeu que Cristo era o caminho, a vereda por onde se escutava o amor assobiar.
Mas quem percebeu viveu, nem frio nem morno, no presente foi quente.
Calmaria a desfrutar, somente a intimidade poderia revelar, viu os frutos brotar, até às árvores sem frutos serviram para abençoar nos deram sombras para descansar.
Cada passo fez sentido ao descobrir que Deus sempre esteve ali.
Hoje a eternidade experimentada, sem sofrer pelo amanhã.
Onde o gosto da presença veio como avelã.
Felipe Almaz
Calmaria
Percebi que todo barulho em prol da causa, foi como palha queimada, intensa porém passageira.
Sinto uma necessidade de silenciar minhas falas e deixar minhas atitudes demonstrarem a testificação de tudo que anunciei.
Já não é tempo de com os lábios louvar e coração distanciar.
Enquanto potencializarmos o barulho produzido por nós, mais difícil será ouvir os pássaros cantar, as cigarras os grilos, o vento tocando a folhagem, a sinfonia da essência nos convida para um mergulho de intimidade, criatura e criador na mais doce reflexão, edificante pelo toque do espírito que nos retira das multidões e nos chama para um momento a sós, mesmo que seja no deserto ou no mais alto monte, silêncio que nos faz sensíveis a poderosa e inconfundível voz.
Tão impactante ao ponto de gerar em nós suas próprias virtudes, nos fazendo sua imagem e semelhança, não por palavras, rótulos, mas pela revelação através do nosso viver.
Felipe Almaz
No teu coração
apesar de inseguro
tens me abrigado
porque tens a mim
como o teu preclaro,
e algo me diz que
comigo tens futuro,...
Amor doce amor
mesmo sem nunca
sequer ter percebido,
quando eu te chamar
tu verás que tudo
no final fará sentido
feito de amor puro;
Ainda para você
no momento não
passo de mitologia,
e aquela que inspira
cartas de amor
que você haverá
de me escrever,...
Sei que sou a Lua
que te mantém
sempre distraído,
e tu és o centro
do meu sistema solar,
só quero que
venha comigo
quando for te chamar
na hora que o divino amor
em nós se derramar.
Discurso na seção de achados e perdidos
Perdi algumas deusas no caminho do sul ao norte,
e também muitos deuses no caminho do oriente ao ocidente.
Extinguiram-se para sempre umas estrelas, abra-se o céu.
Uma ilha, depois outra, mergulhou no mar.
Nem sei direito onde deixei minhas garras,
quem veste meu traje de pelo, quem habita minha casca.
Morreram meus irmãos quando rastejei para a terra,
e somente certo ossinho celebra em mim este aniversário.
Eu saía da minha pele, desbaratava vértebras e pernas,
perdia a cabeça muitas e muitas vezes.
Faz muito que fechei meu terceiro olho para isso tudo
Lavei as barbatanas, encolhi os galhos.
Dividiu-se, desapareceu, aos quatro ventos se espalhou.
Surpreende-me quão pouco de mim ficou:
uma pessoa singular, na espécie humana de passagem,
que ainda ontem perdeu somente a sombrinha no trem.
Quatro bilhões de pessoas nesta terra,
e minha imaginação é como era.
Não se dá bem com grandes números.
Continua a comovê-la o singular.
Esvoaça no escuro como a luz da lanterna,
iluminando alguns rostos ao acaso,
enquanto o resto se perde nas trevas
na deslembrança, no desconsolo.
Mas nem Dante captaria mais.
Que dirá quando não se é.
Nem mesmo com a ajuda de todas as musas.
Depois de toda guerra
alguém tem que fazer a faxina.
As coisas não vão
se ajeitar sozinhas.
Alguém tem que tirar
o entulho das ruas
para que as carroças possam passar
com os corpos.
Alguém tem que abrir caminho
pelo lamaçal e as cinzas,
as molas dos sofás,
os cacos de vidro,
os trapos ensanguentados.
Alguém tem que arrastar o poste
para levantar a parede,
alguém tem que envidraçar a janela,
pôr as portas no lugar.
Não é fotogênico
e leva anos.
Todas as câmeras já foram
para outra guerra.
Precisamos das pontes
e das estações de trem de volta.
Mangas de camisas ficarão gastas
de tanto serem arregaçadas.
Alguém de vassoura na mão
ainda lembra como foi.
Alguém escuta e concorda
assentindo com a cabeça ilesa.
Mas haverá outros por perto
que acharão tudo isso
um pouco chato.
De vez em quando alguém ainda
tem que desenterrar evidências enferrujadas
debaixo de um arbusto
e arrastá-las até o lixo.
Aqueles que sabiam
o que foi tudo isso,
têm que ceder lugar àqueles
que sabem pouco.
E menos que pouco.
E finalmente aos que não sabem nada.
Alguém tem que deitar ali
na grama que cobriu
as causas e conseqüências,
com um matinho entre os dentes
e o olhar perdido nas nuvens.
A coroa sobreviveu à cabeça.
A mão perdeu para a uva.
A bota direita derrotou a perna.
Quanto a mim, vou vivendo, acreditem.
Minha competição com o vestido continua.
E que teimosia a dele!
Como ele adoraria sobreviver!
Prometeu
O sonho de liberdade tornou-se a cadeia
que me liga já para sempre ao meu canto doloroso.
Compadeci-me dos homens, da fria tristeza
do estranho tempo dos homens enterrados na morte,
e lhes trazia cristal e ardor de palavras,
luminoso nome que dizem os velhos lábios do fogo.
Águia, vinda do nascimento da luz,
de onde vês como é concebida a brancura da neve,
busca, para a luz, a mais secreta vida:
pelo sol, palpitante, toda a nua vida.
Abrirás com o bico eternamente caminhos
ao sangue que ofereço como a prova deste dom.
Às vezes é necessário e forçoso
que um homem morra por um povo,
mas nunca há-de morrer todo um povo
por um só homem: recorda isto sempre, Sepharad.
Faz que sejam seguras as pontes do diálogo
e tenta compreender e estimar
as razões e as falas várias dos teus filhos.
Que a chuva caia a pouco e pouco nas semeadas
e o ar passe como uma mão estendida
suave e mui benigna sobre os vastos campos.
Que Sepharad viva eternamente
na ordem e na paz, no trabalho,
na difícil e merecida
liberdade.
Chuva
De nenhuma parte chega. Partir?
Não há palavra mágica que rompa
este costume de olho, este silêncio
sonoro de dardos. A primavera, o luxo
dos anos e da luz, se perdia agora
no caminho vencido. As esperanças
morreram a tempo. De novo, tudo é perfeito
ao longo do vazio: a chuva lenta
não vai a parte alguma.
À beira do mar. Tinha
uma casa, o meu sono
à beira do mar.
Alta proa. Por livres
caminhos de água, a esbelta
barca que eu governava.
Os olhos sabiam
todo o repouso e a ordem
de uma pequena pátria.
Como necessito
contar-te o espanto
que produz a chuva nos vidros!
Hoje cai fechada a noite
sobre a minha casa.
As rochas negras
atraem-me ao naufrágio.
Cativo do cântico,
o meu esforço, inútil,
quem pode guiar-me à alva?
Ao pé do mar tinha
uma casa, um lento sono.
ESTE AMOR CHAMADO VOCÊ E EU!
Acordei ao seu lado, conversei com nosso TUTOR,
Pedi-te a benção,
Seguimos agendas diferentes,
Eu ansioso para o reencontro do porvir...
Chega fim da tarde, dilacera o peito,
Preciso logo te ver, te abraçar, te beijar, te amar, ser feliz!...
Quando nos encontramos, a noite já pode acordar,
Em meio à luz prateada,
Vestida de lua você me inspira cantatas, melodias de amor...
Em minhas mãos, pedra preciosa, cor de rubi,
Declarações vigentes,
Viajamos nosso amor,
Neste amor chamado VOCÊ e EU!
CHOVE LÁ FORA, MAS HÁ DE CESSAR...
Chove lá fora, vejo a vidraça chorar,
Como meu coração também se molha de aflição,
Chove lá fora, a chuva mansa, água incessante,
Como é também a tristeza que me vence...
Chove lá fora, meu coração é árido,
Como um campo rachado, angústia sem remédio,
Chove lá fora, se molham as flores,
Molham-se nesta água mágica e incolor...
Chove lá fora, a janela revela pessoas apressadas,
Como lhes vai à alma? Como a minha?
Talvez seca, talvez molhada,
Em busca da liberdade, das cores do arco-íris...
Chove lá fora, a chuva nem me deixa ao menos adormecer,
Nem mesmo me anestesiar dentro dessa melancolia,
Chove lá fora, eu sem sono, sem travesseiro,
Somente introspectivo, envenenado, tenso...
Chove lá fora, não consigo fazer um verso,
Cantar, fantasiar ao menos um amor singelo,
Chove lá fora, água persistente, contínua,
Faz-me apenas conversar comigo...
Cessa a chuva lá fora, vejo a esperança renascer,
Nascendo junto com o céu anil, para me reconduzir,
Cessa a chuva lá fora, vem também o vento, vem o sol,
Como amiga e companheira, reluzindo a dourada justiça,
Sedando-me, me fazendo dormir...
TUA MÁGOA, MINHA MÁGOA, NOSSA DOR...
Nossas palavras desarranjadas,
Defesas munidas de egoismo,
Irriga tua alma já ultrajada,
Suprimindo o amor e regando a extrema dor...
Gritaste, o meu coração magoara,
Dissimulaste, o meu coração enganara ,
Caluniaste, o meu coração revoltara,
Impregnaste a nódoa de mágoa em minha alma...
Gritei, do teu coração o choro arranquei,
Dissimulei, teu coração trincou,
Caluniei, teu coração decepcionou,
Imprimi a nódoa de mágoa em tua alma...
Na mágoa só resta a aflição,
A busca de si em labirintos,
A perda, o afogamento em lágrimas,
O apagar da chama, da paixão, do amor...
A mágoa grita: não volta, não volta,
Vem dor, vem tormento,
Rouba a paz, roupa o encanto,
Traz o ser humano, traz os amantes para a cova, a solidão...
Com a mágoa se perde a crença,
Se abre a chaga, a podridão,
Faz o corpo inerme, sem satisfação,
Os amantes voltam a serem vermes, serem criaturas...
A mágoa macula a existência,
Traz dicotomia e desgosto,
Pesar e ressentimento, plena degradação,
Semblante de defeito, cheiro de ferida...
Com a mágoa meu amor pra ti é canção velha,
Nossos lençóis não exalam mais nosso cheiro,
Sem fascinação e encanto tu me olhas,
Perdão por te amar...
Não tome o veneno da mágoa,
Raiz do ressentimento,
Deixe em paz meu coração, me encontre em seu perdão,
Tua mágoa, minha mágoa, nossa dor, intolerâncias...
O espectro de cores
do crepúsculo místico
do meu país está
a cada dia mais próximo,
e admito que venho
sofrendo por antecipação;
pois a minha voz pertence
aos desimportantes,
e ciente disso me distraio
com a Lua e o Universo.
Peço as escalas e instantes
que ninguém perca
a grandeza original
que nos fez chegar até aqui
em dias de chuva ou sol,
e por tudo aquilo que vivi
e o quê ando a perseguir:
Uma fórmula que faça
florescer a bondade
e a nossa generosidade,
que na vida jamais
podemos delas desistir,
pois devemos ter algo
para nos segurar
quando essa hora chegar
ou se porventura houver
outra circunstância ou acaso
que faça tudo ao redor cair,
Para que estejamos
fortalecidos quando
chegar a esperada
mais longa tempestade
talvez invisível,
que sei que muitos
ainda não estão preparados,...
Como silenciosa prece a espera
e canto sereno em preparação
para encontrar ou abrir
um caminho de fina resistência
para que no tempo ainda
exista um assentamento
que me faça entender
tudo isso e os ciclos
amorosos partidos,
fazendo que eu desista de desistir
todas as vezes que eu cansar
de por você esperar
até tudo isso passar,
não importando quanto tempo isso durar.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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