Cheiro
Encontrando um olhar seu, perdido a cada esquina
Sentindo seu cheiro impregnado em minha alma
Ouvindo ainda tua voz no cantar do vento
E vendo a beleza do teu sorriso estampada no raiar da aurora
Agora que sinto amor
Tenho interesse nos perfumes.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
( Alberto Caeiro [Heterônimo de Fernando Pessoa], In O Pastor Amoroso)
Saudade do que ainda não vivi.
Saudade do cheiro que ainda não senti.
Talvez não seja saudade e sim vontade de saber como é.
Às vezes penso em você.
Às vezes em mim.
Às vezes, em nada, só sinto.
Sinto aquele seu cheiro.
Aquele seu gosto.
Aquela sensação de adrenalina
quando escuto seu nome.
Seu nome, simples, ainda assim
belo.
Tornou-se o mais belo dentre todos
os outros.
Pelo simples fato de ser seu.
Coisa boa é isso, esse cheiro de liberdade. Poder apreciar a noite, o vento, o céu e tudo que há em volta sem culpa, sem angústia... Apenas com uma leveza inocente de fazer o que se quer no lugar que deseja. Isso é o que eu chamo de prazer.
Saudade tem cheiro, tem cor,
tem imagem e tem sabor...
Mas tem saudade que
nada tem, não sei
de onde e nem sei
de quem... É uma saudade
sem explicação, saudade
do que não vi, nem vivi,
mas ela existe,
a sinto aqui!
Seu cheiro ficou comigo
Após este breve adeus
E ter-te nos braços meus
Ficou a inocência de seu odor
Misturados com seu calor
Nos labirintos do lençol
Enlaçados com a turbação
Do pensamento sem noção
Gravados no sentimento
Inebriando o contentamento
Com resíduos de nossa paixão
Que naufragaram na minha emoção
É pura essência de hortelã
Que bem cedo, ainda pela manhã
Exala por todos os meus poros
Em eternos cânticos sonoros
Dissolvendo minh'alma em ti
Acordando o meu coração
Marejado de saudosa comoção
Da necessidade de você ter partido
Mas, seu cheiro ficou comigo
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
28/02/2019
Rio de Janeiro, RJ
O que eu vou levar pra minha casa
Depois de passado meu tempo, quando na lista infindável dos dias impressos no calendário já não houver junhos para mim, de volta pra casa vou levar sem arrependimentos:
Muitos sorrisos que dei. Algumas risadas esparramadas nas conversas com minha mãe; detalhes do olhar que meu pai tinha sobre tudo; os laços que tenho atados aos meus irmãos; muitas músicas; a surpresa diante de qualquer pássaro. Diante de qualquer beleza que voa; o silêncio diante das belezas – que sempre foram minhas mais indescritíveis preces.
Vou levar alguns sábados à tarde, e algumas sextas-feiras inesquecíveis. E a lua.
Vou levar muitos textos que amei; as cores das flores e do céu. Vou levar pedaços bem grandes dos outonos e suas luzes mágicas. Vou levar meus amigos, tios e tias, primos e primas e minhas histórias de infância. Vou levar meu amor incondicional pelas árvores e pelo que há de mais pequeno e verde. Vou levar as pequeninas flores do campo e sua singeleza coberta de manhãs.
Vou levar minhas meninas margaridas, porque sem elas nenhum lugar será completo. Vou levar o que tenho sido e o que não consegui ser. Vou levar meus meninos – a filha e o filho que criei. Vou levar o barulho das águas que habitam o mundo das mais variadas formas até chegarem ao lugar em que, juntas, se chamam mar.
E do mar vou levar o cheiro. E vou levar as palavras, porque sem elas não há salvação.
Vou entregá-las a Deus e deixar que Ele escreva em mim o último, o derradeiro, o mais perfeito poema.
E que, assim, eu possa ver a verdade – que a morte é simplesmente o jeito que Deus tem de nos fazer poesia.
A vida sempre nos surpreende, e do nada arranca os espinhos e nos presenteia com flores. Sua presença em mim tem cheiro de jardim.
Não ligo para q horas são, más quero toda hora o seu beijo .
Não ligo para qual dia é, más me sinto bem por estar ao seu lado.
Não ligo para o quanto estou mal, quando vejo seu sorriso, me sinto completo.
Não ligo para nada q não tenha seu nome, seu cheiro, seu olhar ou seu gosto...
Quero um beijo dessa boca,
O seu suor na minha roupa.
Quero queimar a flor da pele
Sentir seu cheiro de alma leve.
Como que eu vou dizer pra ela
Que eu gosto do seu cheiro
Da cor do seu cabelo?
Que ela faz minha pupila dilatar?
Eu tenho o cheiro do pecado (às vezes, até de enxofre), mas sou um sujeito puro (com aquela essência de alecrim que inspira paz).
“Penso logo existo?
Eu diria que penso logo sinto
É tanta saudade
Que me perco no espaço
Mas é com muita serenidade
Que pensando em seus beijos
Lembro do seu cheiro
Desejando seu abraço.”
Cheiros
A assinatura de um momento marcante, pode não estar sob um olhar, um toque, ou uma sensação; mas, sentir o cheiro que assinou esse tal momento, pode fazer trazer a tona, o desejo que somente os lábios do passado puderam provar.
Seja o ardente cheiro da carne, que ansiava pelo gozo;
Seja o cheiro do sabonete, que marcou aquele primeiro banho a dois;
Seja o cheiro do momento que:
Passou,
Marcou,
Ficou,
Lembrou.
Seja o cheiro.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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