Cartas e Prosa de Fernando Pessoa

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⁠Ser gentil é dar um gás de vida
Pra alguém que talvez, mais precisa
É relaxar a alma por causa de uma gentileza
Por mais simples que seja
Como um elogio, ou abraço
Ser gentil primeiro é meio chato
Depois, é incrivelmente animado
É fazer alguém se sentir especial
Simplesmente por ter sido legal!
É fazer a pessoa se amolecer
E dar a ela forças pra viver
Existem mil formas de ser gentil
Mas todas dão a chance de alguém se sentir completo e feliz

⁠Viver emoções com entrega e paixão
Torna marcante até as mais simples situações
Transforma coisas do cotidano em inesqueciveis
Que depois se tornam eventos memoraveis
Dignos de risadas e saudades
Pois, o que agora é um profundo pesadelo
Dependendo, pode vira um hilário entreterimento
Momentos cheios de sentimentos
São os momentos mais vivos, justamente por não serem perfeitos

⁠As pessoas acham que tristeza é horrível
Que é algo a se evitar a todo custo
Que chorar é uma porcaria
Que emoções são um problema
Uma vida sem emoções
Literalmente não tem vida
E se o mundo não for diverso e livre
Dá pra dizer que alguma coisa vive?
Sabe o que é de longe pior que isso?
Estar vivo, e não poder viver
Ter idéias e soluções incríveis, mas ninguém ajudar ou perceber
Ter mágoas e não deixar chorar
Procurar perfeição, e perder a vida e suas emoções
Se ajudem, não julguem
Pois a perfeição só existe prós que fazem valer
Dos que ajudam, não importa a quem
E dos que amam
E principalmente
Dos que sabem viver


⁠O que eu amo?
O que eu odeio?
Tem algo me prendendo?
O que me faz bem?
Quais as minhas paixões?
O que me faz feliz?
O que me entristece?
Quem me faz bem?
Quem me apoia?
O que faz meu coração bater?
O que eu tenho medo?
Como eu era quando criança?
O que eu gosto?
Quais as minhas qualidades?
O que eu preciso?
O que me fortalece?
O que eu quero?
O que eu ainda não tentei?
O que é certo?
O que eu defendo?
O que eu acredito?
Até onde vai os meus limites?
Quais meus sonhos?
Qual a minha indentidade?
Quais as minhas opiniões?
Qual o meu lar?
Autoconhecimento é uma mescla de vivência e questionamento

⁠Mulher de fases, tais como a lua.
Tem fases de querer se fazer sentida
igual a força exercida em homens e marés.
Fases de dar sentido criando destinos
como quem faz um mapa astral.
Fases de doação se fazendo clarão para
iluminar a noite escura dos apaixonados.
Fases de reconhecimento
querendo o olhar atento
dos que lhe escrevem versos de amor.
Ela é como a lua, só faz o que quer.
Ela é como a lua, tem fases e fusos próprios.
Míngua, Cresce e se re_Nova.
Ela é como a lua...
Cheia de vontades.

⁠Eu queria que você enchergasse toda sua beleza
Porque se você soubesse
Saberia que merece a realeza
E não falo de surpeficialidades e aparencias
Falo do seu jeito, nada princesa
Uma moleca, uma rainha, uma guerreira
Você é o que seu coração deseja
Você tem um jeito enlouquecedor
Umas palavras e jestos, que me enchem de amor
As vezes é bruta, tagarela, atrapalhada, e boca suja
Mas esse é seu charme, gosto do seu jeito
Sem por nem tirar, da ponta do pé ao cabelo
Não mude, por favor
O seu jeito, me traz calor
Sendo, o que os outros esperam ou não
Cada detalhe seu, é encantador

⁠Mal sabia você que
Você era o meu motivo favorito
O seu sorriso, era motivo
Pra eu ficar sorrindo
Ver seu rosto, é um medo e um conforto
Seu sorriso, deixa meu coração bobo
E simplismente, sem eu ver
Você revirou a minha vida
Sem nem ao menos perceber
E se você estiver lendo, só tenho a agradecer
Foi maravilhoso, te conhecer

⁠Ter pensamentos diferentes é bom
( Mas se te faz mal não)
Deixa tudo mais solto
Te traz novos sonhos
Te liberta do mesmo
E te anima de corpo inteiro
Ser diferente não é um problema
É apenas um jeito, que não é igual a outro
Espalhe suas belezas
Ame suas diferenças
A diferença é um prato
Com comidas de todos os formatos
Sem bom ou mal
Pois todos alimentam de forma igual :)

Entre relâmpagos e sentimentos

Me relaciono como quem pisa na terra seca,
à espera da chuva. Primeiro,
deixo que a poeira envolva meus pés,
tímida, apenas levantando o véu do chão.

Mas, quando estou pronto para sentir
o toque suave das primeiras gotas,
o céu inteiro se desfaz em trovões:
relâmpagos e sentimentos.
Uma rajada de água desce,
apaga minhas pegadas,
desfaz meus rastros e certezas.

O amor, aparentemente, não é apenas um chuvisco,
mas uma tempestade que encharca cada canto,
sem pedir licença, ocupando todo o espaço
que sempre foi seu.

Amandy


Chove na terra dos Guerreiros Caingangs ...e Tupã estronda ao fundo...
Grita , e se faz o som do tambor da Nação Krenak
O grito que vem do céu , ecoa pelas terras do rio do Aguapeí
Corre a água das nuvens , molhando o chão idealizado por Souza Leão
Ilumina-se a Alta Paulista !
Os raios cortam , refletindo o Machado de Xangô...
Levante-se Tupã , ante a chuva que cai
Abençoando as plantações...

Leticia Andrea Pessoa

Inserida por LeticiaAndreaPessoa

Autorretrato

“Faço apologia do inútil, fomento as desimportâncias.
Não sobrevivo apenas com o indispensável. O sonho e a loucura são essenciais.

Combato o óbvio e a pobreza da
descrição, cheia de certezas
turvas, com um segundo olhar.
Troco o fato pela frase, para
abortar extremistas e ditadores.

Economizo a informação para
aumentar o encantamento.
É o jeito que encontrei de revisitar o Éden. Utopia ajuizada não é utopia.

Penso que melhor uma verdade escrita é uma beleza bem contada."

Inserida por Epifaniasurbanas

Distopia.

Desajeitado, andei, falei,
pensei.
O estranho é mais poético,
cada ato é verso,
já fui poesia.
Ambição de poeta é se tornar anônimo.
Ser, e só.
Improvável, o singular não cabe
no anonimato.
Para enquadrar-me,
travesti-me de multidão.
De poesia virei prosa, prosaico.
Descomprometi-me com a rima e seu desfecho,
conotação limitou-se a denotação,
o lirismo acabou com a chegada da distopia.
Matei o poeta, limitando-o.
E de mar, virei arroio.
Já fui verbo encarnado,
hoje sou texto inconcluso.

Inserida por Epifaniasurbanas

Meu mar doce,
represa-la?
Não posso.

És livre mar...

Navegantes?
Só os que permitiu,

mas
não há ainda quem
o desbrave.

És livre mar,

de
ondas curvilíneas,
poente de toda luz.

Povoa a mente dos homens,
morada do desejo.

És livre mar,

a ti, tenho
apenas
um pedido.

Afoga-me.

Inserida por Epifaniasurbanas

A margem espero o descanso do rio.
Ao ouvir o som de suas águas aquieto-me.
Sinto um misto de esperanças vindouras e medos pontuais.
Transbordo. Rompo diques, mas nunca é o suficiente.
Estou cansado! Contenho-me. Sustento todo um ecossistema.
Será que um dia chegarei a minha margem?
E lá chegando... será que poderei finalmente descansar?
E nesse merecido descanso... encontrarei ouvidos interessados em meus ruídos a fim de encontrar neles sua própria calmaria?
A margem espero o descanso do rio...

Inserida por Epifaniasurbanas

Quando chegar as águas
e não mais poder distinguir
o paraíso terrestre do celestial,
Mergulhe.
Quando souber que chegou
lá onde céu e mar
se tocam num beijo azul,
Mergulhe.
Afogar-se é a melhor opção.
Não tenha medo.
O ar aqui é mais rarefeito...
É o que acontece quando se vê o belo,
falta ar.
Essa falta de oxigenação te fará bem,
ainda que esse bem te mate.
Não precisa morrer pra ver Deus,
mas se quiser conhecer os seus céus
sim.

Inserida por Epifaniasurbanas

Sonho com um dia
sem pressa.
Eu, meu filho, uma praça...
deitados olhando figuras de nuvens
sorrimos.

Inspirados por ipês amarelos
florescemos. E como eles
sem ligar para a pressão das estações
vamos criando nossas próprias primaveras.

Sonho com um dia
sem pressa.
Eu e meu filho
Sorrindo...
e o tempo não tendo poder sobre nós.

Inserida por Epifaniasurbanas

Abri mão das receitas
para não abrir mão mim. Quando
percebi minha vida passando
sem me mostrar quem sou,
Disse:
- Basta!
Hoje só fico onde exista amor.
Podem até sujeitar meu corpo.
Mas na minh’alma
nunca ninguém mandou.
Fiz pacto poético,
chega dos ofícios de horror!
Quando vi minha vida passando
sem reconhecer quem realmente sou,
Disse:
- Basta!
Hoje eu só fico onde exista amor.”

Inserida por Epifaniasurbanas

Com a face temperada de choro ele se despede enquanto abre a porta.
Não quer demonstrar tristeza ou fraqueza já que este era o último adeus.
Ele a ama e sabia que precisava abrir a porta para seu amor poder ir embora.
Ato mais nobre não conheço, abrir mão do objeto de seu amor para demostrar ao mesmo que continua amando...
Mal sabia que durante o próximo semestre praticamente deixaria de existir.
É mais fácil quando não sabemos a dor que podemos causar.
É mais fácil continuar quando é a gente quem vai embora.
A canção de quem fica é sempre a mais triste.
As memórias são mais difíceis de esquecer.
Ele ainda ama, por isso a porta continua aberta.”

Inserida por Epifaniasurbanas

Apesar de tentar nega-la
a poesia continua...
Sim, mesmo com a falta de amor
e reciprocidade.
Ainda há exemplos poéticos
no cotidiano dos dias.

O poeta é o poema.
É a empatia que verbaliza.
Poesia que nasceu para ser dita,
não escrita.
Imagina se alguém imita?
E reproduz essa beleza contida?

De povo prosaico seriamos
poesia.
Por isso
mesmo ante a tanta
violência ao menor sinal de empatia.

Poesia.
E poetas.
E poemas,
quem diria!

Há sim
miopias,
mas enquanto houver
homens de palavra
e dispostos a encarnar
o verbo dos dias,
haverá ainda toda esperança
contida no olhar de criança
e de uma poesia.

Haverá voz.
Haverá revolta,
haverá justiça,
Haverá mais um dia.

Inserida por Epifaniasurbanas

“Falhei,
em seguida falhei novamente.
Pouco tempo depois do repetido fracasso,
falhei.
A cada nova experiência...
falhei.
A vida ensina sim,
mas quem disse que as situações se repetem?
Vivo um conto de falhas.
Sempre falharei.
Este é o paradoxo do existir.
Poder ser exemplo para o outro
nunca para si.”

Inserida por Epifaniasurbanas