Carta de Otimismo

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Desde sempre...

ontem, hoje, amanhã,
o que ficou, o que fica, o que ficará?
sempre esteve, está, estará,
na sua ausência é gostosa sua presença,
seu cheiro, seu olhar,
creia, nunca houve o nada,
você está presente desde sempre,
sabia-te, logo esperei,
no nosso caso nunca houve o acaso,
tinha que ser,
foi,
é
e será...

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Morte em vida...

Ao longo dos tempos quantas definições do que é amor e o que é amar foram intensa e desesperadamente buscadas, elaboradas, racionalizadas, sem que, até hoje, felizmente, fossem encontradas.

Poetas, filósofos, cientistas, pessoas simples, gente comum, de todas as raças, cada um a seu jeito, já viveu e falou de amor e já amou em verso, prosa, mímica, gestos, olhares, tato.

Surdos e/ou cegos, como ninguém, falam e sentem amor.

Por amor, indiscutivelmente, parece haver uma certeza, não há limites.

Como é amar alguém por toda uma vida, mesmo sabendo não ser amado ou, ao contrário, nunca saber que foi, é, e sempre será amado?

Há pelo mundo tantos que, após algumas despretensiosas trocas de palavras passam a se amar à distância, conjecturando como o outro deve ser, e, inexplicavelmente, perpetuam uma forma de amar que suporta a ausência.

Amor é um sentimento que nunca terá uma dimensão definitiva.

A felicidade proporcionada por um amor verdadeiro, após períodos extensos de tempo, pode acabar em indiferença, sem razão.

Amor unilateral traz um sofrimento que nem sempre tem fim, muitos não resistem e perecem, aceitando uma morte em vida.

Por enquanto, apenas por ora...

Inserida por pauloafonsobarros57

Indiferença...

Acordam, ainda respiram, se tem, tomam o café da manhã e, em seguida, se podem, buscam um banho.
A pé, de ônibus ou metrô enfrentam o desafio de chegar ao trabalho ou por mais um dia em busca dele continuar.
Convivem com a fome enquanto tantos, enfastiados, não sabem o que escolher.
Supermercados e restaurantes descartam comida boa todo santo dia.
A noite chega, lá se foi mais um dia, igual a tantos outros que já se foram e, indiferentes, seguimos.
Não nos importamos mais, estamos nos deixando envolver pela indiferença.
Alguém, sem alarde e como sempre, prestando atenção, oferece um prato à mãe e seu filho que, constrangidos, agradecem e procuram um canto, escondidos saciam a fome de horas.
Erros e acertos fazem parte de quem tenta realizar, não há certezas, a não ser a finitude que, dia-a-dia, se aproxima e com ela a paz do que se realizou ou se arriscou a fazer ou, pior, sequer saber que não se fez nada.

Inserida por pauloafonsobarros57

Tempos onde a paz e o amor são energias ainda mais necessárias...

Neste momento, paramos com o que estamos fazendo por um breve momento.
Inspiramos profundamente e expiramos lentamente, repetindo essa ação por alguns instantes e vamos nos desligando de nossos problemas e de nossas dificuldades do dia por instantes.
Relaxados, mentalizamos nossos irmãos de luz que vão se achegando até nós, percebendo que estamos entrando em sintonia com suas boas vibrações.
Estamos a passar por momentos difíceis, de grande instabilidade no Brasil, Pátria do Evangelho, os números da violência chamam a atenção, como se vivêssemos em guerra, homicídios, roubos, descasos com a saúde e, em consequência, dados alarmantes de desassistência, doenças e seus agravos causados pela ausência de saneamento básico, crise permanente na educação, além dos níveis de corrupção em todos os níveis.
Necessitamos fortalecer os irmãos espirituais com a nossa melhor energia em forma de pensamentos e preces.
Por conta de tudo que estamos presenciando no Brasil temos agora mais um evento grandioso para os padrões humanos, a Copa do Mundo, se já recebíamos intensas vibrações menos favoráveis, essas devem ser ampliadas, incentivando irmãos desencarnados que se afeiçoam por esse tipo situação a se sintonizar com irmãos encarnados para produzir desconforto, inquietação e mais violência.
Por mais que discordemos dos rumos políticos que os representantes públicos estão a trilhar, não importa a qual agremiação partidária pertençam, o momento pede que lhes direcionemos o que temos de melhor, que possam ser sensibilizados, amparados e protegidos para que não tomem medidas precipitadas, induzidos por forças negativas.
Todos os líderes políticos, religiosos, empresariais, espirituais tem grande compromisso com a espiritualidade, muitos tiveram a oportunidade de pedirem, antes de encarnar, para estar nos postos que ocupam e muito se pedirá a quem muito recebeu.
Mentalizemos nosso Brasil totalmente envolvido por um campo magnético de energia, com reforço sobre os pontos nevrálgicos nesse momento, a começar por Brasilia, pelas metrópoles e pelas sedes dos jogos da Copa do Mundo, bem como as prisões e penitenciárias já abarrotadas de irmãos que cometeram graves crimes contra a vida misturados com outros, embora menos periculosos, se somam para a formação de um enorme caldo de cultura para mais violência.
Todas as fraternidades espirituais se unem pelo amor para a proteção de nosso povo, nenhum ponto do globo terrestre estará desamparado, em todas as regiões temos equipes protetoras.
Ainda assim, entre 7 bilhões de seres humanos, há grande miséria, fome, frio e ausência do básico para uma vida digna, apenas outras formas de violência.
Possamos, diariamente, nos dirigirmos a essas fraternidades, por breves instantes, entregando-lhes essas energias que saem dos nossos centros de força e vão sendo colhidas uma a uma, como se estivessem num jardim de flores, prontas para oferecerem o seu o néctar em forma de luz que cada um de nós pode oferecer, plasmadas, transformam-se em feixes de luzes que são imediatamente acolhidos para fortalecer as barreiras de amor e paz, as únicas armas eficientes para transmutar o que é denso, pesado e negativo.
Nada é por acaso e tampouco Deus nos pede algo que não possamos oferecer, lembremo-nos, cá estamos com um objetivo, a nossa melhora para que possamos retornar ao plano espiritual melhor do que quando aqui chegamos.
Seja feita a vontade de Deus nosso Pai!
Paz e serenidade!

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Ouça as melodias...

Desde pequeno brincava com seus amiguinhos invisíveis e com eles dividia os poucos brinquedos que possuía, eram de madeira, já os pintara várias vezes, ria alto e como se divertia.
Os pais acabaram se acostumando com essas companhias e achavam que com a idade isso passaria, e, com o correr dos anos os brinquedos foram ficaram de lado, já não recebiam muita atenção.
As conversas com seus amigos imaginários não eram mais tão frequentes, vez ou outra parecia que ele só ouvia e acenava com a cabeça, ora sim ora não.
Já adolescente ficava horas em silencio debaixo da velha goiabeira no meio do quintal.
Lá se achegava, deitava no chão e ficava em silêncio, dava para sentir que ele estava longe dali, bastava atentar para o seu olhar, distante e sereno, todos os dias passava um tempo por lá.
Filho único ajudava a mãe nos afazeres da casa e sempre que ela pedia corria até a mercearia para buscar um pouco de tudo, arroz, feijão, café, açúcar, farinha, naquele tempo quase tudo era vendido a granel, até o óleo era tirado na hora de um latão, o dono, um senhor já com certa idade, girava uma manivela e num instantinho o litro de óleo se enchia, não pagava a conta na hora, tudo era anotado numa caderneta e antes de ir embora, ouvia mais uma vez:
- ô piá, continuas a falar sozinho? E dava risada, não fazia por mal e ele não ligava, nunca se incomodara com as brincadeiras dos poucos amigos da vila.
Ao completar dezoito anos ia para a cidade grande, moraria com tios e precisava arranjar trabalho e, se possível, continuar os estudos.
Chegado o dia, os pais repetiram algumas vezes mais todas as recomendações e quando a mãe com ele estava sozinho, perguntou-lhe – meu filho, nunca falei nada nestes anos todos, com quem você brincava e conversava tanto e depois isso parou e você ficava quieto debaixo da goiabeira?
Segurando entre as mãos o rosto de sua mãe, ambos com olhos marejados, disse:
Minha mãe querida, obrigado por todo amparo e ajuda, aprendi muitas lições, visitei lugares distantes, uns diferentes dos outros, conheci muitos amigos mais, agora, para onde estou indo, por lá já estive, fique tranquila, nunca estarei sozinho, sei que tenho algo a fazer, não sei muito bem o que é, mas estou certo, chegará a hora.
Lembra quando a senhora ficou muito doente e o pai não sabia o que fazer? Meus amigos me tranquilizaram, a senhora ficaria boa e não mais sofreria.
Sei que enfrentarei dificuldades e que a vida não será tão tranquila como a que tive aqui, meus amigos estão me dizendo:
- tenha calma, as viagens cessarão por um tempo, mas continue a ouvir as melodias...

Inserida por pauloafonsobarros57

Ira de Deus e os castigos...

Ela sabia como só as mães sabem o que se passaria em sua vida, desde sempre seus dias muito se assemelhavam a uma história cuidadosamente escrita, com roteiro, personagens, onde todos os tempos já se faziam demarcados, cada cena e cada capítulo ocorreriam no seu tempo e quais seriam seus derradeiros atos.

Havia, contudo, uma singela diferença, todas suas falas e ações eram tão adequadas a cada situação que fluíam sem esforços de maneira simples e natural, não havia nada de mecânico em tudo que fazia.

Quando adentrava um ambiente irradiava uma energia de paz e conforto, sua aura envolvia a todos que ali estivessem, com se uma uma brisa adentrasse em espaço abafado.

Contida, delicada, discreta e cautelosa em sua generosidade, não deixava vestígios do que fazia em favor de quem precisasse.

Ao saber de alguém distante e em sofrimento físico, moral ou espiritual, pedia a Deus que fosse permitido, se não a cura, o alívio e o conforto, sempre nos alertando, quando estiverem em dificuldades, especialmente em relação à saúde ou injustiças, lembrem-se, sempre haverá alguém em piores condições, sem nenhum tipo de assistência que não aquela sustentada pela fé e reiterava, quando se dirigirem a Deus peçam pelos que nada possuem e que se encontram em desespero, embora sejam os que mais precisam são os que menos recebem física e materialmente.

Demorei algum tempo para perceber meu egoísmo por reclamar sua presença e questionar a Deus pela suposta injustiça por Ele permitida, esse sentimento em mim ficou logo quando ela nos deixou, aparentemente tão cedo, com apenas 37 anos.

Seria esse Deus, que tudo deveria ver e cuidar, a permitir iniquidades para com os mais humildes?

Demorei alguns anos para assimilar e conseguir entender o paradoxo, quanto mais nos parecem complexos os sofrimentos humanos, com um pouco de atenção e desprendimento, sem fanatismos de qualquer ordem, saberemos que nada se faz ao acaso, há uma ordem natural da vida, a da simplicidade da ação e reação e da semeadura livre, sustentadas pelo livre arbítrio, definitivamente não há castigos decorrentes da ira de Deus.

Para o bem ou para o mal a cada ação que cometemos há uma resposta na mesma proporção e intensidade, e a semeadura que se faz livre é naturalmente obrigatória, Deus não está envolvido.

Quando alguém bom e que amamos nos deixa, dentre alguns comentários e pêsames, ouvimos, porque uma pessoa tão boa e generosa desencarna enquanto tanta gente ruim aqui continua?

A resposta é simples, feliz daquele que já cumpriu sua tarefa e pode retornar para a vida verdadeira e plena num plano mais evoluído que esse nosso, ainda carregado de sensações pesadas e de apegos ao que não é significativo, caldo onde se misturam mágoas, orgulho, vaidade, ódio e inúmeros interesses distanciados da fraternidade e do amor ao próximo.

Quanto aos desencarnes antes da hora, se precipitados por ações individuais ou coletivas que levam às tragédias, estejamos certos, Deus continua no controle e a quem, pelo livre arbítrio, der causa ao sofrimento de outros, não tenhamos dúvidas, o reequilíbrio virá e não será em forma de castigo.

Inserida por pauloafonsobarros57

Calmaria...

Quando tudo parecer ruir, especialmente em seu íntimo,
insista em acreditar que ainda não é tempo,
e nem se perca em saber o quanto te sobra,
deixa e não dê ouvidos ao seu conhecido vazio,
procure se há por perto ainda um sopro de ar pra
chispar dessa calmaria que,
não só teima em voltar,
sorrateira,
insiste em ficar,
ou, atente,
pode nunca ter ido...

Inserida por pauloafonsobarros57

Ana Julia...

Ana Júlia já percebera em seu corpo alguns sinais do tempo, as mulheres são mais atentas, normalmente cuidam-se mais, mas suas mãos evidenciavam o que os afazeres de todos os dias vinham adiando, ter a consciência de que anos se passaram.

Sem saber ainda porque, em plena manhã de domingo, esse olhar mais atento para essa parte de seu corpo fez com que pensasse em como estava sua vida frente aos planos de sua juventude, quando imaginava para si um mundo sem limites e uma certeza de que poderia ser e fazer o que quisesse de sua vida.

Estava só, o esposo e as três filhas, jovens adultas, haviam saído para fazer algumas compras necessárias para uma pequena viagem de fim de semana numa casa de campo cedida por amigos.

Um pouco confusa com essa inquietação aparentemente sem motivo buscou em uma gaveta da cômoda uma delicada caixa de música, cuidadosamente guardada, ainda envolvida em tecido aveludado.

Mesmo sem acionar o mecanismo daquele relicário ouvia a suave música a tocar, lágrimas e uma intensa tristeza a envolveram no mesmo ambiente onde crescera e presenciara a lenta agonia de seu pai, época em que a tuberculose assombrava as famílias.

Nunca o perdoara pela vida boêmia e descuidada que o afetara e também à toda família, só não ficaram sem um teto porque a casa era fruto de herança de sua mãe, que mantinha o básico lavando, passando e costurando roupas para famílias de posse das redondezas, logo que aprendera Ana Julia também participava desse ofício.

O que mais a incomodava naquela época era a postura de sua mãe que, em muitas das noites que passara acordada preocupada com o marido, ficava em oração sem reclamar e de onde se abastecia de toda a energia de que precisava para continuar.

Ana Julia ainda mantinha vivas as lembranças das várias madrugadas quando, acordada e envergonhada, ouvia o pai entoar músicas ininteligíveis, enquanto era uma vez mais carregado pelos amigos da noite casa adentro, com as vestes sujas e cheiro forte de bebida, Ana Julia, observara incontáveis vezes daquele quarto sua mãe, gentil e resignada, o acolher e o acomodar como podia no surrado sofá da sala.

Durante anos e inúmeras noites em que a mesma cena se repetia sua mãe com o passar dos anos adoecera, e, enquanto seu pai estivera vivo, ela, com o que lhe restava de forças, dele cuidava sem reclamar.

Logo após o falecimento de seu pai sua mãe também se despediu de sua vida de entrega e amor, em seu leito Ana Julia a questionara uma única vez, porque permitira tanto sofrimento e humilhação sem reagir ou reclamar, em resposta ouvira, “sempre soube que você esperava uma reação minha, me perdoe, chegará o dia em que você entenderá”.

Ana Julia buscava ainda a compreensão de tanta abnegação, doação e amor em meio à doença, restrições e vergonha ao longo de tantos anos com o consequente afastamento da maioria dos familiares e amigos.

Finda em sua mente a música suave e delicada, com mais atenção olhava para a caixa de música e relia uma frase por seu pai gravada, “Meu amor me perdoe por todo o sofrimento que te causarei”.

Sua mãe fizera uma escolha consciente, sabendo o que enfrentaria na vida ao lado do companheiro que amava.

Iguais à ela quantas pessoas mais possuem essa força que, para quem está de fora observando sem compreender, beira à loucura, à baixa autoestima e ausência de amor-próprio?

Ana Julia, logo após a morte de sua mãe, decidira que não repetiria aquela história e hoje ainda busca a sua resposta, “...chegará o dia em que você entenderá”.

Inserida por pauloafonsobarros57

Vida pós Copa

Após um mês de estádios lotados e a maior audiência mundial em se tratando de megaeventos o Brasil, lentamente, retoma suas preocupações cotidianas que vêm sendo sistematicamente empurradas com a barriga pelos políticos de sempre. Nada que não tivesse ocorrido em passado recente de triste memória após o período ditatorial que não pode ser esquecido e precisa ainda de muita luz para que se entenda quem e quais foram os protagonistas desse momento histórico e que ainda hoje, sorrateiros, já saíram de sua curta hibernação.

Infelizmente, em praticamente todos os segmentos de nossa sociedade encontramos esses espoliadores contumazes da energia do trabalhador brasileiro comum que os hospeda tal e qual os vermes que sobrevivem em nossas entranhas sem que tenhamos noção ou discernimento de suas vocações Darwinianas anormais, das quais se utilizam para se manterem e perpetuarem sua espécie.

Adotam comportamentos camaleônicos espúrios e inomináveis, assegurando a passagem dessa mesma carga genética de seus mentores que formaram seus feudos em todo o território nacional com as marcas do Coronelismo.

A democracia ainda é a melhor das alternativas, propiciando liberdade de expressão, pensamento e soberania de uma nação, os custos dessa opção continuam muito elevados em nosso país, convivemos ainda com extremas desigualdades sociais e índices alarmantes de concentração de renda.

Os esforços recentes para melhoria das condições de vida de nosso povo, para com a saúde, educação, segurança e bem estar social se mostram insuficientes para que possamos nos acomodar e negarmos nossa condição de jovem nação democrática em busca de um caminho que abarque a todos que trabalham e contribuem para a construção e expansão da riqueza material e cultural que beneficie a todos brasileiros e não os mesmos grupos de sempre.

A Copa acabou, os turistas ficaram maravilhados com nossas belezas naturais e a docilidade de nosso povo, gente tradicionalmente simples e acolhedora, sem dúvida um aspecto positivo desse evento, mas eles vão embora, será que a mobilização das forças armadas, polícias federal, civil e militar será mantida para que, sem a Copa, os índices de violência e total insegurança urbana volte a nos assombrar?

Constatamos em razão da Copa das Copas que podemos enfrentar qualquer problema em nosso país, contudo somos reféns de nós mesmos quando deixamos de exercer nossa cidadania e pouco nos interessamos pelas questões políticas que desde sempre norteiam as prioridades emanadas dos gabinetes.

Os partidos políticos existentes estão muito parecidos em suas cartas de intenções e doutrinas e pouco representam os anseios da grande maioria de nosso povo.

Estratégias e projetos para o país, engendrados pelos partidos majoritários, se confundem em seus resultados, alianças esquisitas e acomodações que supostamente se arranjam para permitir a governabilidade e, ad aeternum. Nós e nossos descendentes pagaremos essa conta.

A Copa acabou, as mazelas estão nos mesmos lugares de sempre, mas temos eleições, não podemos delegar aos mesmos o poder de infelicitar nossas vidas. Podemos e temos que fazer melhor, tendo a consciência de que esse processo é lento e precisaremos ainda de algumas gerações para resgatar alguns poucos valores humanos e morais que são a base para uma sociedade mais justa, a começar pela honestidade e ética.

(Artigo de Paulo Afonso de Barros, publicado no Jornal O Vale, 17.07.2014 - http://www.digitalflip.com.br/ovale/flip/Edicoes/01345%3D17-07-2014/02.PDF)

Inserida por pauloafonsobarros57

Virando a página...

Nossas mentes continuam conectadas àqueles que amamos, não há distâncias ou barreiras que impeçam nossa harmonia com entes queridos distantes fisicamente ou que já nos deixaram, mas permanecem vivos além túmulo.

Os vínculos que resistem não se devem necessariamente ao parentesco material ou consanguíneo, há por certo afinidades maiores ou menores e aversões, essas merecem especial atenção para que possamos compreendê-las e saibamos melhor lidar com elas.

Só permanece vivo o que nutrimos.

Um tecido do corpo humano só vive com a oxigenação que alimenta cada célula, basta cortar o fluxo que lhe dá vida e ele perece.

O que estamos nutrindo em nossas vidas?

É possível que uma reflexão diária, desarmadas nossas defesas internas em permanente alerta, nos permita começar a tatear as razões que nos entristecem e impactam nossas vidas ou a de alguém mais que está ao lado.

Olhar para nós mesmos, atentando para determinada ação que estamos adiando é um caminho possível, se não conseguimos fazer esse percurso sozinhos procuremos a força interior para pedirmos ajuda.

Se prestarmos atenção em nossos dias perceberemos que não sabemos quase nada, razão pela qual não conseguimos responder a uma série de dúvidas que nos inquietam, em especial muitas das situações que ocorrem dentro de nossas casas.

Porque se faz tão difícil admitirmos nossos limites?

Orgulho, vaidade, vergonha, medo?

Engano pensar que seja possível sermos instrumento de algum mal que afete somente a nós mesmos, sempre haverá um alguém ao menos que sofrerá conosco.

É difícil virar a página e seguirmos adiante se, ao olharmos para trás, nos depararmos com tantas pendências que nos acompanham e que nos remetem a todas as páginas de uma vida que pensávamos tê-las virado, de nada adianta voltarmos a elas somente para sofrer, vale a pena revisitá-las para nos libertarmos para melhor viver.

Sim, temos limites e, ao admiti-los não seremos menores, descobriremos como é preciso sermos fortes para encararmos nossas limitações, fácil não é, mas é possível.

Quanto a quem se socorrer e pedir amparo, peçamos com fé a Deus, que não faz restrições a nenhuma crença, Ele pode nos sugerir algum caminho, pode vir num sonho, por alguém que nunca vimos ou de uma pessoa com quem convivemos há anos, esse momento será inesquecível.

Paz e serenidade!

Inserida por pauloafonsobarros57

Mudanças em curso...

Quando de mais um dia na Faixa de Gaza, um fotógrafo capta numa imagem toda a insensatez humana, uma menina, com cerca de dois anos de idade, cobre os olhos da boneca que traz apertada ao peito, como se pudesse protegê-la da visão do horror que testemunha numa área recém-bombardeada e caótica, em escombros e com dezenas de vítimas. Não se faz necessária legenda ou explicações.

Arenas dos Césares, as Cruzadas, Inquisição, Guerras Napoleônicas, Primeira e Segunda Guerras Mundiais, Guerra Fria, Vietnã, Iraque, Apartheid na África do Sul, tantas outras guerras tribais que persistem, todas tem em comum a opressão do ser humano por seus iguais, é o homem em sua cíclica história de conflitos fratricidas.

Não há justificativas ou atenuantes para essas ações trágicas que sempre trouxeram dor e sofrimento à humanidade, com milhões de desencarnes ou sequelados com limitações físicas e emocionais, mostras inequívocas dos apegos ao fanatismo, à vaidade, orgulho e rudez do grau evolutivo em que nos encontramos.

Em meio a todas essas tragédias da história humana na Terra, há outras tantas mascaradas que persistem e abrigam o mesmo princípio, a do poder econômico e político que retroalimenta a violência, fazendo com que a elevada concentração de renda no globo terrestre seja em si mesma a maior das barbáries.

Conhecimentos científicos já existentes que já poderiam ter resolvido problemas básicos nos países mais pobres são ainda meras moedas de trocas, protelando-se as inúmeras possibilidades de um desenvolvimento sustentável, com reduções drásticas da contaminação do meio ambiente e das populações que desenvolvem mais doenças resultantes dos venenos químicos de tudo o que consumimos em nome da manutenção dos ganhos do capital.

Tecnologias avançadas e disponíveis que já permitem curas ou alívio do sofrimento humano demorarão décadas para serem acessadas pela população em geral prevalecendo os interesses econômicos.

Felizmente, em paralelo, está em curso um processo de sensibilização e mudanças representado por inúmeros grupos que nesse instante, em vários locais da Terra, levam socorro espiritual e material em milhares de frentes de trabalho compostas por pessoas que, independente de credos, são os trabalhadores da última hora, atuando decisivamente num período onde a Terra, plano ainda de expiação e provas, transita para um estágio de regeneração.

Todos os líderes políticos, religiosos, espirituais e empresariais tem um grande compromisso para com Deus, colocar em prática o que muito receberam pelas muitas oportunidades de apreensão de conhecimentos pelos estudos, avanços materiais e científicos, razão pela qual muito se pedirá a quem muito recebeu.

Os alertas recebidos do plano espiritual, e as derradeiras oportunidades estão sendo oferecidas para que espíritos encarnados deem sequência ao seu processo individual e coletivo de reforma interior, praticando o desapego, a humildade, a caridade, a generosidade e o amor ao próximo.

Não há castigo de Deus, há apenas a consumação das leis, ação e reação semeadura livre, colheita obrigatória.

Paz e serenidade!

Inserida por pauloafonsobarros57

Todos os filhos serão recolhidos...

Ambiente de absoluta escuridão parece mais um lugar de nada, há um vento frio e uma garoa incessantes e, ao fundo, ecoam estridentes vozes, algumas poucas a gargalhar, a maioria é de gemidos e prantos convulsivos, há tantos pedindo socorro meu Deus, legiões de seres com as mãos estendidas, vagueiam e tateiam nesse breu uma saída, alguém que os ouça.

Em meio à atmosfera tão densa alguns emitem débeis sinais de luz.

Há uma caravana de socorristas à espera dessas luzes pálidas, vieram em busca de mais uma pequena e significativa leva de seres em maturação.

Agora, com cuidado, delicadamente iniciam feliz colheita, um a um, são envolvidos em mantas aquecidas, recebendo fluídos ainda necessários que aliviam em parte seu intenso desconforto e sofrimento.

Com os acolhidos dessa exitosa missão a caravana parte para o pronto socorro mais próximo onde outros irmãos, em prontidão, estão para sequenciar o amparo designado.

Quantas incursões mais serão necessárias sabendo-se que milhares ainda ficaram?

Não importa, nenhum filho de Deus será esquecido, há, contudo que se respeitar as leis divinas, cada um no seu tempo, o mérito é individual e coletivo.

Paz e serenidade.

Inserida por pauloafonsobarros57

Confia...

Coração pequenino, apertado e em total descompasso, entre tantas palavras faladas, ouvidas e mal compreendidas, lembra-se de receber a notícia de que um ente frágil e querido está acometido por doença grave e incurável.

Foi-se lhe então todo o chão, os planos, não sabia mais o que pensar, esperava que Ele a ouvisse em suas preces e permitisse uma cura, era sua esperança, sem ela não sabia o que seria.

Desde então só enxergava vultos ao seu redor, tudo e todos estavam em cinza, nada parecia real.

Pedia e repetia a Deus, o que fazer diante dessa tragédia?

Sempre acreditara que nada nessa vida é por acaso, mas e agora?

Só sentia o medo e a dificuldade em aceitar, ciente estava que situações assim ocorrem diariamente para com muitos mais, afinal somos todos iguais, pobres ou ricos, não importam as crenças, certeza apenas de que a presença Dele, em quaisquer circunstâncias, é sempre certa.

Suplicava ajuda e admitia não estar conseguindo praticar os ensinamentos aprendidos, dentre eles o de, em qualquer dificuldade, Nele confiar com a fé inabalável e que esses momentos são oportunidades para praticar o desapego, sabendo ser essa vida apenas um lampejo necessário ante a eternidade que se seguirá.

Passado algum tempo ainda se percebe pensando em como tudo poderia ser diferente, mas um sonho recorrente, ambientado sempre num lugar diferente, a espera em cada adormecer, já estivera num hospital, numa escola, ouvindo palestras e orquestras.

Desta vez, logo após acordar, lembra-se da paz e conforto numa ampla e vistosa planície com brisa suave e o nascer do sol e a palavra que vem e vai, confia!

Paz e serenidade!

Inserida por pauloafonsobarros57

Histórias de amor...

Não tem início no tempo,
apenas já existiam,
afloram sem muitos porquês,
seguem um curso que suporta obstáculos,
não importa quão tortuosos sejam os caminhos,
a força que as move se revigora em
delicados sinais,
quando do sono agitado um único desejo,
um breve momento ameno e tranquilo,
quando da dor intransferível a presença
com o abraço e o colo que aliviam,
quando das crises naturais e humanas,
o recomeço ao amanhecer de um novo dia,
histórias de amor verdadeiro não se explicam,
nem sempre fáceis, são escolhas possíveis.

Inserida por pauloafonsobarros57

Centelhas divinas em nova jornada...


Véspera de uma necessária jornada, para uns de há muito ansiada, para outros compulsória, o planeta Terra, para onde serão guiados, possui ainda ambiente pesado e denso, os espíritos lá encarnados carecem de evolução para obterem o desapego de tudo que é material, das reações emocionais desajustadas e exacerbadas, dentre elas o orgulho, vaidade, mágoa, ódio, rancor, inveja e ciúme.

Não chegarão num lugar desconhecido, já estiveram por lá, para aqueles que fizeram por merecer serão colocados à prova obstáculos e recursos solicitados, em parte, por eles mesmos, outros, ainda mais embrutecidos, não terão muitas escolhas, todos, contudo, enfrentarão suas próprias limitações na expectativa de superar o que ainda lhes é difícil e doloroso.

Em decorrência do mérito individual exerceram a liberdade parcial das escolhas das metas a atingir, a começar das condições sociais, mentais, limitações do corpo físico, doenças que lhes infligirá restrições e as dificuldades correspondentes, muitos optam pela escolha do núcleo familiar de que farão parte, normalmente onde residem os ajustes mais necessários e inadiáveis.

Em termos de tempo, como conhecido nesse plano, cada um receberá o que necessita, minutos, horas, dias, anos, décadas, afinal uma encarnação é tempo curto.

Chegada a hora deles se apodera torpor suave e o esquecimento de todo esse processo, a benção do esquecimento do passado, contudo, ainda lhes restará intuições e pensamentos que os fará procurar o seu caminho.

Todos terão a seu lado, o tempo todo, um mentor e protetor que lhes acompanhará e vibrará para que façam as melhores escolhas, não pode ele em nada interferir, o livre arbítrio do espírito encarnado prevalecerá sempre.

Diariamente milhões de espíritos à Terra chegam para vestirem o invólucro limitante, apropriando-se ou não de mais uma oportunidade, nesse momento outros tantos a deixam, muitos antes da hora, sucumbiram diante das suas próprias limitações.

Quais serão as condições da próxima imersão?

Todos, sem exceção, somos centelhas divinas, estamos conectados e fazemos parte do Criador, vibremos para que eles e nós façamos as melhores escolhas e possamos retornar à verdadeira vida melhores do que quando aqui aportamos.

Inserida por pauloafonsobarros57

Seu rosto, seus olhos...

Seu rosto vive em minha mente,
luto contra o tempo para não esquecê-lo,
espalhei pelos cantos preferidos
cópias em vários tamanhos das
poucas fotos que restaram,
as primeiras mostram seu jeito acanhado,
com suas mãos escondendo parte de sua face corada
e seus cabelos de propósito desarrumados,
gosto de todas, mas há uma especial,
a que registra seus olhos expressivos e delicados
que me diziam tudo que eu precisava...

Inserida por pauloafonsobarros57

Já não há...

- Por favor, diz-me, agora, quanto você quer de felicidade?
- Ah, assim, do nada, sei lá...
- Por favor, diz-me, agora, quantas pessoas você quer bem?
- Tenho tantos amigos...
- Por favor, diz-me, agora, quando foi que disse amar alguém?
- Hoje mesmo, quando...
- Por favor, diz-me, agora, quando sentiu amor por alguém?
- Gosto de tanta gente...
- Por favor, diz-me, agora, dizer e sentir amor é igual?
- Acho que...
- Por favor, diz-me, agora, aceitaria não pedir nada em troca?
- Não sei...
- Por favor, diz-me, agora, quando foi que chorou de amor?
- Não me lembro...
- Por favor, diz-me, agora, o que te faria renunciar?
- Abrir mão assim, sem...
- Por favor, ouça-me, agora, não tenho dúvidas, amo você desde sempre, não senti-la e ouvi-la, longe ou ao lado, por um minuto, por um dia, por toda uma noite, seria um desafio e nem quero pensar nisso, acredito que nada é por acaso, não podemos tomar posse de pessoas, mais ainda de quem gostamos ou, em especial e de verdade, amamos, quando pedirmos provas de amor ele já não há...
- Por favor, diz-me, quando puder...
- Ah...

Inserida por pauloafonsobarros57

Caroço de manga...

É um dia de domingo e está a pensar se, quando criança, em tempos difíceis para gente humilde, quando sua família e a de tantos outros passavam por necessidades, havia sido feliz, recua aos poucos no tempo para um lugar bem longe de onde está agora, de lá surgem flashes, parece estar com seus sete, oito anos, bem menino.

Está correndo e brincando, descalço na terra de chão batido, num campinho onde se joga bola, lá estão uns vinte meninos, entre eles seus dois irmãos mais velhos que, após disputa de par ou ímpar, montam dois times, escolhido por um deles, jogam até de noitinha, cada partida tem uma regra, “cinco vira, dez acaba”.

Observa cena viva da mãe, louca de brava, chamando-os várias vezes, mas só depois dela dizer, “já pra casa, vô fala pro seu pai...“, é que correm pra casa, os irmãos pulam a cerca de ripas de madeira, ele passa entre elas, chegam suados e com as roupas encardidas da terra vermelha do Paraná, têm as canelas rochas, verdadeiros troféus desse dia.

O pai, tarde da noite, chega sempre cansado, finge então dormir, o ouve dizer, “Cadê os meninos, muita bagunça?” e a santa mãe responder, “Nada não, os meninos são bons demais”, além de bela, doce e serena é uma mãe que protege bem suas crias.

Ajeita-se no chão da sala, mãos na nuca, olhar no teto, leve riso no canto da boca, continua sua aventura, vê o que parece um pomar, tem abacate, goiaba, pêssego, amora, laranja e limão.

Parece cena de cinema, a imagem nítida, está sozinho, contente, sentado no batente da porta da velha casa de madeira, tem até chuva que já está passando e abaixa toda a poeira, como é gostoso o cheiro da terra molhada, está com as mãos e boca lambuzadas da polpa e fiapos de uma fruta, suga o restinho e chega à melhor parte, rói um caroço de manga que fica branquinho, branquinho.

Findas essas lembranças deseja que, em futuro próximo, possa estar com netos que ainda não tem dos seus três filhos já homens criados e que esses meninos ou meninas aprendam que, para estar feliz, mesmo em dias difíceis da vida, basta se lambuzar e roer um delicioso caroço de manga.

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Mantas da vida..

Quando inquietos, o que hoje não é raro, talvez estejamos a buscar sentidos no que ainda se faz oculto, mas está presente em nossa caminhada.

Difícil, mas necessário aprender com o tempo que o melhor é não escolher atalhos afoitamente, embora aparentem encurtar caminhos, apenas ensejam e alimentam a ânsia de chegar mais rápido, onde estão nossas entranhas para lá nos fartarmos de todos nossos segredos.

Apenas engano, necessário jornadear por onde tem que ser, assuntando os sinais, sons e cheiros que, por menores e supostamente desconexos que sejam, na verdade são significativos retalhos das mantas das vidas, estas sim, entrelaçadas com um único fim que ainda desconhecemos...

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Luar no Alasca...

ontem,
inquieto,
precisava arejar as ideias batidas,
dar uma fugida,
então dei um pulinho ali,
no Alasca,
lembrei de você e te trouxe uma pequena lembrança,
a lua estava por lá,
e não permanecia apenas bela,
é minha segurança e certeza de,
com ela,
reencontrar um tempo que assegura o ontem,
com o desejo de continuar para sempre...

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