Caracol
Passando um pequeno caracol observei como seu passar é desprovido de pressa, uma pressa que às vezes estraga, azeda.
Passando o pequeno caracol percebi que a vida assim sem pressa é mais bonita sentindo cada pequeno movimento que é dado rumo ao seu destino
Dançando e rebolando lentamente o caracol não olha para trás pois
Está sempre a um passo do seu próprio abismo.
“Do topo da escadaria em caracol, observava a atenção dela naquela leitura!!!
Até as velas acesas no candelabro ao chão, pareciam cansadas, mas os olhos seus, devoravam cada livro daqueles...um amontoado ao outro, como se colecionasse prazer e encanto, pelos romances e os contos!!!
Sua roupa de dormir sequer amassara, posto que ela, estática...continuava a virar página por página, absorvida e ávida pela história e tudo que dali extrairia!!!
Com o passar das horas, os pássaros lentamente iam despertando e o cantarolar deles, lá no jardim anunciavam que já era quase dia!!! Assim perdurava a rotina sua de todas as noites...como se vagalume fosse, de luz muito intensa e iluminasse sua mente, recriando um cenário sempre novo pra deleitar-se na boa leitura ...deixando o vagar da imaginação fluir os sonhos mais secretos do seu coração!”
Silvânia Alves Saffhill✨
Mulher caracol,
precisa voltar para dentro
onde é no escuro que se encontra a luz,
onde se encontra em sua própria pele.
Mulher caracol,
cresce quando se enxerga,
é enrolando-se pra dentro, para o profundo
que se auto conhece,
auto descoberta.
Nos caracóis dos seus cabelos
Ela enrolava os cabelos em caracol
Porque os seus pensamentos eram parafusos.
E era tudo por minha causa.
Quanto mais ela disfarçava, mais ela demonstrava,
Não sabia ela que estava no jogo do amor.
Quanto a mim?
Revirava-me na cama,
Porque bom mesmo é sonhar acordado.
No encontro do nosso beijo pairávamos no ar
Como borboletas dançantes.
E naquele cativante olhar cor de mel enlouqueci,
Enlouqueci de vez pra ser feliz de vez.
Ríamos à toa,
Na menor distância,
Corríamos para o abraço.
E tudo por causa
Dos caracóis do seu cabelo.
Antologia Poetas Brasileiros Contemporâneos - Vol. 120 (2014)
Câmara Brasileira de Jovens Escritores
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O Mendigo de Si
Tenho um teto — eis a concha,
mas o caracol já partiu.
Quatro paredes me cercam,
mas nenhuma me contém.
Tenho uma cama — é porto,
mas o barco não chega a si.
Meus lençóis envolvem o corpo,
mas a alma foge em segredo.
Tenho amigos — bons, presentes —,
e, ainda assim,
minha solidão fala mais alto
que todas as vozes ao redor.
Tenho família — carinhosa, constante —,
mas algo em mim duvida
do amor que recebo.
Talvez por nunca me sentir digno.
Tenho fé — rezo, creio, suplico —,
mas a esperança é fruto
que apodrece na mesa posta.
Acredito em Deus,
mas duvido de mim.
Não me falta coisa alguma.
Falta-me o ser que as coisas têm.
Até o pão que como
tem o gosto de outro pão —
um que ninguém me dá.
Pergunto-me, sem resposta:
se tudo em mim é empréstimo,
quem sou eu quando não peço?
Sou um mendigo de mim,
perdido no que me sobra.
E, se um dia me acharem,
que me devolvam a alma.
Ah, não é ingratidão,
nem demência, nem soberba.
É possuir tudo —
e, no fundo do peito, descobrir
que nada se tem.
Não me falta o pão,
nem o teto, nem o abraço.
Falta-me o gosto de existir.
Tudo me sobra —
e, mesmo assim, falta-me o nome
do que perdi antes de possuir.
Talvez não exista esse “eu”
que espero reencontrar
como quem acha as chaves
no bolso de um casaco antigo.
A existência é um caracol
De curvas e lombadas
Tem o breu da lua e o brilho do sol
Sobe e desce e algumas paradas
Neste cordel,
Amor tem que ter no farnel
Viva Lá Vita
O valor da minha vida é um peso desconhecido,
Da minha própria não meço pois sei o que é ter que a ter sido,
Que a vida vale o valor do amor e o preço de o ter vivido,
Vale a minha dor pelas amostras que te dei depois de ser esquecido.
Mas ouvi dizer da vida que pelo cano se mata.
Que pelo desengano o cravo vermelho vaia o tirado.
Tirano a quem o diabo passou rasteira à força da chibata
Lhe foi finda a vida à cabeçada, caído da cadeira forrada de napa.
Oh vida quanto valor tendes
Pra chuva que do vapor pendes?
Oh vida quanto valor tendes
Pro vento e para as palavras que trago cá dentro?
Oh vida quanto valor tendes
Pra luz que auguro tirar-nos do escuro?
Oh vida quanto valor tendes
Pra flor que de ti ceifo e ofereço ao meu amor?
Produto da equação sem diferença nem matemática,
É o grito do Ser que faz estremecer toda a galáxia.
Pergunta errante a quem navegou miríade de anos luz.
Vida que me seduz a ilusão de criar unidade de medida,
Deslumbro a aurora sei que vivo num núcleo sem saída.
Esfera do mundo onde tu vida deixaste por todos os lugares,
Aurora boreal centelha nuclear que separas a morte do imaginar.
Vida, fractal infinito que redopia no tecido espacial,
Viver que me permite falar de ti mesma e ao mesmo tempo ser
A mim próprio digo aquilo que não podia dizer sem viver.
Foi chuva que me deu a parra da uva e o vinho.
A vontade de ser eu a redopiar sozinho,
Pelas ruas do pender à sorte de tostão ter,
Que me fez ver o quanto a vida podia valer.
Foi vento que me segurou na estrada do verter,
Atento e sem contratempo à sorte do escolher,
Se as palavras que trago cá dentro são morte
Ou escritas frases que ditam as alegorias do viver.
Foi luz que trouxe a mente da outra ponta norte,
Que me ofereceu a mais humilde água-forte,
Que guardo para não desvanecer do por do sol,
Porque a vida é maior valida se for a ver o sol nascer.
Foi flor que ainda vive nas veias do meu amor,
Que ceifei da vida pro saber como dar valor à minha dor.
Orquídea, antúrio, cravina, gerbera ou girassol,
Vida é deixar florir a flor onde se alimentará o caracol.
A verdade sempre chega tarde demais porque anda mais devagar que as mentiras. A verdade rasteja no ritmo de um caracol.
CEVADURA
O que vindes pescar?
Uma angústia pro anzol?
O que tens a cevar?
Um projeto em estol?
Na coragem encalhar?
Sempre há um farol
Força para enfrentar
A vida em caracol
Muito amor pra vingar
Alegria no rol
Outro porto a mirar
Na Luz raio de Sol!
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