Cansei de Acreditar no Amor
Para que minha vida me bastasse, precisava dar seu lugar à literatura. Em minha adolescência e minha primeira juventude, minha vocação fora sincera mas vazia; limitava-me a declarar: "Quero ser uma escritora". Tratava-se agora de encontrar o que desejava escrever e ver em que medida o poderia fazer: tratava-se de escrever. Isso me tomou tempo. Eu jurara a mim mesma, outrora, terminar com vinte e dois anos a grande obra em que diria tudo; e tinha já trinta anos quando iniciei o meu primeiro romance publicado, A convidada. Na minha família e entre minhas amigas de infância, murmurava-se que eu não daria nada. Meu pai agastava-se: "Se tem alguma coisa dentro de si, que o ponha para fora". Eu não me impacientava. Tirar do nada e de si mesma um primeiro livro que, custe o que custar, fique em pé, era empresa, bem o sabia, exigente de numerosíssimas experiências, erros, trabalho e tempo, a não ser em virtude de um conjunto excepcional de circunstâncias favoráveis. Escrever é um ofício, dizia-me, que se aprende escrevendo. Assim mesmo dez anos é muito e durante esse período rabisquei muito papel. Não creio que minha inexperiência baste para explicar um malogro tão perseverante. Não era muito mais esperta quando iniciei A convidada. Cumpre admitir que encontrei então "um assunto" quando antes nada tinha a dizer? Mas há sempre o mundo em derredor; que significa esse nada? Em que circunstâncias, por que, como as coisas se revelam como devendo ser ditas?
A literatura aparece quando alguma coisa na vida se desregra; para escrever - bem o mostrou Blanchot no paradoxo de Aytré - a primeira condição está em que a realidade deixe de ser natural; somente então a gente é capaz de vê-la e de mostrá-la.
No dia em que a Universidade me atestou, em pergaminho, uma ciência que eu estava longe de trazer arraigada no cérebro, confesso que me achei de algum modo logrado, ainda que orgulhoso.
Quem eu sou? Um gago mudo e um cego daltônico.
Crendo no Buda Católico, no Maomé Protestante e no Jesus do Islã, vivo uma paz nervosa!
Basicamente vestido com roupa preta clara, porque o branco escurece - o contraste evidencia meu lado negro.
Acho que sou um clichê inédito e um plágio criativo! Um ET terráqueo de improviso planejado com entretenimento monótono e uma tristeza feliz...
Mas o que eu não fui, o que eu não fiz, o que nem sequer sonhei;
O que só agora vejo que deveria ter feito,
O que só agora claramente vejo que deveria ter sido —
Isso é que é morto para além de todos os Deuses,
Isso — e foi afinal o melhor de mim — é que nem os Deuses fazem
viver …
Se em certa altura
Tivesse voltado para a esquerda em vez de para a direita;
Se em certo momento
Tivesse dito sim em vez de não, ou não em vez de sim;
Se em certa conversa
Tivesse tido as frases que só agora, no meio-sono, elaboro —
Se tudo isso tivesse sido assim,
Seria outro hoje, e talvez o universo inteiro
Seria insensivelmente levado a ser outro também.
Mas não virei para o lado irreparavelmente perdido,
Não virei nem pensei em virar, e só agora o percebo;
Mas não disse não ou não disse sim, e só agora vejo o que não disse;
Mas as frases que faltou dizer nesse momento surgem-me todas,
Claras, inevitáveis, naturais,
A conversa fechada concludentemente,
A matéria toda resolvida…
Mas só agora o que nunca foi, nem será para trás, me dói.
O que falhei deveras não tem esperança nenhuma
Em sistema metafísico nenhum.
Pode ser que para outro mundo eu possa levar o que sonhei,
Mas poderei eu levar para outro mundo o que me esqueci de sonhar?
Esses sim, os sonhos por haver, é que são o cadáver.
Enterro-o no meu coração para sempre, para todo o tempo, para
todos os universos.
Nota: Trecho do poema "Na noite terrível"
Eu tropeço no possível, e não desisto de fazer a descoberta do que tem dentro da casca do impossível.
3d
"Se for pra fugir de algo que seja de meus
pensamentos. Infelizmente eles me levam
sempre até você."
Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Aí do lado
Que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm
Não entendo por que algumas pessoas tratam as outras tão mal, será que elas se sentem superiores? Ou será que esse é o único jeito de elas se sentirem alguém?
Não se deixe levar pela aparência! A falsidade conhece muitas combinações para enganar pessoas de bom coração!
A representação do mundo é obra dos homens; eles o descrevem a partir de seu próprio ponto de vista.
Cada criatura humana traz duas almas consigo: uma que olha de dentro para fora, outra que olha de fora para dentro.
Em grego, 'idios' quer dizer 'o mesmo'. 'Idiotes', de onde veio o nosso termo 'idiota', é o sujeito que nada enxerga além dele mesmo, que julga tudo pela sua própria pequenez.
Uns bons goles na fonte da razão ajudam a apagar o fogo do coração.
Quando sentir vontade de chorar, plante uma bananeira, assim as lágrimas não irão cair.
(Hua Ze Lei)
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