Cada qual tem um Gosto que o Arrasta
Até depois se Deus assim permitir
Eu vou, pois lá é o meu lugar
Oh, cerrado! Devo ir
Te gosto mas pra beira mar vou voltar
O fado é quem determinou
Despeço de ti com gratidão
Se vim agora vou
Pois o meu poetar aqui sente solidão
EXILADO
Quem jogou na minh'alma essa solidão
Que brada angústia com gosto amargo
E à ardente boa ventura causa embargo
Encarcerando está ânsia no meu coração
Quem com mãos frementes teve encargo
De incinerar com silêncio toda a emoção
Se o amor no viver necessita de sedução
E o fado no ter sorte quer este desencargo
Assim, como então sair duma maldição
Oh! Doce e pura felicidade, de olhar argo
Observe, e neste exílio me traga solução
Ah! Desventurado e vil desígnio letargo
Que me vê nesta temerosa e fria prisão
E me algema sem qualquer desembargo
Luciano Spagnol
Julho de 2016
Cerrado goiano
Maldição
Se da má sorte, tive gosto da amargura,
Envelopado pelo asno e uma maldição,
Me vi chafurdado em uma lama escura,
Hoje, minha paixão abrirá em erupção.
Me deixei inerte sem cólera e loucura,
Os abraços sem laços e sem ter ação,
A solidão em atos vis e de vil tortura,
Agora sou grito, pronto pra explosão.
Maldito sejas o olhar por mim perdido!
O silêncio deixado no doce coração,
Dos amores o amor não será vencido.
Se calado antes mesmo de ter e ser,
A grata emoção não será mais em vão...
Minha compaixão é maçante no viver!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
22/08/2018
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
TORMENTO NO SONETO
O fado, comigo, não teve deleite
Tem um gosto agridoce meu dia
Devoluto, e sem lisonja fugidia
Na ventura me sinto um enjeite
Lembranças, só são de nostalgia
Um poetar desnudo, sem enfeite
Inspiração desmaiada como leite
E a lágrima de tão pouca alegria
As doces palavras sem onde deite
O ânimo com nuance sem ousadia
O coração desprezado, quem aceite
E mesmo, num tal tormento, quereria
Um olhar de afogo, sorriso que afeite
Onde minha sorte, pudesse ter alforria
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Novembro, 2016
Cerrado goiano
[…]pão de queijo
tem pra todo o gosto
gostoso como beijo,
grande, miudinho, simples, composto
e o cheiro, ah! exagerado por demais
janeiro, fevereiro, agosto
qualquer dia, mês, hora - são os tais!
de manhã e de tarde no café, disposto
é bão demais sô! Uai, é daqui das Gerais...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14 de agosto de 2020 – Araguari, MG
TANTO GOSTO DO CERRADO
Tanto gosto do cerrado, a árida poesia
De tuas planícies, teu chão cascalhado
Ao pôr os olhos em ti, o impar agrado
Sensações nas tuas, agradável melodia
E na tua imensidão, bárbara quantia:
De encanto, magia, plural e arrojado
Pois eu, encantado, junto ao teu lado
Sou bardo, cantador, que poética cria
Se a tua diversidade, enfim, consiste
Ser o diferente que a sensação sente
De aroma que só no teu chão existe
Inspiração que persuade divinamente
Ó intenso cerrado, que o belo insiste
Num pôr do sol acobreado e luzente...
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
08, outubro, 2021, 16’10” – Araguari, MG
AQUELE AMOR
Era tão do agrado, almas enamoradas
As sensações que tanto gosto faziam
Cheio de desejo e emoções douradas
A paixão que os olhares consumiam
Aquele beijo molhado, doce ventura
Com força de quero mais, felicidade
Era tão comum na partilhada ternura
Ah! como deixou no peito a saudade
Eram eus que se davam com carinho
Por inteiro. Afeto sussurrado baixinho
Ao coração. E, no meu e teu, o ardor
Hoje, na solidão de você, recordação
Chora minh’alma querendo remissão
Pois, ainda me gastando aquele amor...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21, outubro, 2021, 15:39 – Araguari, MG
TRIBUTO
Eu acato cada verso de uma poesia
Com gosto de ventura e de passado
Onde cada ritmo é um elevo sagrado
De dourado sonho e sentimental via
Bendigo o vocabulário em sintonia
A ousadia duma inspiração, ao lado
A poética que faz do bardo fadado
Ao tom intenso que d’alma contagia
Os versos são eternos, com riqueza
Da mente que tem saudade, tristeza
Também, de ser emotivo, ser amado
Sensação que torna vez em quando
A imaginação no imaginário voando
Para se tornar no aplauso venerado
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
13 fevereiro, 2022, 15’25” – Araguari, MG
CHEIO DE GRAÇA
Eu gosto da prosa que se veste de paixão
De um coração cantante da canção exata
Dos olhares poetados cheios de sensação
Do peito suspirando numa doce serenata
Não gosto de sussurros numa inspiração
De choro que fere, incerto termo, bravata
Gosto de flor dada com genuína emoção
Então, que seja adorno de ouro ou prata
Gosto do abrigo do abraço que contagia
Que faz a alma dançante, com toda raça
Da poética do fado que traz a companhia
Em sendo assim, estar no acaso que passa
Trazendo aos versos aquela atração luzidia
Do amor, deixando o soneto cheio de graça
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
22 fevereiro, 2022, 18’26” – Araguari, MG
Apanhador
Uso os versos para compor o meu vazio
A poética tem a pulsação no aconchego
Gosto do tinido tão cheio de desapego
Do silêncio, assim, os momentos, recrio
Compreendo bem o sotaque do cerrado
O balé do vento entre as folhas, aprecio
Tenho em mim o cheiro do mato, de rio
E, n’alma um ser do sertão, apaixonado
Trago abundância, a ilusão, sou afetivo
O meu abraço é maior que um legado
Sou apanhador com visível significado
De um olhar, do toque, daquele motivo
Queria que a safra fosse de arrepios
Que cada formato, o poema narrativo
De amor, assim, sendo, o latejo vivo
Arfando, sobretudo, os meus vazios
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
06/08/2023, 19’32” – Araguari, MG
*paráfrase Manoel de Barros
‘ÁLCOOL’
Às cegas, a cozinha definha.
Sozinho, a madrugada consome.
O gosto de vodca tem fome.
Paredes anunciam rotinas.
No estômago, a água declina.
Desequilíbrio a cabeça tortura.
Na vida, tudo amargura.
Vulneráveis pernas toxinas.
Metafísica a cadeira suporta.
Reflexos viajam no fardo.
Não atendera vozes de portas,
Ou sentimentos desesperados.
O vazio fingiu-se, desbota.
O álcool ficara calado!
'SINTO FOME'
A fome tem gosto queimadura,
e queima a alma.
Grunhido latente apregoando penúria.
A missa ainda reza aos órfãos,
pobres nas calçadas!
Olhares martírios,
e tantas outras melancolias...
Urubus Garbosos,
- mirando pasmos entre si -
pulverizando o divino pernil jogado.
Sublinhadas orações passadas,
alertando o sino amordaçado:
é hora de avocar!
Mendigar acenos...
A luz penumbra,
lembra indumentários,
- e uma cama quentinha! -
Escuridão, escuridão!
Porquê embrulhas o tempo indelével?
Tempos de fome,
sonhado nas portas das igrejas...
Fome na espinha!
A triste viúva e seus rosários,
sem revindas no caminhar matinal.
O contemporâneo-bicho-papão,
e suas rezas não vindas.
Excêntrico que assusta,
fome de arrimos...
'ANIVERSÁRIO'
Não gosto de aniversário! De comemorar um ano a menos. Muito chato! Aqueles bolos recheados, devorados por dentro sob à mesa...
Não me dê presentes! Consideremos. Nada de parabéns por uma data destarte. Aniversário não tem sentido. É muito ambíguo. Certo! Já tenho setenta...
Talvez esteja desgastado pelos ventos, Tanta hipocrisia nos olhos. E dias miraculosos. Soltos à espera de destroços. Óbito nos cantos. Não quero velas, não quero palmas...
Ah saudoso aniversário! Quando ao lado cultivava esperanças. Bonanças nas tempestades. Fervilhando-me a alma e a ponta dos pés...
Não quero ser lembrado. Sou indignado por abraços e míseros aniversários que me faz ser humano a cada passo. Ultrajado. Desgastante...
Gosto de meio a meio, de meio-dia, de meia-noite, de meia-luz, de meia-entrada, etc. Mas detesto meias verdades e meias mentiras. Ou você fica de um lado do muro ou do outro. O que não pode é ficar em cima. Opinião é importante, decisão é fundamental. Atitude, porém, não tem preço.
Eu gosto de ouvir que "tudo vai ficar bem", mas não significa que eu acredite que "tudo vai ficar bem".
Amor de irmão... Tenho muito. Às vezes são chatos, mas gosto deles do jeitin' que são.
São gêmeos como eu. O que temos de parecido? Ahh! Com certeza o coração. É, com certeza o coração. É desses que não cabe no peito, cheio de sentimentos bons.
Ahh! Nós, irmãos. Podem chamar na madrugada, furamos não, furamos não. Não é exagero. Não há madrugada escura que nos assuste, a razão fica meio de lado, saímos guiados pelo coração, seja o motivo que for. Se um precisou do outro, ou o outro precisou do um, furamos não, furamos não.
Irmãos que estendem a mão para amigos, parentes... para um outro irmão, a qualquer hora do dia ou da noite, o sobrenome bem poderia ser coração.
Mas vai dizer que nunca brigaram em alguma ocasião??
Claro que sim, vivente. Se não brigássemos, não seríamos irmãos.
Tenho os melhores irmãos do mundo, iguais não há nenhum, pra aturar a neguinha aqui não poderia ser qualquer um. Deus mandou as criaturas certas, e por isso agradeço de coração.
Sou sortuda por ter vocês por perto, como amigos, como irmãos, os quais admiro desde sempre e tenho grande gratidão, pelo afeto recebido durante a nossa criação. Isso se dá até hoje, pois amor de irmão não acaba não.
Por que gosto de você?
Vamos lá...
Bem, não encontrei motivos para gostar de você.
Por isso acredito que é esse "tal amor", porque não há motivos; acho que é certo não haver um motivo.
Se alguém Ama por um motivo, acabará mudando de idéia quando não tiver mais motivos.
Não quero ter motivos, apenas escolher querer está ao seu lado, mesmo conhecendo sua pior versão, escolho ficar.
Gosto tanto de ti.
Os seres humanos são como energia.
Sinto como se houvesse uma lâmpada dentro de mim, que se apaga quando não sou correspondido.
Gosto tanto de você que às vezes me perturba.
Você desperta algo em mim que não consigo controlar.
Por que você acendeu a luz dentro de mim, mesmo sem ter a intenção de fazê-lo?
Embora eu queira segurar sua mão, prefiro soltar completamente e isso parte o meu coração.
Por um momento, sonhei, mas fantasias são um caminho perigoso.
Mas, ao mesmo tempo, é inebriante se permitir sonhar e sentir o amor que arde em meu coração.
É preciso equilibrar a razão com a emoção e avaliar se a situação é realista e saudável para ambos.
O amor é uma força poderosa que pode nos elevar a grandes alturas ou nos fazer mergulhar em abismos profundos.
É importante avaliar se essa paixão é correspondida e se há um futuro possível juntos. De qualquer forma, é preciso ter coragem para amar e seguir em frente, mesmo que isso signifique correr alguns riscos.
Eu não consigo entender se da boca que disse eu gosto de você também disse não há nada que eu possa fazer.
Preciso resolver algo que deixei estacionado e se depois tiver que acontecer a gente volta a se ver.
As ondas do mar carregam lembranças do que já fomos
Numa dança de momentos perdidos e sonhos que afundaram
Nossas pegadas na areia agora se apagaram
E o vento sopra as palavras não ditas que se soltaram
Talvez tenhamos sido marés destinadas a mudar
Levando nossos sentimentos para longe, sem voltar
Mas o tempo não é nosso inimigo, é só uma canção a tocar
E se a vida nos der uma nova chance, quem sabe poderemos recomeçar
A cada 10 de agosto, lembrarei desse banco à beira-mar
Das palavras não ditas e do sentimento que quisemos preservar
Mesmo que as águas tenham nos levado para longe, em algum lugar
Talvez nos reencontramos na melodia das estrelas a brilhar.
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