Solidariedade com comida
Em tempos de crise, ebó com comida eu ofereço à minha família. Entidades, se forem de luz, entenderão.
No sertão!
Aqui eu tenho felicidade
nos arvoredos do sertão
a comida é de qualidade
e faz gosto a educação
aqui não tem ansiedade
só paz e tranquilidade
e muito amor no coração.
Guibson Medeiros.
RESSACA BOA
Final de ano de muita festa,
De comida, bebida e seresta.
Não tem hora pra acaba,
No outro dia a ressaca que vai fica.
Tem ressaca boa,
Que a gente ri à toa.
Tem ressaca da consciência,
Que vem cheia de advertência.
Tem ressaca da bebida,
Do licor e da comida.
Tem ressaca atrevida
Pega gente desprevenida.
Tem ressaca do vexame,
Por quebrar o vasilhame.
Tem ressaca de doer,
Só o analgésico tem poder.
A cabeça tá doendo,
E o intelecto tá fervendo.
Por saber o que está acontecendo,
Nessa hora vem o arrependimento.
Esta é a última,
Não tem penúltima.
Peço a cura, sem demora,
Da promessa que faço agora,
Final de ano é alegria,
Encontro de mãe, pai, irmão e tia.
Amigos por simpatia,
Dançam ao som da melodia.
É momento de encontro,
Com direito a ficar tonto.
É permitido sair do ponto,
É poesia, poema e conto.
Essa ressaca não tem preço,
Veio recheada de adereço.
Vem do abraço de quem conheço,
Tem fim, tem meio e tem começo.
É ressaca da lembrança,
Dos amigos de confiança.
Pois é só entrar na dança,
Pra fazer do amor a aliança.
Se a noite foi bela,
A ressaca cinzela.
Se a festa foi boa,
A ressaca ri à toa.
Fim de ano é alegria,
De ressaca todo dia.
Fim de ano do bom encontro,
Não importa passar do ponto.
Élcio José Martins
A escola que oferece conhecimento atrai intelectos, mas a que oferece comida atrai estômagos! Barriga cheia desoxigena o cérebro. Cabeça cheia esquece a fome.
COMO EU
João! João vive como eu...
Pobre assalariado,
fincado no emprego
comida, todavia simples
desagregado da liberdade
nunca tem tempo!
Para viver em total felicidade.
João, mora como eu...
Mora em casa simples...
As vezes desmorona,
as vezes seu bairro se alaga...
João paga... Paga, esgoto,
luz, paga água...
Comida, bebida
condução e aluguel
paga tudo, nunca tem nada!
O João passa como eu...
Sempre na falta do mundo
passa por emprego, pela fome
passa por ai com esperança
passa desempregado
passa até mesmo...
A vergonha de ser homem, homem
em um país que os mandantes
são lobisomens e esses animais
tem auxilio para tudo, tudo...
Até mesmo para desviar
todo o nosso tesouro, e depositar...
Nas terras de outros homens
João morre?
Sim! Sim, o João morre como eu...
Sem dinheiro para ser enterrado,
bramura silenciosa
poucas lagrimas... Morre em
uma casa desprovido de riqueza
sobre uma cama apertada,
duas tabuas como mesa
e bocas bocejando p'ra você...
Coitado, uma pessoas tão boa!
Homem integro
um nobre ser.
Antonio Montes
Sou comedora compulsiva
Não consigo parar de pensar em comida, acabo de almoçar e já estou pensando na janta, fico de olho em todo mundo que está comendo delícias, já passei várias vergonhas, eu não sei mastigar, eu engulo os alimentos então por milhares de vezes eu fui a última a me servir e a primeira a acabar de comer, todo mundo nota, no início ficava bem constrangida, depois ia logo explicando a minha mania de comer rápido.
No trabalho sou a pedinchona, aquela que não poder ver ninguém comendo que pede um pouco, aquela que tem fome de comidas específicas, aquela até que vai pegando comida do colega sem pedir, acha que tudo é compartilhado por todos assim como ela faz.
Foi superdifícil me assumir assim, saber que eu estava doente e que a comida me controlava e me levava a obesidade inúmeras vezes num processo sanfona de vai e volta.
Quando compro um bolo, como ele a cada cinco minutos e só descanso depois que acaba, isso acontece com tudo, como até acabar, como mesmo satisfeita, como mesmo com a barriga para explodir, sei que é uma doença, mas tenho certeza de uma coisa: a comida me domina.
Todo mundo repara no meu jeito de comer, como com pressa, sem foco, sem intervalos, sem conversar com ninguém, sirvo a sobremesa bem antes que todo mundo com medo de acabar.
Fico constrangida com tudo isso, sou tão estabanada que quase sempre me sujo, sujo as roupas e deixo comidas pelo chão da casa, tudo isso me deprime, principalmente o fato de nunca guardar comida para ninguém, eu só penso em mim quando o assunto é comer.
Ainda não cheguei na fase de comer escondido, mas já escondi comida para que ninguém da minha casa comece as minhas guloseimas prediletas.
Hoje eu me reconheço doente, não frequento psicólogos ou grupos de apoio, não me sinto satisfeita com esse diagnóstico, mas estar consciente é um belo e grande caminho para recuperação.
Não sei a quem atribuir essa culpa, já fui magra e me sentia gorda, já tive nojo de comidas, já fiz regimes sem precisar, estando no meu peso ideal, já misturei e ainda misturo fome com emoções.
Se estou triste como, se estou alegre como, se estou entediada como, se estou chateada como também, nunca sinto fome pois estou sempre mastigando e engolindo alguma coisa.
Quase sempre chego a passar mal, sinto como se fosse explodir, sinto como se tivesse comido por anos, mas não me controlo.
COMO EU
João! João vive como eu...
Pobre assalariado,
fincado no emprego
comida, todavia simples
desagregado da liberdade
nunca tem tempo!
Para viver em total felicidade.
João, mora como eu...
Mora em casa simples...
As vezes desmorona,
as vezes seu bairro se alaga...
João paga... Paga, esgoto,
luz, paga água...
Comida, bebida
condução e aluguel
paga tudo, nunca tem nada!
O João passa como eu...
Sempre na falta do mundo
passa por emprego, pela fome
passa por ai com esperança
passa desempregado
passa até mesmo...
A vergonha de ser homem, homem
em um país que os mandantes
são lobisomens e esses animais
tem auxilio para tudo, tudo...
Até mesmo para desviar
todo o nosso tesouro, e depositar...
Nas terras de outros homens
João morre?
Sim! Sim, o João morre como eu...
Sem dinheiro para ser enterrado,
bramura silenciosa
poucas lagrimas... Morre em
uma casa desprovido de riqueza
sobre uma cama apertada,
duas tabuas como mesa
e bocas bocejando p'ra você...
Coitado, uma pessoas tão boa!
Homem integro
um nobre ser.
Antonio Montes
O inverno é tempo para conforto, para comida boa e calor, para o toque de uma mão amigável e para uma conversa ao lado do fogo: é tempo para casa.
Vida de cachorro vira-lata não é fácil.
Basta um pratinho de comida, um pouquinho de carinho e ele vai te seguindo, se torna até seu melhor amigo.
É tão forte, não existe doença que o derrube, um cercado que o segure e nem um cão bravo que o iniba.
Mas passa uma cadelinha no cio e cadê teu grande companheiro? Se perdeu no mundo!
Sem rumo, brigando, passando frio e fome.
Vida de cachorro vira-lata não é fácil.
E se der vontade voAR...
ARborize-se e permita os pássaros aninharem-se, logo, à procura de comida, voARão e sua mente também!
As pessoas só darão valor ao prato de comida que tem, depois que entender a diferença entre sentir fome e passar fome.
Saudade é um sentimento difícil de explicar. É uma paisagem, uma foto, uma música, uma comida, uma palavra, uma roupa, um filme, um perfume, um jogo, um olhar, um abraço... Saudade é a memória, a lembrança, a vontade. Saudade é a solidão, a ausência, a melancolia. O que é a saudade senão o tempo que não volta?
Jamais irei entender um mundo onde pessoas desperdiçam comida enquanto um continente inteiro morre de fome. Onde tem pessoas morrendo doentes enquanto a cada minuto tem alguém no mundo cometendo suicídio. Não me entra na cabeça esses absurdos. Não consigo entender uma coisa dessas, e o pior é que as pessoas vivem como se isso fosse invisível aos seus olhos e não fazem nada pra mudar essa situação.
Onde há a comida que me alimenta, há também os cheiros e os sabores dela, mas não sentirei nenhum prazer se não tivesse em minha própria língua e olfato a percepção e a distinção dos mesmos. Portanto, sou a razão do prazer que sinto. Se o prazer é pecado, então nossa existência é pecado.
Que estás esperando?
Ama a tua vida,
Come a tua comida
Bebe, também, a tua água
Mas não te esqueças do próximo.
