Bolero de Ravel Carlos Dummond de Andrade
Eu poderia falar todas as línguas faladas na terra e até no céu, mas, se não tivesse amor, as minhas palavras seriam como o som de um gongo ou como o barulho de um sino (I Coríntios 13:1).
Se for para matar alguma coisa, que se faça no nascimento, absurdo seria cultivar um sentimento destinado a perecer. Há duas formas de morrer: quando se desiste de viver e quando se desiste de amar.
A sinceridade fere mais que a mentira e não poderia dizer o que penso sobre a mulher que ainda ama o ex marido que segue noutro relacionamento ou, a que espera a promessa de um homem casado, que vai decidir se termina ou não o casamento para ficar com ela.
Se as palavras autorais não valem nada, aquelas alheias, copiadas e coladas, muito menos. Não passam de flores murchas, roupas usadas e descartadas, restos de um banquete, onde muitos saciaram a fome.
No fundo não controlamos o que pensamos, os nossos pensamentos, bons ou ruins, nos dominam. Quem controla o que pensa, gere a própria vida, o próprio destino.
O Deus pregado por muitas entidades evangélicas (associações civis com fins lucrativos) estaria à disposição das pessoas, para fazer todas as suas vontades e realizar todos os seus desejos, mediante o pagamento em favor, não desse Deus, mas dos seus pretensos representantes. Esses que jamais viram Deus, pensam que podem falar em Seu nome. Na histeria individual e coletiva, muitos pensam que são deuses, até os 'adoradores' pensam que podem, tudo, em Seu nome.
Aquele que puder observar dentro de si mesmo, talvez enxergue que não se exalta o vaso, mas a essência e o conteúdo.
Quando o adorador quiser ser exaltado, será humilhado.
Quando pensar que está forte, estará fraco. Quando achar que pode alguma coisa, será um vaso vazio, não haverá mais perfume do espírito.
Basta pôr o ouvido no chão e observar a carroça que vem ao longe, quanto mais barulho ela fizer, mas vazia estará.
Eu gostaria de olhar, bem de perto, dentro dos seus olhos, para descobrir se você é uma estrela, uma borboleta ou um vaga lume.
A liberdade de expressão e de culto fazem parte do cerne das garantias constitucionais. Por outro lado, a proliferação de entidades religiosas, na forma de associação civis, com fins lucrativos, se aproxima mais da contravenção, só toleradas pela omissão estatal, que não tendo controle sobre o crime organizado, não pode se dar ao luxo de limitar as infrações penais de baixa gravidade ou menor potencial ofensivo, como o jogo do bicho, o favorecimento à prostituição e o charlatanismo, todos no mesmo nível de transtorno social.
Ninguém pode mudar apenas para agradar outra pessoa, mas, muitos, precisam se aperfeiçoar, para agradarem a si mesmos.
Não é errado querer uma coisa inatingível, triste seria seguir por um caminho que não fosse iluminado pelas estrelas ou por um jardim sem borboletas.
Você pode ter amigos sinceros, outros nem tanto; pode ter amigos leais ou até dissimulados, amigos de perto, os mais chegados, outros distantes mas, nem por isso afastados; pode ter amigos de infância, amigos do peito e até irmãos por afinidade; poder o que quiser, com reciprocidade, mas precisará de muita sorte para cultivar uma só amizade por toda a eternidade (da vida, é claro).
O mal de uma pessoa preguiçosa é que quando realmente precisa fazer alguma, pensa que os outros teriam a obrigação de fazer por ela.
Nós somos como um hipopótamo,
que não teme o rio que transborda,
nem que a lama chegue a sua boca,
nossa força está em nós mesmos,
e não temos que ter ossos de ferro,
nem precisamos de nervos de aço,
é preciso apenas sairmos da lama,
porque há pasto pra todos, pastar.
(Jó 40:15-19).
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