Bolero de Ravel Carlos Dummond de Andrade

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"Matemática"

Na matemática do amor, um mais um são quatro,
é a soma dos nossos sentimentos divididos...
É a subtração das dores e partidas e as cicatrizações...
É a lei que não leva a prisão...
São quatro os olhos que olham diretos aos dois corações.

Inserida por CarlosRenatoTavares

“Boa companhia”

Ele, o louco por aventuras...
Ela, a doida por novidades...

Bem alto foram a noite parar
Se conheceram juntos o mar...

Lá ele um dia foi morar, morou.
Ela, casou e viajou, amou, passou.

Passou, choveu e ventou, gostou...
Visitas sem compromissos, avisos.

Quem aguenta isso? Chorou e soluçou...
Não aguentou e sofreu, Sol e mar...

Vou voltar, como antes avisou e voou.
Voltou, apaixonou e ele o cobrou...

O sorriso a alegria e a boa companhia.
É assim que vou pagar, emoção ao luar,

Nossa amizade nunca nos deixará...
E o tempo nunca apagará.

Inserida por CarlosRenatoTavares

Estimular a felicidade das pessoas é um ato de coragem, que o poeta, ou escritor deve preservar consigo durante a sua longa caminhada

Inserida por joseescritor

Em um piscar de olhos
O dia acabou
Em um piscar de olhos
O amor acabou
E um piscar de olhos
O tempo passou
E um piscar de olhos
A vida acabou

Inserida por CarlosLigor

O brilho do sol
Não se compara
Ao seu Sorriso
O perfume das flores
Não chega aos pés
Do seu cheiro
Não a nada
Que possa pagar
Ter a possibilidade
De te olhar

Inserida por CarlosLigor

E se por um acaso a possibilidade de dar certo for 0,01% o que impede de tornar os outros 99,9% realidade?!

Inserida por CarlosLigor

Onde está escrito que a minha felicidade precisa de um motivo para existir ?

Inserida por CarlosLigor

A vida é melhor se for vivida

Inserida por CarlosLigor

A simplicidade possui a beleza da compreensão, é um diálogo em que todos se comunicam.

Inserida por LuizCarlosOPreto

Quando você estiver no topo, não esqueça de quem lhe ajudou quando estavas em baixo, pos você pode cair novamente.

Inserida por carlos_hadcock

Por vezes jugo estar a sonhar pois é impossível haver alguém assim...tao Eu

Inserida por carlossaramago

1,2,3,4,5,6....contava mentalmente, eu números seguidos...imaginava-os dedos voadores... Pra distrair a mente.
Sentia uma dor intensa no dedo da mão esquerda.... Olhei pro dedo com má cara e disse lhe que não gostava dos modos com que me andava a tratar me.
Gosto ser sincero e verdadeiro. Já a muitos dias que me apetecia gritar com ele ...não que me estivesse a fazer mal....
Mas ultimamente anda feito estúpido. Não me tem respeito. Pensei cortar o mal pela raiz ,mas optei por dar mais uma oportunidade. Sou um homem de oportunidades...
E dedos voadores são raros. São como os amigos....

Inserida por carlossaramago

Tinha passados 150 anos ,desde a minha ultima viagem ao Epicôndilo Medial esquerdo ...
Desta vez tinha feito a viagem com um objetivo : visitar a gaveta numero 4 da 7_a cómoda , a 7a cómoda ,era um armário muito especial ,situado entre a Fossa Radical e o Epicôndilo esquerdo .
Sempre senti uma atracão pela gaveta numero 4 ...nunca entendi porquê...
Passaram se 150 anos e a 7a cómoda estava ali intacta , com varias gavetas , mas a gaveta numero 4 era a especial.
Uma gaveta vazia ...sim vazia , ao contrario das outras .
Tudo me parecia recente .
Uma comoda
Uma gaveta
E o meu polegar da mão direita ,já achatado e desgasto ...
Quisesse eu explorar a gaveta numero 4 , não lhe encontrava nada .
Mas por parvoíce minha ,quis desta vez , deixar algo ...e escrevi ali mesmo no fundo da gaveta numero 4 ...
Ate quando ?
Afastei me e segui minha viagem .

Inserida por carlossaramago

Cinzas

Talvez o verão tenha queimado os frutos.
As mãos, ressequidas, apenas recolhem restos.
Cinzas, ardores, ossos.
Havia ali,
não se lembra?,
um rumor de desejo,
que nenhuma palavra salva:
todo poema é póstumo.
Botei a boca no mundo,
não gostei do sabor. Ostras e versos
se retraem
ao toque ácido das coisas tardias.
Na sombra insone do meu quarto,
o vazio vigia, na espreita do que não há:
por aqui passaram
pássaros que não pousaram. Fui traído
por ciganas, arlequins e cataclismos.
De nada me valeram
guardar relâmpagos no bolso,
agarrar nas águas as garrafas náufragas.

Linha de fundo

Assim meio jogado pra escanteio,
volto ao poema, este local do crime.
Mas é o desprezo que melhor exprime
aquilo que no verso eu trapaceio.
Se pouco do que digo me redime,
cópia pirata de um desejo alheio,
revelo a ti, leitor, o que eu anseio:
um abutre no cadáver do sublime.
A matéria é talvez muito indigesta,
me obriga a convocar um mutirão
para acabar com toda aquela festa
de pétalas e plumas de plantão.
Memória derrubada pelo vento,
quero aqui só lembrar o esquecimento.

Autorretrato

A Flávia Ampan

Um poeta nunca sabe
onde sua voz termina,
se é dele de fato a voz
que no seu nome se assina.
Nem sabe se a vida alheia
é seu pasto de rapina,
ou se o outro é que lhe invade,
numa voragem assassina.
Nenhum poeta conhece
esse motor que maquina
a explosão da coisa escrita
contra a crosta da rotina.
Entender inteiro o poeta
é bem malsinada sina:
quando o supomos em cena,
já vai sumindo na esquina,
entrando na contramão
do que o bom senso lhe ensina.
Por sob a zona da sombra,
navega em meio à neblina.
Sabe que nasce do escuro
a poesia que o ilumina.

RECEITA DE POEMA

Um poema que desaparecesse
à medida que fosse nascendo,
e que dele nada então restasse
senão o silêncio de estar não sendo.

Que nele apenas ecoasse
o som do vazio mais pleno.
E depois que tudo matasse
morresse do próprio veneno.

"DE CHUMBO ERAM SOMENTE DEZ SOLDADOS"
A José Maurício Gomes de Almeida

De chumbo eram somente dez soldados,
plantados entre a Pérsia e o sono fundo,
e com certeza o espaço dessa mesa
era maior que o diâmetro do mundo.

Aconchego de montanhas matutinas
com degraus desenhados pelo vento,
mas na lisa planície da alegria
corre o rio feroz do esquecimento.

Meninos e manhas, densas lembranças
que o tempo contamina até o osso,
fazendo da memória um balde cego

vazando no negrume do meu poço.
Pouco a pouco vão sendo derrubados
as manhãs, os meninos e os soldados.

Linguagens

Notei que o vôo negro da hipálage
não tinha o mel dos lábios da metáfora,
e mais notara, se não fora a enálage,
e mais voara, se não fosse a anáfora.

Chorei dois oceanos de hipérbole,
duas velas cortaram a metonímia.
O pé da catacrese já marchava
no compasso toante dessa rima.

Verteu prantos a anímica floresta,
mas entramos dentro do pleonasmo,
‘stamos em pleno oceano da aférese...

Vai-se um expletivo, outro e outro mais...
Os poetas somos muito silépticos;
os poemas, elípticos demais.

"Estou ali..."

Estou ali, quem sabe eu seja apenas
a foto de um garoto que morreu.
No espaço entre o sorriso e o sapato
há um corpo que bem pode ser o meu.

Ou talvez seja eu o seu espelho,
e olhar reflete em mim algum passado:
o cheiro das goiabas na fruteira,
o barulho das águas no telhado.

No retrato outra imagem se condensa:
percebo que apesar de quase gêmeos
nós dois somos somente a chama inútil

contra o escuro da noite que nos trai.
Das mãos dele eu recolho o que me resta.
Chamo-lhe de menino. E é meu pai.

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