Boca
Talvez eu já tenha lhe dito, que gostaria de ser a droga que tu põe na boca.
Compreendo que falando isso, talvez eu passe de tímida para louca.
É que é incrivelmente um absurdo a maneira em que você desperta em mim os desejos mais sacanas. Pois você me provoca; me tenta e me estimula a querer sempre mais a cada segundo que passa.
E também, com toda essa fofura e safadeza em que tu consegues usar na hora certa, moderadamente, eu fico louca e ao mesmo tempo surpreendida contigo! Pois resumidamente, tu me faz entrar em êxtase.
Então, já que um beijo vale mais que mil palavras, gostaria de escrever textos em seu corpo...
- Melhor que sonhar com um amor, é encontrar o seu olhar;
- Pois palavras se calam quando minha boca encontra a sua;
- Deixando meu coração se declarar pra ti e pra tudo que significa em minha vida.
PARALIPSE
Uns, com a boca conversam no passado
Falam o que não falam: alguns, criticam
Azucrinam boca no destino, falam
O que não se deve falar
Tão longínquo por quê?Ou o que está perto?
Nossa segurança? Este é o ano,
Este é o mês, esta é a semana, este é o dia,
Esta é a hora, este é o minuto, este é o instante?
Ou isto ou aquilo povoa corpo intermitente
Que nos amedronta incapazes. O mesmo que nos contacta
Em que vivemos, pandemia. Vírus, coronavírus... Amedronta
Apocalipse, ainda não é.
Ainda que da boca
não saia nenhuma palavra,
o semblante de um olhar chamariz explica tudo
que é preciso saber!
Eu tento não querer te beijar!
Eu juro!
Mas sempre que meus olhos fitam sua boca é tudo que eu mais quero.
Geologia do Amor
Na tua pele arde a minha boca
no meu palato arde a tua sede
e nos nossos corações
corre a confluência
de duas placas tectónicas
situadas na geologia do amor.
Ai, amor. Eu queria poder sentir mais uma vez o teu aroma gostoso, a delícia do céu da tua boca, a sensação de me ter enlaçada em teu peito. Ei, amor. Tô contando as horas pra te ver, é uma mistura de saudade e desejo, já não sei mais viver longe de você. Tu és o meu centro do mundo, dono de todo o meu mundo. Deixa... Deixa o povo falar sobre o nosso amor, só nós dois sabemos o que rola entre nós. Em meio a tantas barreiras, o nosso amor vence qualquer obstáculo. Uma frase clichê porém que combina bastante com a gente: "Eu e você contra o mundo". Pois é amor, eu espero que entenda que o meu amor por você é maior que o universo, e quero ser sempre a sua primeira dama.
...Pois a boca fala do que está cheio o coração.
Mateus 12:34
Quer conhecer o coração de uma pessoa? Deixa ela falar.
Descalça
Areia do mar
Meu prato
Degusto teus olhos
Tua boca
Cheiro de mel
Meu sonhos
Maré
Águas indo
Voltando
Eu
Querendo
Beijos...
05/12/2019
Pense bem nas bobagens que podem sair de sua boca, pois elas podem o vincular de tal modo a causar-lhe prejuízos.
Esse teu sorriso e esse teu olhar quando olho tua boca uma vontade insana me consome querendo te beijar.
Se dizer servo de Cristo ou nova criatura mas a sua boca só professa mentira, esse realmente é servo mas não de Cristo.
AMANHÃ
Amanhã a felicidade vai sorrir
Com sua boca banguela de criança arteira.
O metrô será um coração de mãe
E a Radial Leste estará livre como um tapete mágico.
Amanhã a alegria será um touro rosa correndo pelas ruas,
Lambuzando de cores os olhos de pedra da cidade
E colorindo cabeças e janelas.
Amanhã Criolo vai dar canja,
Marco vai captar o momento exato,
E Casulo vai construir uma peça lotada de gargalhadas.
Amanhã todos os faróis estarão piscando VERDE,
Na Casa das Rosas vai ter sarau,
Mariana vai parir um poema azul,
E Helô vai preparar o pão dos Elfos.
Amanhã vai ter samba na Santa,
Será meu dia de folga
E Deus vai dormir numa rede de mariscos.
Amanhã é dia de pastel na feira,
Nina vai botar uns pingos nos is,
A Paulista será só para os sapatos
E o Messias encantará um cordel.
Amanhã a felicidade banguela vai sorrir,
Porque hoje eu acordei mordido de alegria
E com um vontade infantil de acreditar.
O VINHO DA JUVENTUDE ESCARLATE
O vinho que eu bebi em sua boca me enlouqueceu.
Era de uvas frescas colhidas em tempos da juventude escarlate.
Em tempos que o trem apitava ao longe anunciando sua chegada.
Eu na estação à procura...
Não era mais o menino de alma singela e pura,
mas o homem esbelto com seu paletó aos ombros,
em busca da menina de tranças.
E eu não mais a criança!
Não mais o vestido floral.
Era um tempo de estio, não mais um jardim estival.
Jardim que juntos plantamos para selar nosso amor
de criança...
Hoje quando o trem apita, ouço da vida um prenúncio:
Não mais o trem que chega, e sim, avisa sua partida.
E bebo o vinho embriagante da sua boca, na lembrança.
Quem tem boca fala e quem tem inteligência seleciona o que ouve e o que carrega consigo.
Quem opina, critica ou julga o faz baseado em suas próprias referências. É bom questionar, pensar e avaliar antes de colocar na sua bagagem um peso desnecessário.
Mary Scabora
Esse vinho de sabor a rolha,
bebi-o todo.
Sorvi beijos delirantes na boca
daquela garrafa menstruada,
fiz amor com aquela que, para mim,
era a mais bela e barata das poesias.
A fantasia bastava-me. Ah…!
Se não fosse o delírio bêbado,
qual seria o meu consolo,
o meu conforto, o meu abrigo?
Maior tortura do que morrer,
seria viver, ou pensar na existência,
ou recordar o que ela foi.
Qualquer um choraria esta infelicidade
se vivesse dentro dela… Mas eu não,
eu prefiro acalmar a alma com versos tintos.
Assim, tudo o que tenho para recordar
é deliciosamente esquecido.
Sinto pena das pobres almas bem vestidas,
que calçam passos apressados e doidos
na direção do metro, das suas casas para o trabalho
e do trabalho para as suas casas.
Essa multidão que corre e não me repara,
nem desdenha, esses são os verdadeiros tristes falidos,
as verdadeiras almas mortas.
Esses corpos fabricados pelos convencionalismos
saturam o ar com a exuberância superficial dos seus perfumes,
que não impedem a propagação do real cheiro podre de si mesmos.
As suas más caras, imersas em máscaras de maquilhagem,
instintivamente recordam-me palhaços,
só que estes não fazem rir. Coitados… Dão pena…
Debruçados, carregando nas costas
todas as obrigações que o quotidiano obriga,
amaçados pelo tempo que se vai estreitando
cada vez mais, e cada vez mais esses filhos do tempo
vão morrendo, suicidando-se passivamente,
parecendo felizes nos negócios, com avultada fortuna,
casamento consagrado e várias propriedades magníficas.
Enfim… Ridículos! Ridícula dormência.
Nas montras tudo os atrai, tudo se vende e tudo se compra.
Esquecem-se que os vendidos são eles,
e que o que gastam não é dinheiro, mas tempo de vida.
Fazem daquilo que possuem, o que são,
afinal, se é isso que lhes ensinam,
como poderia ser de outra forma?
Mas, quem sou eu para iniciar a revolta
contra os princípios-modelo da sociedade capitalista?
Comprem! Comprem mais! Gastem mais!
Sejam ignorantes completos das coisas da vida!
Trabalhem, coisifiquem-se suas máquinas-objeto!
Morram sufocados pelo ocultamento de vocês mesmos!
Sejam infelizes!
Para todos os efeitos, sou um mero bêbedo que ninguém vê e ouve…
A verdade é esta: está frio e é noite, as ruas estão húmidas da chuva.
Onde irei dormir hoje? Penso demasiado…
Preciso de vinho.
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