Bebida
...O querer do não poder...
Pessoas chegando, música alta, falas e risos incontidos, bebida sendo servida...
Ela sentada na escada apenas observa, com seu ar introspecto e nada interessante.
Todos bebem, sorriem, contam casos, ou causos, nunca se sabe; pessoas no mínimo interessantes, mas bastante diferentes.
Algo que não condiz com o habitual mundo que ela vive. Ela apenas observa, cumprimenta e nada mais. Passa pelas pessoas e não se encontra...
Ela sabe que tem que ser sociável, mas não consegue.
Seria conveniente que ela enturmasse, que brincasse, que bebesse, que falasse, que sorrisse... Mas ela não segue conveniências...
Ela apenas observa...
E reflete, o vazio é imenso... Ela só pensa em como preencher.
E se bebesse?
Se fumasse?
Se integrasse?
Se ela fosse uma conveniência?
Seria melhor?
Mas e os princípios? E sua consciência? O que diriam? O que pensariam??
Ela quer... mas não se permite...
Não se permite porque não quer, e sim porque não pode!
Eh... Dizem que existe o livre arbítrio... Mas para algumas pessoas ele parece não existir...
E elas apenas vivem...
Desfrutei de um imprevisto
uma tristeza e um abatimento trouxe a saudade da bebida que eu havia engolido
buscava o gosto que estava ausente no meu paladar
examinei recipientes, garrafas, copos e taças
me deparei com tua boca
a saudade que tenho é algo sem fim
mas a bebida era o beijo.
O Baile de Formatura não foi o começo de tudo.
A timidez cessou.
A bebida ajudou.
Dois corações se encontraram.
Aproximação propositalmente realizada por Deus.
E a terceira valsa seria do primeiro amor.
Abraçaram-se como se fosse encontro de almas.
A história recomeçou.
O beijo nem tão romântico aconteceu.
E quase ninguém percebeu.
Mudanças incríveis previstas para aqueles dois.
Então, vejamos, pois.
As luzes do seu olhar iluminaram meu semblante.
Daí em diante, nem ouro, nem diamante... Era amor.
Amor por um tudo.
Amor meio maluco.
Amava seu abraço apertado!
Como se toda minha energia fosse renovada.
E, em momentos assim eu não queria mais nada.
Hoje, distantes.
Muito triste.
E a certeza de que vou te amar para sempre.
Mesmo que esteja com outra pessoa...
Vou te amar em silêncio.
Que esteja longe...
Vou te amar ainda com mais força,
para que esta energia te alcance.
Mesmo depois de tantos choros,
vou te amar para sempre.
Não por vontade própria.
Por pura energia.
Por excesso de amor que nem eu sei de onde vem,
e nunca quer ir embora.
Os outros sempre falaram que a gente combina.
Nunca fui de reparar.
Agora, longe, descobri.
A gente combina porque é amor de verdade.
Amor de muita vida.
Vida de amor eterno.
Alguns meses, muitos dias.
Poucos anos.
Queria mais.
Sempre parceria.
Um tudo em nós, desatados.
A gente fazia um carnaval para cada momento junto.”
Não era necessário palavra.
Olhar que não falava.
Sentia.
Feito um para o outro.
O melhor casal do mundo.
Até congestionamento de São Paulo era uma delícia para mim.
Quanta saudade!
A bebida é um relaxante
Que deixa a gente relaxado
Mas se o caboclo não tiver cuidado
Não deixa sua vida ir adiante
A mistura é o refrigerante
Tira-gosto, espetinho de galinha
E depois que passar a adolescência minha
Tudo isso vai ficar na saudade
Não existe dinheiro que pague
As bicadas na casa de Terezinha
Tem um mêi careca, dois mêi cabeludo
Tem duas rizadinha e o violão
A cana nos ajuda então
A não ter medo do escuro
Por que André quando olha aquele beco do muro
Tem medo que quase derruba a cachaça todinha
Nunca derrubou a minha
Mas se derrubasse era sem maldade
Não existe dinheiro que pague
As bicadas na casa de Terezinha
Começa o toque das violas
A gente escuta de tudo no mundo
Mais parece um buraco sem fundo
Depois de 10, chega o gogó de sola
Começa log a falar da sogra
E todo mundo da uma rizadinha
e diz: Higor, toma tua bicadinha
E tanta rizada prova que tudo é amizade
Não existe dinheiro que pague
As bicadas na casa de Terezinha
Na hora da partida
A gente junta as tralhas e embarca
Mas pra depois a gente marca
Beber o resto do dia
A vida da gente é só alegria
Principalmente quando chegam as gatinhas
Acompanhando a gente numa pituzinha
Depois disso quero que o mundo se acabe
Não existe dinheiro que pague
As bicadas na casa de Terezinha
Confesso que me sinto um pouquinho triste quando entro em um bar ou compro uma bebida e não me pedem a identidade para conferir minha maioridade. Será que já aparento ser o que sempre fui? Será que falta aparentar o que serei?
Gosto do efeito da bebida na madrugada, que me faz andar zig zag pela calçada. As ruas do Rio ficam mais interessantes e naturalmente desvio dos buracos da calçada...mas às vezes atrapalha...
Força meus amigos uma hora a musica cessa, a comida diminui, a bebida fica intragável e vem o sono.
Será que ainda não entendestes que o lumiar dessa vaidade acaba com suas forças pois somos falíveis e o melhor é cautela.
Beber ou beber eis a questão.
Beber é para os fortes?
Beber é para ficar mais forte?
A bebida é para separar os fortes dos fracos...
Beber é para os fracos?
Beber é para ficar mais fraco?
A bebida é para separar os fracos dos fortes...
Beber ou beber eis a questão.
Gastar dinheiro para beber por que você tem mais dinheiro...
Gastar dinheiro para beber para ficar sem dinheiro..
Beber mais por que é maneiro...
Beber mais por que todos bebem..
Beber mais para não ser um estranho no ninho...
Beber mais só por beber mais...
A bebida é para separar os fortes dos fracos...
A bebida é para separar os fracos dos fortes...
Beber ou beber eis a questão.
A propriedade inebriante da bebida alcoólica permite que reles mortais atinjam posições superiores, por isso é tão bem-vinda.
Uma dose de confiança, de afeto, de compaixão, de misericórdia, de preenchimento, isso que as bebidas alcoólicas deveriam oferecer.
O Último Poema do Ano
Autor:LCF
1
Com a minha bebida, com os meus amendoins;
Havendo saudações entre colegas;
E risos até dizer “Chega!”;
É com honra que digo:
“Uma salva de palmas a quem sobreviveu!”
Que a felicidade nos bata à porta;
Pelo menos digo isto para mim.
