Walysson Carvalho

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O VÔO



⁠Como a natureza dá a vida,
A morte é a certeza de ter por que viver.
Como o tempo - a beleza - de uns começa,
O de outros termina
sem ter nenhum porquê.

Como a senhora gostaria de ir à Europa
Sem ter passagem por aqui? Pelo amor?
Como pássaro flutuante que vive vacilante,
Sem medo de morrer, pois ninguém controla a arte de viver.

Quando passas como nada, nessa rua dourada de sol,
Tudo sopra acima — venho logo, pois agora não há perdição.
Choro ouvindo, tomando vinho, esperando vir me buscar...
Lá vem vindo, meu amigo, que hoje pode me levar.

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Açaí.

Açaí, palmeiras verdes
Paixão, arara azul
Açaí, vi que acabou de ir
Sem sequer dizer adeus.

Raiz, árvore de sal aquoso,
Em um mar doce de amor.
E esse mar vazou e levou a água
Do meu amor.

Nuvem branca à noite, toda manhã.
Luz vermelha do meu quarto
É macia como lã — é um fato.
Mas é tão quente, amor...

Você veio como açaí,
E assim, você sumiu da minha vida.
Meu amor, como você está?
E foi assim, que eu nunca mais te vi.⁠

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Safira


Lua, como ela voa,
Sempre delicada, a noite
É toda sua, toda tua.
Ela, com cores de seu cabelo.

Na rua, a lua nua,
Como colírio para os seus olhos lindos.
Tanta beleza, a natureza
Refletindo nos seus olhos, rindo.
Tanta beleza, indiscreta,
Inquieta de tanto beijar,
Se desmontou de tanto imaginar o nosso amor.

Hoje a lua, ela canoa,
Inesperada de tanto desejo.
E no seu beijo, safira, eu te digo:
De tanto que eu penso em ti,
Plena, Taíssa, como é a vida
De tantos cantos roucos
E de beijos loucos,
Se tanta falta me faz.

Safira

Safira

Safira...

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Soneto I



Não precisas chorar,
Quando alguém lhe machucar, amor.
Lembre mais de mim,
Do quanto eu amo ver você sorrir.

Viva, contentimente comigo.
Pare de gritar, pare de falar
Que não me ama mais.
Pare de amar, volte a me abraçar.

Vai seguindo a rua,
Logo vire à esquerda, vá no beco
Sem saída, encontre minha vida.

Ela causa uma intriga.
Se eu chegar sem avisar, se despir
E depois amar mais ainda.

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⁠Rua 22

Quero olhar pra cima, mas não dá.
Quero cantar, mas ele me obriga a me ajoelhar.

Já é 9 horas e eu, perdido nessa rua,
Não sei o que eu fiz, meu amigo, me perdoa.
Passei a noite toda no boteco do seu Odilo,
Já não reparei as cores — parece que saí de um hospício.

Já faz tempo que ando nessa rua que eu me criei,
A rua tem 22 becos, e 22 anos sou eu.
Já vejo a lua tão grande no céu,
E, ao mesmo tempo, vejo o sol...
Parece carnaval, na Bahia.

Vejo as portas das casas arrombadas,
Vejo imensos dias que passaram rápidos.
Vejo a Bíblia sagrada.
Peço a Deus que me perdoe,
Que me expulse e me abençoe,
Pra poder trilhar sozinho essa caminhada.

E, nessa estrada, eu quero perceber
Que, nessa rua escura do dia,
Não quero ter noite — ousadia.
Ousaria temer?

Mas, toda vez que eu choro, eu me lembro
Que, quanto mais choro, mais eu me lamento.
Pra perceber, meu amor, pervertida, hora válida,
Vem sem merecer.

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⁠Perdi Você


Perdi, o único motivo
O único desvio
De tantos desvarios
Perdi você, meu amor

Um dia eu vou abençoar
Meu próprio amor
Só pra ceifar essa dor
Nessa casa grande que hei de soar

Pois você não vem
Cedo não vai dar pra andar
Sozinha na rua
De dia
Todo sua
Menina

Mas vou ver
O tempo correr
Pro espaço varrer
Pra longe, essa dor
Que faz eu pensar em você

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⁠Sonhar, Ama



Sonhar, nunca foi tão fácil
É um sonho plácido
Mas amar

Viver, sem esperar você
Nunca é demais, sempre hei de mais
Pra sofrer

Luzes acesas não têm nada
Flores ao amanhecer, não têm nada
Olho o céu azul, não vejo beleza

É assim, mesmo assim
Digo sim, meu grande amor

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⁠Sem Cicatriz



Um dia preciso ir
Fechar seu coração
Só pra saber
Se o que eu vi
Dá pra calar uma emoção
Tristeza...

Preciso andar na rua
Preciso saber sonhar
Quero ir na casa de mãe
Só pra de novo aprender a amar

A gente só aprende quando sofre
E chora meia nove, já é hora de sorrir
Põe a ponta do sorriso e de novo esses risos
Hei de me amargurar, chorar...

Pois é tarde, meu coração diz que é tarde
Não há onde fugir
De um amor sem cicatriz...

Inserida por WalyssonLima