Poeta mineiro do cerrado - LUCIANO SPAGNOL

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DE VOLTA, O MEU OLHAR

Aqui vai o meu olhar de volta, que brade
pois pra mim o céu aquietou, emudeceu
depois que o seu silêncio me escreveu
só distâncias e, pouca reciprocidade

Se me deu o melhor, em mim só doeu
ao deixar teu gosto na minha vontade
ao sentir que foi um amor na finidade
e que no teu amor, não tem mais o meu

Olha pra mim, só restou a imensidade
dum coração vazio, onde, eu sou réu
num dia de sol que virou tempestade

Se ainda ouve de mim uma canção, eu
ouço o teu suspirar na minha saudade...
Que grita, uiva, na poesia dum plebeu.

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DE NATAL

Se fez homem, é noite de reflexão
Fé cristã, Menino Deus, Nazareno
Enfeitam o memorial de pequeno:
Família reunida, cantiga e afeição

É berço de amor, doce e ameno
Exaltado em versos do coração
Nesta noite cristã, de intenção
Aniversaria, Jesus, o Nazareno

É vida na vida em comemoração
Gesto de afago, de carinho pleno
Noite feliz, noite de total gratidão

É Natal, é sal do indulto terreno
Confraternização, e compaixão
Do pobrezinho que manou no feno...

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

O SILÊNCIO QUE INCOMODA

O silêncio meu
está em erupção
e escorreu
pela ilusão

Matou os sonhos
matou a quimera
jorrou dias tristonhos
e vida, em espera

Hoje, um vazio
solidão
tácito e frio

Num silêncio
que incomoda
a mansidão...

Luciano Spagnol
Dezembro, 10 de 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

GOTA D'ÁGUA NA ROSA

Chuva rara, clara
na rosa pingo d'Água
lava a mágoa...
- É só uma bágua
ou frágua do cerrado?

É delírio na sequidão
que pingam
nas pétalas soam
nos ouvidos cantam...
E o chão molhado

Chove no cerrado ressecado
céu carregado... Chove!
No sertão em prosa
gota d'Água na rosa.

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado

SONETO ORANTE

Em teu louvor, Senhor, estes meus versos
Aqui a teus pés, minha fé, para cantar-te
Neste soneto em rogo, orante... Destarte
Aqui as falhas mortais, na prece imersos

Humildemente o meu olhar a adorar-te
Ó Sacrossanto que reina os universos
E põe a margem os corações perversos
Os meus erros para ao Teu perdão parte

Diz-me o necessário dos maus anversos
Pra que possa me redimir em descarte
E ter comunhão, caridade n'alma emersos

No merecimento do Céu inteiro, fartes
Meu coração de paz e bem, dispersos
Nas boas ações, e na fé como baluartes (Amém!)

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO DO ALTO DO AMBÃO

Do alto do ambão, brada este soneto
Do coração, em saudação e de intento:
De saúde, paz e bem, e contentamento
No tempo de confraternização e afeto

Partilhando ao irmão real sentimento
Onde se possa se doar por completo
Ser soma em um propósito concreto
Amigo e, de zelo como complemento

Daqui solenemente um doce prometo
Do querer ser mais no menos avarento
No nosso humano modelar irrequieto

Por fim, o abraço, apreço em advento
Num gesto de carinho como objeto...
De festejo do amor como bom provento

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Dezembro, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

ACASO (soneto)

Onde será que o cerrado começa
Ou cá termina as minhas miragens
Será a minha ilusão em mensagens
Ou o começo do fim que cá cessa?

Da saudade fiz pranto e roupagens
Dos sonhos viagens que atravessa
As quimeras na vida sem promessa
Porém, queria era outras paisagens

Como no fado o tempo é remessa
E na pressa se perde as bagagens
Cá fico, e cá minha alma confessa

Quem sabe, cá tenha boas aragens
Tecendo o sertão no quebra cabeça
E o acaso segui pra outras paragens

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

NO MEU PINHEIRO (soneto)

Os verdes galhos do meu pinheiro
Ornei com cada nome dum amigo
Assim, num cordão de luz eu digo:
- És presente, presente por inteiro

Não importa a distância, está comigo
Na lembrança, no afeto companheiro
No estar fraterno e, muito verdadeiro
Aqui no peito em morada, eu testigo

Noutros ramos, saudades, num cheiro
Das ausências - o céu hoje o seu abrigo
"In memorian", - cada momento faceiro

Minha árvore de Natal, o amor bendigo
Com fé, gratidão, ao coração certeiro...
A ti amigo, que na amizade é querido!

(Pra cada amigo, um abraço neste cancioneiro...)

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 19, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

ADEUS ANO VELHO

Adeus ano velho, expirou a validade
Voam esperanças em papel picado
Brinda presságio de boa verdade
O amor flutua querendo ser amado
Busca van da chave do tempo, vaidade
Lembranças empacotadas no passado
O hoje já é ontem, numa total rapidez
A vida na estupidez buscando culpado
De novo, e novo, o novo, assim outra vez...

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
00'01"
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO EM VERSOS

Versos! Reversos! Sei lá donde estes universos
Partes de mim, pedaços submersos, olhar
Ou os vozeados da imaginação a cantarolar
Grunhidos complexos dos sonhos diversos

Será que são as trovas do amor a soluçar
Nos sorrisos, lágrimas, nos momentos adversos...
Ou oportunos? Versos!... tão presentes e tão dispersos
Porém, sei lá! Será sempre verso a se revelar

Dos meus, se são versos, são do coração emersos
Desfiados em contos, talvez, ou apenas amar
Minha forma de ter os sentimentos extroversos

Assim, versos que são versos, estão sempre a desafiar
A inspiração, nos anversos, controversos e nos inversos
Do poeta, nos bons e perversos atos d'alma a apartar...

Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Que o espírito natalino
guie tuas preces,
e lhe traga benesses:
de amor, saúde, harmonia...
Que o Ano Novo seja especial
todo dia!
Feliz Ano Novo - Feliz Natal!

Inserida por LucianoSpagnol

JARDIM

O jardim na alma é planejado
Em projeção de afeto e amor
Cada flor e arbusto plantado
Por dentro o igual a compor

Se assim não for, imaculado
Os jardins não vão ter cor
E tão pouco um traçado...
Brotam estéreis e sem autor!

E passear neles é privado...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano
2016, dezembro

Inserida por LucianoSpagnol

LEVEZA

No derradeiro, se percebe no fado:
que a solidão contém partida e vinda
as lembranças fitas em laços, atado
a lua na solidão tá sempre na berlinda
a madrugada não é grande nem pequena
que o possível no possível pode ainda
que a saudade é frágil como uma pena
e que as coisas mais leves, tem cheiro,
que a van filosofia prescinda...

Luciano Spagnol
2016, dezembro
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Poesia é quando escrevemos o monólogo de nossa alma, que se torna um diálogo com o leitor.

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

Sou alma do cerrado, pé no chão, do triângulo, do chapadão... Pão de queijo com café, fogão de lenha, das vilas ricas, arraiais, sou filho de Araguari, das Gerais...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

Coração caipira

No meu coração caipira de estuque

Olho a vida e abraço com a tradição
Conto causos, estórias com emoção
Pois sou o cheiro caipira deste chão
Assim vou, assim sou, sou mineirão

Caboclo apreciador de moda de viola
Que não vive sua alma presa em gaiola
Se esbalda no cerrado e na fazendola
Troca o sapato pela botina meia sola

Coração caipira, gabola, sem truque...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

Zarpar

O cerrado é seco, chove pouco
Vou zarpar pro mar
Sem chuva a gente fica louco
As nuvens de lá tem pingos a gotejar
Levarei somente uma camisa
Deixo aqui meu erário, o poetar
Lá vou viver de brisa
Pois aqui brisa não há

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Espelhado osrev\verso

Verso no osrever
do
odahleps(e)spelhado...
vai no osrevni da mão
inacabada inspiração...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado

Inserida por LucianoSpagnol

Não adianta fechar a janela, o sol e a lua estarão lá fora...

Luciano Spagnol
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Sou eu

Eu sou o desigual do cerrado
torto
árido
de morro lascado
pelo fogo queimado
rebrotado
na menor das chuvas.
Sou descampado
só tenho nas mãos as luvas
que escrevem o traçado
das rimas em melancolia
iguais a do cerrado
poetadas na poesia
de um plebeu.
O cerrado sou eu...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Miragem

Quimeras não me deixes só, no fundo
Do fosso da ilusão, deste veloz mundo

Subindo e descendo, remando trova
Tentando entender e ser alguma prova

Além, de estar debruçado no horizonte
Querendo mirar uma tal e desejada ponte

Que possa me levar ao outro lado, reverso
Se nas mãos só tenho o meu amor e verso.
(Pois, cada miragem, solidão, eu confesso).

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

Poema do imaginário

Vamos pulsar a vida
Expulsar e por de partida
Qualquer forma de desamor
Some no abraço o laço acolhedor
É preciso amar
É preciso atar
No olhar, a cumplicidade
Chegar mais na felicidade
Como quem chega
Para alguma parte
E sempre rega
O sonho em arte
A vida em entrega

“O silêncio é o exato momento do nada no lamento.”

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

No acaso a vida nos abençoa com aquela pessoa exclusiva. Que a cumplicidade nos cativa, e que especial se torna a felicidade. Presente de Deus na sua bondade, de pai, que nos dá a chance de conhecer; nos dá está especial convivência, para que possamos entender o valor da partilha...do amor... do abraço... e aí neste laço poder afirmar:
- você é meu amigo!

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano

Inserida por LucianoSpagnol

CÂMERA LENTA

o que vejo ao recordar
do que passou e se foi
é a vida a desenhar
o sobe e desce, me perdoe
se sanha no poetar apresenta
é que num giro, o que corrói
são saudades em câmera lenta...

Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016

Inserida por LucianoSpagnol

SONETO EM BRANCO E PRETO

Quisera ter no alforje d'alma um poeta
vibrante e canoro, de algures secretos
do amor, ornados em versos discretos
e parido num singelo berço de asceta

Quisera atar-me em sonhos irrequietos
trazendo quimeras na pena da caneta
num dueto com a fulgor d'um cometa
que versifica a lírica d'outros quartetos

Quisera rimas, na simetria em linha reta
dos caminhos honrosos, versos epítetos
num alarido de fidalguia, terno e violeta

Quisera da poesia a alforria dos ginetos
d'amargura, d'um soneto branco e preto
pros variegados belos e sonoros sonetos

Luciano spagnol
Poeta do cerrado
Cerrado goiano
Dezembro, 2016

Inserida por LucianoSpagnol