Nazul faces

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Acabou o Temor, não compartilharei mais doses de conhaque. Esse temor era um medo de perder Deus sabe o que. Pessoas nunca serão nossa propriedade. Pessoas tem pernas para irem aonde quiser, essas pernas podem levar até um bar deprimente no Brás ou quem sabe até a uma delicada floricultura. Como Acorrentar um ser humano? Ou ele fica espontaneamente, por ternura ou por pena, ou sai pela mesma porta que um dia adentrou desatento. Quando resolve sair bate essa porta com tanta força que trinca tudo que há de mais frágil. Mas... E se cortássemos as pernas do individuo? Como ele faria para sair do nosso lado e ganhar novas histórias e outros momentos. Se as pernas lhe faltassem ainda assim não o aprisionariam. A mente tem asas para voar e pousar nos campos mais remotos.Então que voe inteiro com suas pernas. Nunca se sabe quando haverá um pouso em terras inóspitas, sendo necessário correr.Só não corra em minha direção, possivelmente você não vai me encontrar, caso não tenha se dado conta eu também tenho pernas e sei voar deliciosamente bem.

Inserida por nazulfaces

Andarilho insano, monólogo de uma mente incompreendida

Andarilho das idéias tortuosas, Lord das cavalgadas da profundidade das mentes que abrigam os devaneios temidos,
aqueles que são trancafiados em jaulas e tem suas chaves atiradas ao buraco negro. Voa nas asas perambulando só e desacompanhado. Não podem te levantar do torpor, e tão pouco podem ver os lampejos coloridos que revelam a insanidade perpétua. Nem na agonia mais latente, o alivio vem da mão do outro.

Cada dor pertence a um peito, e cada peito pertence a sua dor!

Monte o inabitável e saia sem rumo, trotando pelos cantos mais ignorados do mundo. E em sua jornada há apenas o que ele vê sozinho, apenas o que ele vê...

Oh Andarilho, peregrino desafortunado! Não há um par de olhos sequer para chorar suas lastimas??
E eu quebro cada relógio e derramo as horas no chão, não quero deter o tempo, deixa-lo preso em uma moldura dourada e medi-lo em ponteiros... Que o tempo escorra e não seja detido nem medido....

Os rostos são tão parecidos, diante das expressões borradas já não há como distinguir os desafortunados dos abastados.
Será que cada um tem uma maquiagem para esconder a melancolia? Assim como o palhaço que se enfeita e brinca de rir?

Ouvia dizer que se fosse bom, e fizesse minhas preces sem pressa antes de dormir, Deus me agraciaria logo que o galo cantasse. Então esperava e esperava... Talvez espere a vida toda!

De onde vem o amor? Quem o fez em tão fino trato? Quantos dobrões é preciso para comprar uma pequena dose?

Dizem que o amor é impalpável, mais se não o toco, como sei que estou sentido? Se não o vejo, como acredito?

Cavalgue depressa mais descreva as imagens que trazes nas lembranças com calma. Fale das mais belas não despejes um rio de lamúrias, já não basta os fardos nossos de cada dia? Quero só boas noticias... É para isso que o mundo te recebe e te envia de volta!

Roubaram-te a voz?

De onde vem o amor? Quem o fez em tão fino trato?

E como sempre, apenas recebi o mais endurecido e gélido silêncio...

Aquele companheiro de tantas jornadas! O silêncio que as vezes é só um vazio, mais muitas vezes poderia ser mais cheio que as palavras das pessoas.

Ah silêncio... entre-me boca a dentro e emudeça meu peito...

Emudeça meu ser barulhento!

Já que a alma perdida não fora encontrada, não me colocarei a duelar desalmado.

Eis aqui um andarilho fadigado, que não tem nem quês, nem porquês... Eis me aqui um homem de preces sutis que se cansou de cruzar os dedos e olhar o queimar da vela...

E se o silêncio é tudo que mereço, farei bom uso....

Nunca mais ouviu-se noticias do Lord, sumido nas brumas.

Só restou sombras e silêncios.