Luane Farias

Quão forte tu és,
Menina de muitos encantos.
Mal se sabe que teus sorrisos,
A noite se transforma em prantos.

Quão forte tu és,
Menina de muitos amores.
Mal se sabe que seu coração,
É guardião de muitas dores.

Quão forte tu és,
Menina de muitos sonhos.
Mal se sabe de suas dificuldades,
Para se manter assim, tão insistente.

Quão forte tu és,
Menina negra e pobre.
Mal se sabe o que enfrentas,
Para se manter assim tão serena,
Neste seu mundo de tormenta.

O fogo que vem devastando tudo.
Tirando a vida dos animais.
Destruindo seus quintais.
E nos dando um futuro inseguro.

Vem queimando a esperança.
De tantas lutas ganhas.
De índios, negros e brancos.
Que acreditavam na mudança.

Esse fogo tão devastador.
Disfarçado de tragédia.
Destrói, destrói, sem pudor...
Sem deixar esperança para uma nova era.

Esse egoísmo tão devastador.
Disfarçado de tragédia.
Destrói, destrói, sem pudor.
E aqueles que são chamados de "SENHOR"
Não nos deixam esperança para uma nova era.

Ó Mama África!
Tu que vistes teus filhos serem arrancados dos teus seios.
Sentiu o estalo do chicote que ardia feito fogo,
No tronco eram castigados, sem mesmo serem culpados,
Só queriam liberdade para todos.

Ó Mama África!
Teus filhos ainda sofrem o mesmo castigo,
São marginalizados, desvalorizados, oprimidos...
Mas tu ensinastes teus filhos a ter resistência,
São guerreiros natos,
E jamais esquecem sua essência,

Ó Mama África!
Teus filhos vêm reconstruindo a história,
Lutando por liberdade.
Tem um preto em cada canto do mundo, Transformando a sociedade