Laura Méllo
Eu sei,
quando não é pra ser, não tem jeito.
Então me escuta:
— mesmo que eu peça pra você ficar,
por favor ... vá!
Não é fácil aceitar que tudo um dia acaba.
Houve um tempo que só em sentar ao teu lado
e segurar a tua mão, já me acalmava.
... e era um tempo tão bom!
Às vezes sou um pouco introspectiva.
Gosto de me olhar por dentro me sentindo dona da situação.
Fico tentando domar o corpo, a alma e o coração.
As vezes consigo, as vezes não.
Há dias que foram feitos para lembrar.
Há outros que foram feitos para esquecer.
Hoje por exemplo, lembrei-me tanto de você...
Como pode,
a gente ser mais amado
só depois que vai embora?!...
Ama-me, ainda estou aqui.
Ama-me, com toda tua força AGORA!
Do teu chá,
sou a camomila ...
Dos teus olhos,
sou a pupila ...
Do teus pulmões,
sou o ar...
Das tuas palavras conjugadas,
sou o verbo AMAR!''
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Tem gente que carrega tanto peso nas palavras,
que basta apenas uma ser pronunciada
e já nos leva ao chão...
Gente de coração pesado, de alma precisando de amor,
que vive de mal humor.
Que Deus me mantenha distante de gente assim.
Ou, se eu estiver por perto,
que a minha doçura possa impregnar a sua amargura.
Não tenho limites.
Sou viciada em gente que sente.
Que sente com verdade, com inteireza de coração.
Com profundidade, com amor em ascensão.
Por gente assim, dou meu sangue, minha atenção.
E amo, amo com todos os seus defeitos.
Não importa se estamos em lugares diferentes,
quando olhamos para a mesma direção e com o mesmo sentimento.
Todos dizem que vai passar.
Que tudo passa.
Eu sei que vai passar.
Quem sou eu pra duvidar?!
.
.
- Eu só estou esperando.
Mas enquanto espero, o tempo é que está passando ...
Às vezes me sinto como se eu tivesse nascido atrasada demais.
Parece que tudo está fora do lugar, fora da hora, do tempo.
Da alegria ao sofrimento ...
E se as coisas pra mim não fossem do jeito que são,
eu nem sei que tipo de pessoa eu seria.
É nossa história de vida que define quem somos.
São as nossas experiências que moldam o nosso caráter,
os nossos pensamentos e as nossas ações.
A vida é uma escola.
E na minha vida eu tenho aprendido várias lições.
As experiências amargas procurei adoça-las.
As doçuras que já encontrei pelo caminho, fui degustando e
gostando do seu gosto bom.
E todas elas grudaram no céu da minha boca.
Me olho no espelho e vejo o quanto ainda preciso mudar.
O quanto a vida ainda tem para me moldar.
Quando me olho e não me reconheço é o reflexo do resultado das mudanças que vejo.
E isso é bom.
Porque não tenho mudado ao longo da minha vida pra pior.
São mudanças que geralmente foram acontecendo enquanto eu estive só.
Porque a solidão também ensina.
Sou o que já vivi.
Sou o que das minhas experiências eu fiz.
Sou e continuo sendo da vida, uma aprendiz.
Tenho uma total confiança nos meus sonhos.
Acho que é porque enquanto estou dormindo, me sinto segura.
Nos sonhos ninguém me machuca.
E se machuca, eu me acordo. Mas depois pros sonhos eu volto.
Intuo que seja dentro de um sonho que moro.
E se for como penso, por favor realidade não me acorde!
Meus sonhos são todos banguelos, enquanto teus dentes, vira e mexe me mordem.
O sofrimento mais perigoso de alguém
é aquele que não chama atenção de ninguém.
A dor silenciosa é a mais perigosa.
Se dói, se você sofre
transborde.
Faça com que todos notem.
Peça ajuda.
Primeiramente Ore.
Tudo é passageiro.
E com a dor não é diferente.
Só o amor é eterno na gente.
A noite não passa de uma criança com insônia.
Ela não consegue dormir até o sol surgir.
Brinca daqui, pula dali, dança acolá, não para de tagarelar.
Eita noite sapeca!
Não sabe dormir na hora certa.
Espera sempre o sol nascer pra poder adormecer.
Por detrás do sol é escurinho.
É lá que a noite faz o seu ninho.
E adormece como um passarinho.
Hoje,
ela resolveu dormir na minha mão.
Opa... Já é dia, então!
Sou um amontoado de coisas e sentimentos
que nem sei dá um nome.
Sou um conjunto de quinquilharias.
Sou, o que ninguém quer levar pra casa.
Sou tantas coisas. Coisinhas de nada.
Sou um perfume bom de sentir.
Tão bom que chega a ser enjoativo.
Será que sou algo radiativo?
Será que sou uma contaminação?
Sou um projeto que talvez nunca tenha saído do papel.
Sou uma linha sem carretel.
Sou um conto, uma fábula, um cordel.
Sou uma tonelada de levezas.
Sou alguém de proezas.
Sou um amanhecer tardio de todos os dias.
Sou palavras quando sou poesia.
Sou esquecida quando adormecida.
Sou lembrada se sou amada...
Sou um universo de momentos.
Sou o que sou.
E quanto ao que sou, me contento!
Parece que sou atrasada em tudo desde que nasci.
— Onde foi a festa que ninguém me convidou?
— Quem comemorou o quê? E Por que?
— Onde eu estava todo o dia de hoje e ninguém me notou?
— Quem foi embora? Porque notei que tem alguém que chora.
— Onde estão os motivos dos sorrisos que não sorri?
— alguém viu? porque eu não vi ...
— Quem me amou como mulher?
— alguém sabe me dizer? Diga-me quem souber ...
Mas já ouvi falar que o mês de Março é o mês do meu aniversário.
E não me lembro de nem mesmo na infância o ter comemorado.
Isso é um tantinho triste, mas também hilário ...
Já cheguei a uma certa idade, em que não ligo pras mentiras.
Sequer as escuta. Quero verdades. E pela verdade eu luto.
Mas até as verdades se atrasam para chegarem à mim.
Acho isso um absurdo! Ah, acho sim ...
Sempre tenho a sensação de estar e chegar atrasada à tudo.
Mas não fiz disso um problema.
.
Sabe o que fiz?
.
— Fiz
[Pó]ema!