Laura Méllo
Aprendi a ser delicada,
após ter passado pela moenda.
Aprendi a escrever doces palavras líquidas,
depois ter passado por uma grande tempestade.
Como fui moída e quanta água salgada engoli ...
hoje, sou delicadeza e apenas palavras
com sabor de mel sai de mim.
Sou um ser humano que guarda.
Pego um pouco aqui, outro tantinho ali
de coisas que me fazem rir, chorar, sentir até
a última gota e guardo. Guardo tudo.
Tudo de triste, tudo de alegre, tudo que arde e assopra.
Sou um ser guarda(dor) com dignidade e muita coragem,
ou nem tanta coragem assim. Pois se estou fraca, busco
ao único Deus que pode dar forças pra mim.
Sou também um ser sonha(dor).
Tenho sonhos lindos, que como todo sonho,
sonho em tornar metade deles em realidade.
Sou um ser humano idealiza(dor).
Não abro mão de meus ideais por nada, nem ninguém.
Sou um ser humano convicto de que nada é por acaso.
De que tudo que vem à mim ou não, é por alguma razão.
Sou um ser humano que guarda.
Guardo amores, sabores, cheiros, sorrisos e dores.
Guardo tristezas, mas ás vezes elas escapam pelos dedos,
nos momentos em que escrevo.
Só não guardo a felicidade, por ser sentimento exagerado,
compartilho-a com todos.
Até mesmo com quem tenha me magoado.
Sou um ser humano guarda(dor).
Sou mestra em guardar quem amo, com cuidado,
carinho e muito amor...
Coração que ama demais.
Vive mais ... vive menos
ou vive mais-ou-menos.
Indiscutivelmente:
vive morrendo e morre vivendo de amor.
Ela - O que sentes por mim?
Ele - carinho, amizade, desejo, admiração, confiança e respeito.
Ela - Pensava que tu me amavas.
Ele - Mas eu te amo.
Ela - Então porque não dissestes, que o que tu sentes por mim é amor?
Ele - Porque tu ainda não sabias o que é amor.
Agora tu sabes ... E eu te amo tanto!
És meu jardim.
Quando precisas de água,
pego um tantinho na fonte e dou-te de beber.
Quando precisas de sol,
e se ele se esconde, um pequeno sol eu passo a ser.
Tempo, tempo, tempo.
Às vezes te apressas. As vezes, és lento.
Tem dia que me encantas, tem dia que te surpreendo.
Tempo bom mesmo,
eram aqueles em que eu não me importava
com dias, horas, meses ou anos.
Não me importava se o dia corria devagar ou depressa.
Hoje,
o tempo às vezes me encanta e ao mesmo tempo me apavora.
Há momentos que quero estar nele,
há outros momentos que tudo que quero
é dele eu poder sair ... pra sempre, eu ir embora.
Pra onde?
Pra fora do tempo, do espaço, do existir talvez ...
Porque hoje sou. E amanhã, quem serei?
Sinceramente não sei!