Joseni Caminha
Quanto mais busco indícios que me conduzam à compreensão do sentido da vida, mais tenho a certeza que ainda não cheguei a compreendê-lo.
A felicidade não está em um lugar em que possamos encontrar, mas na forma como caminhamos até chegar em qualquer que seja o lugar.
A certeza que tenho
de que o exemplo
ensina mais do que
qualquer palavra,
faz com que eu, quanto educador,
seja crítico com o meu
modo de ser
diante dos meus educando.
Educar de modo significativo
não está relacionado
ao fato de um professor
adotar uma metodologia adequada,
mas dele ser significativo
no que ele ensina
************VIVEMOS************
Vivemos uma época de incertezas.
Incerto é a nossa vida,
Incerto é o dia de amanhã,
Incerto é o nosso trabalho,
Incerto é a nossa falsa liberdade.
Vivemos uma época de hipocrisia.
Fingimos que somos felizes,
mentimos quando dizemos que temos liberdade,
negamos a falta de segurança, saúde e educação de qualidade.
Vivemos uma época de contradições.
Somos contraditórios em nossas ações,
negando a nossa racionalidade,
ao destruir a natureza e a própria raça humana.
Quanto educador,
quando digo que vou avaliar um aluno,
tenho que ter em mente,
que o resultado obtido
não será o retrato da capacidade ou incapacidade do aluno,
mas da eficiência ou não eficiência
da minha práxis aplicada.
Não necessariamente que um pedagogo
seja um alfabetizador,
como não é certo que
um alfabetizar seja pedagogo.
A liberdade que o homem contemporâneo
acredita possuir,
é apenas mais uma ilusão
que o mundo atual constrói
ao longo de sua vida,
para que ele possa ser manipulado,
ao ponto de não perceber
que não detém as diretrizes de sua própria vida.
A vida sem liberdade
a qual estamos vivenciando,
representa a forma infeliz do mundo
negando a realidade,
que te priva o direito de ir e vir,
que te cessa o direito de escolher,
que te nega a paz do viver.
Como podemos dizer que somos felizes?
Se a felicidade é relativa,
cuja existência
exige um viver
que não depende só de você,
mas de um conjunto de situações
que faz de você
um ser que tem prazer do viver,
pois encontra no seu dia a dia
motivos para crê,
que essa vida que você almeja
é bem diferente da que você ver.
O homem vive em pleno século XXI
com a mesma incerteza de vida, no amanhã,
como viviam nossos ancestrais primatas,
a diferença está apenas no predador,
pois o atual é o próprio homem.
No desejo insaciável do homem
em querer poder e acumular riqueza
nega a sua própria existência racional,
pois elimina a possibilidade do viver
daqueles que ele acredita existir
somente para lhe servir.
Quando penso em educar,
imagino possibilidades
que o educador pode criar
para mediar a construção do saber,
por parte do educando,
onde ele assume o conteúdo
do que ele quer aprender,
pois o querer é o segredo
para o sucesso de qualquer metodologia,
porque sem ele,
não há como vislumbrar
êxito numa intervenção pedagógica.
A felicidade é tão tênue,
como é a certeza de que a possuímos.
A sensação de êxtase que dela emana,
dissipa da mesma forma que surgi,
às vezes em consequência
do que vem agregado ao que a proporcionou.
A paz interior é um tesouro
que somente você
é capaz de conhecê-lo, portanto,
ninguém melhor do que você
para saber que ele está ausente.
Qual o sentido do viver,
pela simples necessidade do sobreviver?
Se temos a consciência de que a vida
sem prazer, não tem sentido
de ser vivida.
A submissão ofusca
a capacidade da visão racional,
provoca a cegueira
da consciência moral
e anula qualquer possibilidade de reação,
criando a ideia de que tudo
que lhe é imposto
é fruto do natural.
Acreditar que tudo
que lhe ocorre é fruto do destino,
é negar a sua capacidade de decidir
e não assumir
a responsabilidade de suas ações.
Diante da certeza do inevitável,
talvez, seja melhor a falta de curiosidade
do ignorante, do que a busca incessante
do curioso que não se conforma
com o conformismo do natural.
A ética, embora regulada pela consciência individual
da necessidade de um agir em prol do bem comum,
para que tenhamos uma vida social harmoniosa,
o ser ético no dia a dia de cada membro da sociedade
tem como juiz a sanção do infrator,
funcionando com um processo educativo
pautado no exemplo a não ser seguido.
Dessa forma o oportunismo aético
é o verdadeiro superego dessa consciência ética.