Jean-Paul Sartre

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O homem não é senão o seu projeto, e só existe na medida em que se realiza.

Mesmo não sabendo o que queremos, ainda assim somos responsáveis pelo que somos.

O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e só depois se define.

Somos as nossas escolhas.

O homem caracteriza-se acima de tudo por ser capaz de fazer e desfazer o que dele se fez.

A história nos determina ao mesmo tempo em que a fazemos.

A pior coisa do mal é nos acostumarmos a ele.

"O que é o materialismo, se não o estado do homem que se afastou de Deus;(...) ele passa unicamente a preocupar-se com os seus interesses terrestres. "Nunca se é homem enquanto se não encontra alguma coisa pela qual se estaria disposto a morrer. "Não há necessidade de grelhas, o inferno são os outros. "Um homem não pode ser mais homem do que os outros, porque a liberdade é semelhantemente infinita em cada um. "A desordem é o melhor servidor da ordem estabelecida."

"Se os comunistas têm razão, então eu sou o louco mais solitário em vida. Se eles estão errados, então não há esperança para o mundo."O que não é terrível não é sofrer nem morrer, mas morrer em vão."

"Um regime revolucionário deve descartar um certo número de indivíduos que o ameaçam, e não vejo outro meio para isso, a não ser a morte."

Sucede que só muito raras vezes penso; assim uma infinidade de pequenas metamorfoses vai-se acumulando em mim sem eu dar por isso. E depois, um belo dia, produz-se uma verdadeira revolução. Foi o que deu à minha vida estes solavancos, este aspecto incoerente.

"⁠ ...não podemos perceber o mundo e ao mesmo tempo perceber um olhar que se fixou em nós;
Deve ser um ou outro.
Isso porque perceber é olhar, e perceber um olhar não é aprender um olhar-como-objeto no mundo; É a consciência de ser olhado"

⁠... é certo que tive medo ou qualquer sentimento desse género. Se ao menos soubesse de que tive medo, já seria um grande passo em frente. O que é curioso é que não estou disposto de modo algum a considerar-me louco. Vejo com evidência que não estou louco

⁠Nas ruas há também uma quantidade de ruídos equívocos que perpassa. Produziu-se pois uma mudança durante estas últimas semanas. Mas onde? É uma mudança que não se fixa em sítio nenhum. Fui eu que mudei? Se não fui, então foi este quarto, esta cidade, esta natureza; é preciso escolher?

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⁠Mas, enfim, tenho de reconhecer que sou sujeito a estas transformações súbitas. Sucede que só muito raras vezes penso; assim uma infinidade de pequenas metamorfoses vai-se acumulando em mim sem eu dar por isso, e depois, um belo dia, produz-se uma verdadeira revolução.

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⁠Que estava eu ali a fazer? Porque estava a falar com aquelas pessoas? (...) Tinha morrido a paixão que me submergia e arrastara durante anos; naquela altura sentia-me vazio?

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⁠Se não me engano, se todos os sinais que se vão acumulando são percursores duma nova transformação brutal da minha vida, então tenho medo. Não que a minha vida seja rica, importante, nem preciosa. Mas tenho medo do que vai nascer, apoderar-se de mim - e arrastar-me ... arrastar-me para onde?

⁠... nunca recusei estas emoções inofensivas; pelo contrário. Para as sentir, basta ficar-se sozinho um momento (...) Antes conservava-me muito perto das pessoas, à suprefície da solidão, bem decidido (...) a refugiar-me no meio delas: no fundo, até aqui, era um amador

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⁠O fim já está nessas poucas palavras, invisível e presente; é ele que lhes dá a pompa e o valor de um princípio

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⁠"Este homem tinha vivido apenas para si próprio. Para castigo, severo e merecido, ninguém viera, ao seu leito de morte, fechar-lhe os olhos"

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⁠"Estou sozinho no meio destas vozes alegres e razoáveis (...) passam o seu tempo a explicar-se uns aos outros, a reconhecer com contentamento que são da mesma opinião. Que importância que ligam (...) ao facto de pensarem todos juntos as mesmas coisas"

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⁠"fiquei profundamente impressionado: pensei que deixara de ser livre (...) procurei libertar-me desta ideia e não consegui (...) Esperava que ela se dissipasse com as luzes. Mas a ideia ficou onde estava, em mim, pesada e dolorosa."

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⁠"o homem... o homem começa a aborrecer-me. É ao livro que me prendo (...) à medida que vou envelhecendo, dir-se-ia"

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⁠"... uma pequena história, que não é vergonhosa nem extraordinária, recusava-se a sair. Nada de novo. Admiro-me de como se pode mentir com a verdade na mão"

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⁠Não importa o que a vida fez de você, mas o que você faz com o que a vida fez de você.