Isabel Borja

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Vendesse eu as palavras quando não tenho nada a fazer

Vendesse eu a alma quando chego a casa entristecida

Vendesse eu o coração quando me apunhalam pelas costas

Vendesse eu a casa quando a família não esta presente

Vendesse eu o espelho quando me vejo menos bonita

Vendesse eu a consciência quando não disse o que havia a dizer

Só para não ferir o coração d’outrém.

A verdade é que se eu vender as palavras não saberei usar a alma

Também vendida por não dar valor à tristeza

Que nos assola quando o coração é traído

Pelos que mais amamos em virtude da sua imagem

Que não vemos quando nos olhamos ao espelho

Traindo o amor que à nossa volta têm por quem somos

Pesando-nos mais tarde a consciência pelo que não fizemos

Pelo que não amamos

Pelo que não dissemos a tempo

Perdendo a única oportunidade que temos numa vida:

A de amar para sempre.

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Inserida por barbaramartins