Gilvan Dantas

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Adaptação do famoso discurso de Martin Luther King. "Eu tenho um sonho"

Eu estou contente em unir-me com vocês neste momento que entrará para a história como a maior demonstração pela liberdade na história de nossa nação.

Há 25 anos atrás, Assembléia Nacional Constituinte, veio como um grande farol de esperança para milhões de brasileiros que tinham murchados nas chamas da injustiça social. Ela veio como uma alvorada para terminar a longa noite de nossos cativeiros.
Mas 25 anos depois, a vida do brasileiros ainda é tristemente inválida pelas algemas da pobreza, do descaso e da continua corrupção onde trabalha-se quatro meses por ano só para pagar impostos sem receber nada em troca.
Há 25 anos o brasileiro vive em uma ilha só de pobreza no meio de um vasto oceano de prosperidade material. 25 anos depois, o brasileiro ainda adoece nos cantos da sociedade corrupta e se encontram exilados em sua própria terra. Assim, os protestos de hoje servem para dramatizar nossa vergonhosa condição.

De certo modo, nós viemos as ruas da nação para trocar um cheque. Quando os arquitetos de nossa república escreveram as magníficas palavras da Constituição e a Declaração da legitimidade da mesma, eles estavam assinando uma nota promissória para a qual todo brasileiro seria seu herdeiro. Esta nota era uma promessa que todos os brasileiros, sim, brasileiros de todas as raças, credos e de qualquer posição social, teriam garantidos os direitos inalienáveis de vida, liberdade e a busca da felicidade e oportunidades, com educação e saúde de qualidade.. Hoje é óbvio que eles não apresentaram esta nota promissória. Em vez de honrar esta obrigação sagrada, Deram ao povo brasileiro um cheque sem fundo, um cheque que voltou marcado com "fundos insuficientes".

Mas nós brasileiros nos recusamos a acreditar que o banco da justiça é falível. Nós nos recusamos a acreditar que há capitais insuficientes de oportunidade nesta nação. Assim nós viemos trocar este cheque, um cheque que nos dará o direito de reclamar as riquezas de liberdade e a segurança da justiça.

Nós também viemos as ruas para recordar o Brasil dessa cruel urgência. Este não é o momento para descansar no luxo refrescante ou tomar o remédio tranqüilizante do gradualismo. Agora é o tempo para transformar em realidade as promessas da democracia.
Agora é o tempo para subir do vale das trevas da corrupção ao caminho iluminado pelo sol da justiça social. Agora é o tempo para erguer nossa nação das areias movediças da injustiça social para a pedra sólida da inclusão social. Agora é o tempo para fazer da justiça uma realidade para todos os filhos de Deus.

Seria fatal para o governo negligenciar a urgência desse momento. Este verão sufocante do legítimo descontentamento dos brasileiros não passará até termos um renovador outono de liberdade e igualdade. Este ano de 2016 não é um fim, mas um começo. Esses que esperam que os brasileiros agora estarão contente, terão um violento despertar se a nação votar aos negócios de sempre

. Mas há algo que tenho a dizer ao meu povo que se dirige ao portal que conduz ao palácio da justiça. No processo de conquistar nosso legítimo direito, nós não devemos ser culpados de ações de injustiças. Não vamos satisfazer nossa sede de liberdade bebendo da xícara da amargura e do ódio. Nós sempre temos que conduzir nossa luta num alto nível de dignidade e disciplina. Nós não devemos permitir que nosso criativo protesto se degenere em violência física. Novamente e novamente nós temos que subir às majestosas alturas da reunião da força física com a força de alma. Nossa nova e maravilhosa combatividade mostrou à nação brasileira que não devemos desconfiar de todas as pessoas que estão no poder. Por que muitas delas vão entender que o destino delas é amarrado ao nosso destino. Elas vão perceber que a liberdade delas é ligada indissoluvelmente a nossa liberdade. Nós não podemos caminhar sozinhos.

E como nós caminhamos, nós temos que fazer a promessa que nós sempre marcharemos à frente. Nós não podemos retroceder. Há esses que estão perguntando para nós, "Quando vocês estarão satisfeitos?"

Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto o brasileiro for vítima dos horrores indizíveis da corrupção e da desigualdade social. Nós nunca estaremos satisfeitos enquanto nossos corpos, pesados com a fadiga dos anos de trabalhos, não poderem ter uma aposentadoria digna. Nós não estaremos satisfeitos enquanto um brasileiro não ter acesso ao mínimo da condição de vida digna e humana enquanto que uma minoria vive uma vida regalada sem se importar com os que trabalham noite e dia para seu sustento. Não, não, nós não estamos satisfeitos e nós não estaremos satisfeitos até que a justiça e a retidão rolem abaixo como águas de uma poderosa correnteza.

Eu não esqueci que a maioria dos brasileiros estão passando por grandes testes de sofrimentos e estão na busca pela liberdade e apresentam marcas pelas tempestades das perseguições e pelos ventos de brutalidade social. Vocês são os veteranos do sofrimento. Continuem trabalhando com a fé que sofrimento imerecido é redentor. Voltem para as ruas de nossas cidades, sabendo que de alguma maneira esta situação pode e será mudada. Não se deixem caiar no vale do desespero.

Eu digo a você hoje, meus amigos, que embora nós enfrentemos as dificuldades de hoje e amanhã. Eu ainda tenho um sonho. É um sonho profundamente enraizado no sonho brasileiro

Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significado de sua crença - nós celebraremos estas verdades e elas serão claras para todos, que os homens são criados iguais.

Eu tenho um sonho que um dia, o Congresso Nacional, que transpira com o calor da injustiça, que transpira com o calor de opressão, será transformado em um oásis de liberdade e justiça.

Eu tenho um sonho que nossos descendentes vão um dia viver em uma nação onde elas terão todos os direitos inalienáveis a vida. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia, que todos os corruptos e corruptores de hoje em todas as esferas paguem por seus crimes e seus direitos políticos sejam caçados definitivamente pára que nunca mais voltem ao poder. Eu tenho um sonho hoje!

Eu tenho um sonho que um dia todo vale será exaltado, e todas as colinas e montanhas virão abaixo, os lugares ásperos serão aplainados e os lugares tortuosos serão endireitados e a glória do Senhor será revelada e toda a carne estará junta.

Esta é nossa esperança. Esta é a fé com que vamos para as ruas. Com esta fé nós poderemos cortar da montanha do desespero uma pedra de esperança. Com esta fé nós poderemos transformar as discórdias estridentes de nossa nação em uma bela sinfonia de fraternidade. Com esta fé nós poderemos trabalhar, orar , lutar e ir encarcerar juntos, defender a liberdade juntos, e quem sabe nós seremos um dia livre. Este será o dia, este será o dia quando todas as crianças de Deus poderão cantar com um novo signficado.
"Meu país, doce terra de liberdade, eu te canto.
Terra onde meus pais morreram, terra do orgulho dos peregrinos,
De qualquer lado da montanha, ouço o sino da liberdade!"
E se o Brasil é uma grande nação, isto tem que se tornar verdadeiro.

E assim ouvirei o sino da liberdade no extraordinário estados brasileiros de norte a sul. Leste a oeste. E quando isto acontecer, quando nós permitimos o sino da liberdade soar, quando nós deixarmos ele soar em toda moradia e todo vilarejo, em todo estado e em toda cidade, nós poderemos acelerar aquele dia quando todos os brasileiros de Deus, homens pretos e homens brancos, judeus e gentios, protestantes e católicos, poderão unir mãos e cantar nas palavras do velho espiritual negro:

"Livre afinal, livre afinal.

Agradeço ao Deus todo-poderoso, nós somos livres afinal."