A nós, seres orgânicos, nada interessa originalmente numa coisa, exceto sua relação conosco no tocante ao prazer e à dor.
Mesmo a conversa com um amigo só produzirá bons frutos de conhecimento quando ambos pensarem apenas na questão e esquecerem que são amigos.
Quem quiser colher felicidade e satisfação na vida, que evite sempre a cultura superior.
Se o ócio é realmente o começo de todos os vícios, então ao menos está bem próximo de todas as virtudes; o ocioso é sempre um homem melhor do que o ativo.
É frequente contradizermos uma opinião quando, na realidade, apenas o tom com que foi exposta nos é antipático.
Quem dá um grande presente não acha gratidão, pois para o presenteado já é um fardo aceitar.
Uma época feliz é completamente impossível, porque as pessoas querem desejá-la, mas não tê-la, e todo indivíduo, em seus dias felizes, chega quase a implorar por inquietude e miséria.
A nós, a arte grega ensinou-nos que não há nenhuma superfície verdadeiramente bela sem um fundo terrível.
A cultura não pode absolutamente dispensar as paixões, os vícios e as maldades.
Pessoas que compreendem algo em toda a sua profundeza raramente lhe permanecem fiéis para sempre.
É a partilha da alegria, não do sofrimento, o que faz o amigo.
"Prazer com uma coisa" é o que se diz: mas na verdade é o prazer consigo mesmo mediante uma coisa.
Quando morre alguém, em geral necessitamos de motivos de consolo, não tanto para mitigar a dor quanto para ter uma desculpa por nos sentirmos tão facilmente consolados.
A coisa obscura e inexplicada é vista como mais importante do que a clara e explicada.
As pessoas que não podemos suportar procuramos tornar suspeitas.
A melhor maneira de começar o dia é, ao acordar, imaginar se nesse dia não podemos dar alegria a pelo menos uma pessoa.
O homem é um rio turvo. É preciso ser um mar para, sem se toldar, receber um rio turvo.
Pessoas que rapidamente pegam fogo se esfriam depressa, sendo então de pouca confiança.
Temos a arte para não sucumbirmos junto à verdade.
Tendo seu "por quê?" da vida, o indivíduo tolera quase todo "como?".
Bem-aventurados aqueles que esquecem, porque acabam esquecendo-se também da insensatez que cometeram.
Elogiamos ou criticamos de acordo com a maior oportunidade que o elogio ou a crítica oferecem para fazer brilhar a nossa capacidade de julgamento.