Elcio Jose Martins

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⁠O CASAMENTO DE CONSCIÊNCIAS E SENTIMENTOS

O casamento de consciências e sentimentos éconfirmado pelo coração e seus batimentos;

O gostar faz o alinhamento e oamor faz o balizamento;

A união a dois é escrita na alma, iniciada pela paixão, orientada pelo coração e escrita pelas mãos do consentimento...

O coração apaixona, aconsciência analisa, aalma decide, e, razão e emoção sentem-se felizes...

O cartório da consciência registra e dá forma, ocomputador da memória grava e salva nas nuvens, os sentimentos reescrevem o contexto,
Chegando, até, a mudarem completamente o texto...

A cerimônia religiosa é interior, os convidados escolhidos pelo amor.
A benção dos noivos com a água benta dos valores espirituais, e,
O registro de fé, realizado pelos princípios éticos e morais...

Enquanto existir amor esta união não se desfaz;
Enquanto existir respeito o tempo se refaz;
Enquanto existir companheirismo a união terá um tempo mais;
Enquanto existir cumplicidade, esta união não acabará jamais!...

ÉLCIO JOSÉ MARTINS

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⁠SOMOS O QUE SOMOS

Somos o que somos e achamos ser, não o que os outros acham que somos...

Élcio José Martins

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⁠O MEDO

O medo é segurança, a falta do medo pode ser um ato inconsequente, ignorando o perigo.
O medo tranca a porta, a falta do medo abre janelas, trazendo riscos desnecessários...

Élcio José Martins

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⁠REFLEXÃO

De vez em quando vale uma reflexão de quanto somos agraciados. Reclamamos do que não temos e não valorizamos o que temos.

Élcio José Martins

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⁠CIDADE DA POESIA

A cidade da poesia devia existir,
Como Deus na terra um dia há de vir.
Que a felicidade tenha o seu porvir e
A tristeza antecipe o seu partir...

Viajarei terras e mares bravios,
De automóveis, aviões, trens ou navios.
Realizarei um sonho, ainda que tardia,
Conhecer, in loco, a Cidade da Poesia...

Lá, tudo cheira fluidos poéticos,
Um povo festivo, feliz e eclético...
A felicidade estampada na face singular,
De um ser humano acolhedor, aquele que sabe amar...

Terra da serra dos Morros Uivantes,
Dos Deuses Astronautas e Estrelas Cadentes,
Dos Sertões Veredas deslumbrantes e
Da primavera florida inebriante...

Conhecer o Lar da Juventude Acumulada,
A Creche da esperança de uma Nação próspera e amada.
Conhecer a Praça da Liberdade, quanta alegria,
Andar pelas veredas de paisagens, consumindo filosofia....

Conhecer, também, o cemitério da Boa saudade,
Da terra que guarda a lembrança e valores ancestrais.
Um momento de profunda reflexão quando se cruza os seus portais,
Ali todos são iguais, não há status, nem dinheiro e nem classes sociais...

Visitar a Igreja de todos os Santos e de todos mais,
Orar para que Deus não nos abandone, jamais!
Pedir que cuide da natureza, dos homens, da água e de seus mananciais,
Levando a poesia aos corações e orações de seus fiéis...

Andar pela Alameda da Juventude,
Das baladas, barzinhos, encontros, paixões e solicitudes.
Desfilar na Passarela do Samba debochadamente apaixonado,
Abusar do vazio momentâneo de razões, preconceitos e tudo que for pecado...

Até na política teria algo diferente,
Editais, cartas, ofícios e decretos, escritos em versos e rimas,
Um texto alegre, livre e de valor contente,
Nada que impeça que as Leis e os Direitos estejam acima...

Nadar no Rio da Felicidade,
Com trajes livres, sem medo e contrariedade,
Jovens, crianças, homens e mulheres, de qualquer idade,
Ali a liberdade contagia, é a magia da simplicidade...

Por fim, no Recanto dos Monges, o Seminário,
Instalado na Praça das Poesias e dos Poemas libertários,
Ouvir românticas canções, melodias dos apaixonados,
Sentado no velho banco de carvalho pintado na cor do canário
Que canta e encanta, bem lá no alto do campanário!...

Assim, acaba esse delicioso sonho!....

ÉLCIO JOSÉ MARTINS

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⁠22 DE MARÇO – DIA DA ÁGUA

Límpida, incolor e insípida,
O líquido da vida.
Vem da fonte, vem da torneira,
Vem da nuvem, vem do rio,
Vem do mar, vem da floresta.
Está no copo, em seus lençóis,
Está no banho e nos jardins de girassóis...

Vem na chuva cristalina
Banhando a terra menina.
Faz semear a semente,
Dando vida a um novo ser vivente...

A sede ela mata,
Alegra a seiva e beija a mata.
O verde da mata virgem,
Mata a fome em sua origem...

A água que dá a vida que veio do sopro,
É a mesma que mata a sede e banha o corpo.
É a lágrima que lava a alma,
Face molhada que o beijo acalma...

A água que lava o copo,
É a mesma que do copo se bebe.
Frescor na mina incipiente,
Ternura no amanhecer nascente...

Banha a vida,
Regando o solo após caída,
Acalma o coração e enobrece a alma,
Distraída, se transforma em cor e forma...

No rio, corre mansa e faceira,
Cachoeiras de cristais caem livres em ribanceira.
É a vida que se vai algemada na esteira,
Quem pensa diferente, tapa o sol com a peneira...

No lençol se faz poupança,
É reserva e esperança.
Dá medo e insegurança,
Quando a natureza faz vingança...

Desprezar a natureza não é uma boa decisão,
Falta d’água na nascente aniquila a população.
Não adianta promessa, reza e pajelança
se não cuidar do broto criança...

Plante flores em seu jardim,
Plante uma árvore, um lírio ou jasmim...
Cuida do broto criança, cuida de mim!...

Élcio José Martins

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⁠No limiar da meia-noite

No meu sono acordado
Fiz nascer esta poesia,
No limiar da meia-noite e
No ocaso de um longo dia...

Pensamentos afloraram de montão,
Fase final da realização, ou não!...
Na correnteza da imaginação,
Indaguei-me primeiro, o coração...

Fim de uma jornada,
De uma era em disparada,
De um tempo que passou,
De quem fui e quem sou!...

No limar da meia-noite, à meia-luz,
É a gratidão ou é o remorso que me conduz?!
Quantas bondades plantei no jardim do dia,
Quanta indiferença carreguei de covardia!?

Quando a semente é semeada pelas mãos do amor,
Na alegria do semeador ou nos calos da dor,
O fruto colhido terá sabor, e,
De estonteante beleza nascerá a flor...

Quando mal semeada a caridade,
Quando ficar distraída a amizade,
Quando não mais existir a lealdade,
Será o fim de um povo, de uma era e de uma sociedade...

No limiar da meia-noite, reflito,
A Deus, agradeço e faço um pedido.
Que na aurora do novo dia,
Encha cada coração de amor e alegria...

No limiar da meia-noite, reflexão!
No limiar da meia-noite, perdão!
No limiar da meia-noite, gratidão!
No limiar da meia-noite, Deus no coração!...

Élcio José Martins

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⁠21 DE MARÇO - DIA MUNDIAL DA POESIA

No dia mundial da Poesia,
O amor rege e contagia,
O coração nostalgia,
A alma arrepia,
E o dia, recheado de alegria...

Um novo amanhecer principia,
Retira-se o véu e surge a magia,
Nada que seja noite,
E tudo que seja dia...

É chegada a hora da dança e a boa melodia,
Do revoar dos pássaros sorrindo em sinfonia;
Momento de suspirar com o crepúsculo matutino abrindo o dia,
Acreditando em um novo renascer, numa nova chama que irradia...

Os primeiros raios do sol que apontam no horizonte,
Anunciam a chegada e a partida dos eternos viajantes...

No porto, ajustam-se as velas, os navegantes,
Na igreja, oram a Deus, cristãos e protestantes...

Nas ruas, trabalhadores em disparada,
Carregam na alma e no espírito, um amor que aflora,
Tão claro e tão vibrante quanto o clarão da aurora...

A poesia não é sua, nem é minha, é do mundo,
Representada por Deus, Marias, Terezas, Josés e Raimundos.
A poesia não tem Pátria, ela é universal,
É o alimento da alma, afugentando todo o mal...

Élcio José Martins

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⁠OS PORQUÊS DA VIDA

São os porquês da vida que nos impulsionam a descortinarmos novos horizontes. É através da claridade da luz que desnudamos os segredos da escuridão...

Élcio José Martins

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⁠O sono acordado

O sono é o tempo apagado, perdê-lo é deixá-lo vivo, portanto, o melhor a fazer é alegrá-lo, tornando-o produtivo...
Quantas decisões e quantas poesias nasceram do sono acordado!...

Élcio José Martins

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⁠AMOR CONTROVERSO
Cada encontro, um desencontro,
Foi preciso entender o ponto,
Pra não deixar o sabor do espanto,
Suspirar faceiro ao ritmo do pranto!...

O que tem atrás da curva,
Pode ser parreira ou pé de uva.
A mãos ásperas que pedem a luva,
Aram a terra e esperam a chuva...

O peito está magoado, surtado e apertado,
Como a dor que dói, num corpo insano atropelado.
Nos delírios dos sonhos encabulados,
Vontades e desejos são disfarçados e ocultados...

E a vida vai girando! Girando!
Voando! Voando! Sem rumo e sem mando,
Destemperando o poder do comando,
Que na esteira da sorte vai fritando e assando...

O tempo passou, passou, rápido passou!
No rastro do trilho triste, uma marca deixou.
Nas desventuras do amor que no tempo trafegou,
Até as águas dos oásis, no deserto solidificou!...

No infortúnio da desesperança da vida,
Ainda há chance, pede-se uma nova partida.
Com fé, coragem e valentia atrevida,
Driblou as mágoas, animando a verve, que estava distraída...

Com o sussurro do agrado e o riso renovado,
Deixou leve o que outrora era pesado.
O peso do fardo, tantas vezes carregado,
Fez mais forte um coração desolado e magoado...

Chorar por dentro deixou água represada,
Das lágrimas escorridas, em pérolas transformara.
A força do amor controverso virou a face do anverso,
Santos conspiraram, até os deuses e a magia do universo...
Élcio José Martins

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⁠DEUS NOS DEU UMA VIDA
Deus nos deu uma vida para ser vivida. Vivida da melhor maneira.
Vivida na Paz, no amor, na fraternidade, nos encontros e desencontros, no olhar sublime de uma criança, no semblante e sabedoria de um ancião, no verde da natureza, no azul do céu, na cascata de uma queda d'água, na felicidade da mãe que acabou de gerar um filho, no sorriso de quem ganhou um presente, no aplauso ao artista, no riso da piada, no beijo dos enamorados, no canto das aves, nos afetos recebidos, na poesia que encanta, na música que alegra a alma, nos encontros dos amigos, no lar de uma família.
Somos energia que pulsa. Somos o milagre da vida. Somos a própria vida.
Não importa se existe ou não uma nova vida. Não importa se existe vida após a morte. Não importa a eternidade.
Se vivermos bem o agora, se vivermos o amor, se vivermos a igualdade e a fraternidade, se vivermos a justiça e a paz social, se vivermos a caridade, se vivermos o respeito e a gratidão, se vivermos o milagre da vida, não importa mais nada, não importa a religião que tenhamos, não importa as nossas crenças.
Nesse momento estaremos nos preparando para a felicidade individual e coletiva, estaremos, se realmente existe, nos preparando para a felicidade eterna.
Élcio José Martins

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⁠VOCÊ É MINHA ESTRELA MAIOR
Não importa o céu, porque você é minha estrela maior;
Não importa o mar, porque é você que faz a minha onda;
Não importa o verde, porque você é a minha floresta;
Não importa a rosa, porque você é meu jardim...
Não importa o jardim, porque você é a minha flor em formação,
Não importa o verão, porque é você que aquece o meu coração;
Não importa o inverno, porque você me protege e me acalenta;
Não importa o outono, porque você é o fruto que mais gosto e que me sustenta...
Você é meu telhado e meu chão,
Meu sonho, minha sina e minha razão.
Você é a minha inspiração, e tudo nela me conduz,
Na cegueira do meu amor, você é a minha direção e a minha luz...
Você é a minha razão de viver,
Meu anoitecer e meu amanhecer...
Com você faço tudo valer à pena,
Sem você eu não sou nada, minha alma se apequena...
Élcio José Martins

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⁠O tempo certo
O apressado come cru, o atrasado passa fome, quem sabe fazer a hora, come quente à toda hora ...
Élcio José Martins

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⁠CONSTRUÇÃO E DUALIDADE
A vida é construída na dualidade em tudo. Quando a ação for de um lado só, esta construção não terá o alicerce necessário como base desta estrutura, aí, com o tempo, transformará em ruínas...
Élcio José Martins

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⁠ATÉ O NADA TEM SEU VALOR
A poesia prova que até o nada tem seu valor,
O que está de fora é diferente do que está dentro,
O que está dentro é mais forte do que está fora. A raiz que sustenta o tronco da majestosa árvore não está à mostra, mas dá vida à folhas e frutos e sombras...
O poeta é raiz, pura raiz...
Élcio José Martins

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⁠PAPAI, MAMÃE E EU
Papai, cuidado, estou te ouvindo!
Mamãe, sinto quanto me amas!
Cada dia cresço um pouquinho,
Já tenho dedinho, olhinho,
Pezinho e joelhinho,
Meu corpinho está formadinho...
Meu coraçãozinho já sente muito amor!
Sabe mamãe, aquele dia que a senhora me deu uma flor?
Não vi, mas senti todo o seu carinho,
Mesmo não sabendo se vou ficar feio ou bonitinho...
Estou te ouvindo, mamãe!
O papai está feliz hoje, até beijou a senhora!
Já amo muito vocês,
O papai e a senhora. Amo muito, muito mesmo!!!
Quando eu nascer quero rir bastante e ser feliz,
Quero ser alegre e brincar com os amiguinhos,
Olhar no espelho e ver meu narizinho,
Ver meu olhinho e meu lindo sorrisinho...
Mamãe, a senhora vai me amar muito?
Acho que sim, a senhora já me ama, né!
Quero abraçar o papai, sentir a barba dele,
Escutei a senhora falando para ele fazer a barba, lembra!
Loguinho vou sair da sua barriga e ficar nos seus braços,
Prometo que não vou chorar, quero sorrir com o seu abraço,
Papai! Um beijo! Mamãe, um beijo!
Agora vou dormir um pouquinho,
Tchau!...
Élcio José Martins

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⁠A FELICIDADE, A VIDA E FINADOS
Dia de Finados é para lembrarmos e rezarmos para os mortos, para lembrarmos que a vida é finita, para lembrarmos que, ao nascermos, recebemos um carimbo com a data de validade, que, queiramos ou não, a morte é a razão da vida. Nascemos para morrermos, isto é verdadeiro. Viver é opcional, de livre arbítrio...
Deus nos deu a vida com início, meio e fim, mas não nos disse como devíamos vivê-la...
Cabe-nos, descobrirmos os porquês da existência, da finitude da vida e a razão em si mesma...
A única busca que devemos enveredar é o caminho da felicidade, porque é o nosso poder de escolha. Escolher algo diferente é masoquismo, pois, a data de vencimento, que limita o nascer e o morrer, é uma folha em branco onde escreveremos a nossa história...
Aí vem a pergunta: Como ser feliz?
Só seremos felizes quando nos despirmos de dentro para fora, quando mudarmos nossas roupas intimas de mágoas e rancores;
Só seremos felizes quando vestirmos uma roupa nova na nossa razão de vida. Um colorido novo;
Só seremos felizes quando jogarmos fora as roupas velhas das lembranças empoeiradas no tempo e no espaço;
Só seremos felizes quando entendermos que a vida foi e é o maior prêmio em vida;
Só seremos felizes quando entendermos que somos vencedores desde a fecundação. Na corrida dos espermatozoides fomos os campeões...
A vida é a própria razão em si mesma. A felicidade está no silêncio, na solidão, na multidão, na alegria e na tristeza, na vitória e na derrota, em todos os lugares. Pode estar no alarido das palmas ou no tilintar das moedas, mas não necessariamente, porque a vida é mais que isto!
A felicidade está na construção da família, na união do lar, no encontro com os amigos, na comunidade, no trabalho, na escola, no boteco da esquina, no banco da igreja, no sorriso da criança, no olhar de mãe, na beleza do próprio olhar...
A felicidade está na própria existência!
Cada um é responsável por si mesmo, a diferença está no poder de escolha;
Nas atitudes e pensamentos positivos que geram resultados positivos e satisfatórios;
Nas atitudes e pensamentos negativos nos arrastam para o caos, para as doenças e para a infelicidade...
Sejamos felizes pelas razões da vida, tratando nossas emoções apenas como adereços, que, podem até brilharem, mas, logo estarão guardadas nas gavetas das lembranças boas ou não tão boas...
Élcio José Martins

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⁠NOSSA PADROEIRA
Ave Santa Maria Salve
Ave Santa Maria salve,
Olhai por todos e por nós,
Dizei-nos o caminho sagrado,
Da oração e do crematório dos pecados...
Santa Ave mãe Maria Santa,
Seus filhos oram só e em romaria,
És tu madre, majestosa e poderosa,
Rainha de todas as Santas, a mais querida e amorosa...
Por nós rogai, esses pobres pecadores,
Que clamam e choram as suas dores...
De Deus, o pai, seus defensores,
Que na fé caminham, algemados por opressores...
Salve mãe, nossa Rainha da esperança,
Que por seu poder nossa oração alcança.
Com Deus Pai, faça uníssono a aliança,
Dê a seus filhos fiéis, mais amor, esperança e confiança...
Ave Santa Maria nossa,
Salvai-nos desse mundo que se degrada e se destroça.
Só tu podes nos salvar do caos,
Colocando amor no coração dos homens e maus...
Salve Ave Maria Salve!...
Élcio José Martins

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⁠QUERO UM VIVER PRECISO
Quero um viver preciso,
Como o morrer é preciso...
Como viver não é preciso,
O sorrir precisa ser feliz e preciso...
A vida é passagem,
O tempo é passageiro,
O cosmo, uma miragem,
E o vento, mensageiro...
Para viver é preciso Juízo,
Seguindo regras, normas e avisos.
É preciso um escolher preciso
Para não errar no tom e no sabor do riso...
O sono ruim pode trazer o bom sonho,
O amor um céu de brigadeiro e um ar risonho.
A nuvem negra gera a brancura da chuva,
As mãos ásperas não conheceram a luva,
Nem a raposa que rejeitou a uva...
Os poetas pintam em verso e
Declamam ao reverso,
Fazem do amor celebração e oração,
Alegram a alma e enfeitam a vida nas batidas do coração...
É preciso viver na contemplação do amor,
Porque esse está repleto de intolerância, rancor e dor.
Sê honesto e digno trabalhador,
O exemplo o fará exemplo, justo e merecedor...
É preciso ser preciso,
No mar em navegação,
Não há ensaio e improviso,
Onde exige precisão...
Élcio José Martins

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⁠LAMPEJOS
De repente, o igual fica velho e decadente,
Quando chega o novo elegante e diferente.
De repente, o novo elegante diferente, que era para ser moderno e diferente,
Torna-se velho, intransigente e decadente...

Tal é a mutação dos desejos no tempo,
Nos caminhos controversos dos encantos e contratempos,
Vem a indagação da razão da vida,
Que de tão atrevida, teima em ser amada e ser vivida...

O novo é belo porque é diferente,
O diferente é belo porque é novo,
Mas, de repente, o velho que era rude e decadente,
Retorna altivo, novo, raro e diferente...

Tal as mutações dos delírios e desejos,
Dos sonhos, ensaios e ensejos,
Os quais, são amores recheados de sobejos,
Vividos em lençóis de seda, enlameados de lampejos...

O ego que pede passagem,
Vislumbrado pela ilusão da imagem,
É o mesmo da noite de aterrissagem,
Da fina arte embriagada na miragem...

Élcio José Martins

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⁠O ESPAÇO E O TEMPO
O espaço está sem tempo,
O tempo está sem espaço.
O tempo é o espaço do cansaço,
Espaço do abraço,
Espaço escasso
Espaço do sossego,
E espaço do fracasso...

A imaginação é o espaço no tempo,
Embora haja tempo,
Tudo está sem tempo,
E a desculpa é a falta de tempo...

Um risco não é um traço,
Uma ideia pode ser boa ou virar fiasco,
O navio que não navega pode perder o casco,
O enforcado tem sua sina nas mãos lodosas do carrasco...

A ideologia firmada no rastro,
Tem no passado sua base e seu lastro.
A boa orquestra segue à risca a orientação do maestro,
Pelé era um craque, chutava com os dois pés, mas era destro...

A gentileza ás vezes perde juízo;
A chuva leve e doce, pode virar granizo;
Caminhar exige um rumo e um norte preciso,
Adão e Eva não quiseram padecer no Paraíso...

Serve à causa a luta dos oprimidos,
Clamam por justiça, os incautos e desvalidos,
Anos de desejos sufocados e reprimidos,
Nesta passagem provisória, só vencerão os escolhidos...

Élcio José Martins

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⁠NA PENUMBRA DA NOITE
Na penumbra da costumeira noite calma,
Há um coração que sofre e um gole que acalma.
Com passos esbeltos desfila a Dama da Noite,
Luzes vermelhas clareiam a intrigante boite...

Assanoite estava bela a jovem donzela,
No bar, um abiscoitado sofre por ela.
Joãozinho, esperto e na moita,
Pensando nela, fazia uso constante do afrodisíaco alcagoita...

Na devassidão dos homens ásperos, começara um quiproquó,
Socos e pontapés, uma anarquia só!
No meio da briga, João do pó, cambaleava que dava dó,
Juca do Abedão, no canto, só espiava o borogodó...

Preparou o seu cavalo baio e ficou de prontidão,
Aguardou, disfarçadamente, o desaforado valentão.
Sua arma na cintura brilhava na escuridão,
Protegeu aquela donzela, como fizera em outra ocasião...

Homem mau e respeitado na região,
Fazia de sua arma seu escudo e proteção.
Rígido e sistemático na sua profissão,
Seu açougue era afamado e fiado não tinha não...

Élcio José Martins

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⁠DISTRAÍDA

Na calçada andava ela, distraída,
Sem perceber que era subtraída,
Saia curta subia na subida,
Percebia-se que era linda, sacudida!...

A calçada era esperta e sabida,
Com o espelho que o piso dava,
A mente se habilitava,
E o olhar entusiasmado, disfarçadamente, esbugalhava...

Distraída com o forte vento,
Por um instante momento,
Quase perdeu a saia, proibida no convento...

Foram segundos de constrangimento,
Sob olhares ligeiros e fuxiquentos, o questionamento:
Por que justo naquela hora, a saia curta e o vento!?

Élcio José Martins

⁠REMANSO DE DOMINGO

Na solidão poética, no instante particular, curtindo o remanso de domingo, ouvindo sambas dos grandes carnavais, a percepção da simplicidade realizando momentos de ternura e bem viver.
É um poetizar do espírito, elevando a alma ao seu máximo grau da existência.
Esse momento de nostalgia é um carregar das baterias, das ilusões e novas visões do mundo, preparando, com a sabedoria divina, para o enfrentamento da realidade que no amanhã se avizinha.
Desejaria que o mundo terminasse seu ciclo em música, remanso e poesia.
Élcio José Martins

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