Dolandmay Walter

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SEM AMOR

Um dia, quando me ver passar nesse mundo
Todos esses que agora não enxergam
Os meus ais, as minhas lidas, que me restam,
Serei eu de amor notado e profundo?

No caminhar dessa estrada, sou moribundo
Que vagueia sussurrando aos que passam:
"Viram um velho sem amor e tão imundo
A suplicar os corações dos que não prezam?"

Não tem ninguém a responder nem a notar!
E eu me vejo a um reflexo murmurar:
Nesse caminho, dos meus ais, ninguém sorriu!

Já cansado, e a desistir da longa estrada
Vou sonhando pela longa madrugada
Sem quer notar o meu amor, que ninguém viu.

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⁠DECLARO

(...)

Eu quero ser um sorriso em seu rosto,
mas se você não puder sorrir,
fique tranquila, eu irei guardar esse sorriso somente em mim, e irei suportar.

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⁠INVERSO

Vê-me sorridente, feliz, mas, nunca
foi nada fácil pra mim, e, estes
são os melancólicos, os sofredores.
Meu coração é um desgraçado
de tanto que é bom, mas não me subestime,
não queira conhecer o meu inverso,
talvez, você não saia mais de lá.

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⁠DOS ANJOS

Neste mundo, encontrarás alguém que te fará perceber o quão importante foi descer a terra dos pecados, e irás finalmente entender o sentido da vida, a vida dos que não subiram ainda, e dos que te guardam as melodias dos céus.

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⁠SAUDADES?

S'eu a tenho saudades? Claro que sim!
Foi tanto que eu a amei, tanto que eu a quis...
E, eu sei que, por nós, ela já foi feliz
E, eu sei que, à vida, a levou de mim.

Eu não queria do nosso amor o fim.
Que, por tanto, o meu silêncio n'alma me diz:
Foi tanto os meus sonhos, tanto a fiz!
Que a sonhando tanto, eu a tenho assim:

Nos meus pensamentos ficará para sempre!
Já no meu coração, um chorar descontente
Por tudo que eu a fui sem ela me ver gratidão.

Saudades? Não! ...D'o meu amor rejeitado!
De não ser em seu peito o riso sonhado,
De m'enganar por ela, d'suas misérias em vão!

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⁠SUBSISTÊNCIA

Esse negócio de amor
nunca pousou em mim,
mas eu ainda o continuo
achando um espetáculo.

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⁠IGUAIS

O meu coração é dividido em quatro partes, uma delas é a do silêncio,
outra da solidão, uma outra parte
é a da dúvida, e outra, nessa última,
ah, eu sei lá se existe amor.

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NA SOLIDÃO DO MEU AMOR

É vazio o desejo, o amor, e a alma.
Mas não há mágoas por estes sentimentos...
Em ti, o riso me faz paixão e acalma
O coração, sem quer me ver tormentos...

Vagueando tristezas por ter na palma
Das minhas mãos cansadas, os lamentos,
São por vezes dispersos aos intentos
Das mentiras que carrego dentro d'alma.

Perdido nas ilusões posso vir a morrer...
Mas de ilusão, mesmo morto, eu possa ter
Além-mundo o teu querer à minha verdade.

Moras ainda no vazio dos meus desejos,
De alma morta à minha boca são teus beijos...
Na solidão, meu amor, tu és saudade.

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⁠PERFUME

– Hás de chorar-te neste caminho...
Disse-me o fantasma do amor:
"O que sentes neste coração, velhinho,
Por ela, é a vida que criaste em dor!

Por que queres agora sorrir? Baixinho
Está a bater em teu peito um furor
Carregado de encantos, e, sorrindo
Hás de buscar-te o meu esplendor...

Pois, tu não sentiste aquele perfume?
Foi ela quem de propósito o deixou
Para que continues a brilhar em sonhos!"

– A esmo, vulto que inspira-me o lume!
Estrada de mentiras, p'ra ela, eu sou.
E, na ilusão do meu amor, eu a componho!

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