Andre Saut
Amor platônico tem alma mas não tem corpo é o tipo de amor que faz você passar frio no inverno da solidão.
Que mania que os adultos tem de deixar de castigo num canto esquecido a criança que traz no seu coração.
É lindo a instabilidade do ser humano. Tem dias de chuva triste, raios que destroem e iluminam, dias de frio que congelam mas unem, tem o vento que leva embora mas também traz de volta, tem o outono para renovar e a primavera para florescer. Tem um ano inteiro para viver, uma vida longa ou até mesmo curta para conhecer e o tempo todo para descobrir.
Você já notou que nos dias de chuva, os guarda-chuvas, guardam sonhos, guardam sorrisos, guardam amores, guardam quase tudo mas o que não guardam mesmo, é chuva.
Cuidado como age comigo,
Se me beijar, vou revidar...
Se me abraçar, vou revidar...
Se me amar, vou revidar...
Antes esperávamos o carteiro trazer notícias, fotografias e declarações de amor em envelopes gordos de conteúdos ou magrinhos de saudades. Hoje é tudo feito por e-mail, acho que até a saudade chega antes mesmo que possamos senti-la. As fotos já não são reveladas, elas são expostas. As declarações de amor são públicas, até as coisas mais privadas acho que já foram privatizadas. Ainda bem que nossos sonhos e secretos pensamentos ainda não são on-line.
Ah estes humanos que pousam nos corações dos outros como sutis borboletas. Tão hábeis em chegar que quando pousam não balançam sequer, as flores da vida de ninguém. E não discretamente, marcam sua presença com asas majestosas de simpatia e beleza. Mas, na menor brisa, com intenção ou não, voam indiferentes para outra flor. Um dia descobrirão, estas borboletas, que ninguém passa na vida de outro sem levar consigo, o pólen do convívio incrustado nas frestas da personalidade. E como sabendo ou não, todos temos uma missão, a delas, sem dúvida é compartilhar, no próximo pouso, misturando vivências, um pouquinho de quem ficou na vida de quem ela está pousando.