Árvore Ipê
terra
Onça-pintada
tamanduá, jacaré.
baobá, ipê amarelo
jacarandá.
seu zé, dona maria
padre José.
um pouco do todo
cabe em um poema,
mas não cabe no
seu mundo?
panorama...
meio a secura
o ipê com flor na rama
maravilha, perfumada ternura
pelo cinza, pontos amarelos
num matiz em mistura
grifadas em prelos...
queimada
nuveada de fumaça
e a estrada dourada
traçado cheio de chalaça
o cerrado. Vida enleada!
Visto pela vidraça!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
21 de setembro de 2019
São Paulo, SP (Guaianases)
De ouvir tantas tragédias meus ouvidos estão fartos, mas quando olho o Ipê tão amarelinho, que coisa linda, sinto-me no paraíso!
O zéfiro balouça o ipê.
Longe ritomba um trovão.
Detrás do zíper: o ocaso.
Noite e vinho
derramando sono nos meus olhos.
MAJESTOSO IPÊ ROXO.
Márcio Souza.
Este lindo ipê roxo,
Que há anos vi nascer,
Hoje, em pleno mês de agosto,
Veio de novo a florescer.
Em plena seca escaldante,
Todo cheio de esplendor,
Não há quem não se encante,
Com a beleza de tuas flores
Obra prima da Natureza,
Com pétalas roxas aveludas,
Dando-nos a todos a certeza,
Pelas mãos de Deus foram pintadas.
Uns dizem que ser a cor do amor,
Outros que representa a paixão,
Pois tuas fortes e vivas flores,
Têm as cores do coração.
E ao olhar tua florada,
Cada vez mais eu me encanto,
Penso logo em minha amada,
A quem adoro e amo tanto.
Com tuas flores indo embora, derramadas pelo chão,
Sentirei doces saudades por não ver as tuas cores,
Mas as guardarei com certeza, dentro do meu coração,
Porque tu, meu Ipê Roxo, me despertaste o AMOR!
Márcio Souza.
Foto de Márcio Souza.
A Cidade do Poeta
"Sob o sol do Sul, um ipê se aproximava
do andarilho com seus cães. Mas, metralhadoras
na favela...
Ainda assim,
o artista libertou os domesticados:
bem se escondeu; mal correu — desacorrentado.
Pródigo, o ipê ofertava ao poeta
seu raro amarelo nítido: ensinava
que o belo é meio, não um fim, ao infinito.
Mas, metralhadoras numa vilela...
De longe, saltitantes, bem e mal
retornaram às coleiras imaginárias
do consagrador de palavras,
mas o amarelo inovador com gravidade
foi ferido
no cantarejar das metralhadoras
na viela:
um pequeno lusíada mestiço,
num beco brincando com a vida,
morreu — sem saída."
IPÊ AMARELO (soneto)
No teu fugaz aflorar. És partitura
Duma melodia cálida fulgurante
De etérea figura num semblante
No ápice duma passagem pura
Se ergue na paisagem, vibrante
Em efígie no cerrado, escultura
Tão cróceo de aparata candura
Num teor pomposo e insinuante
Ave ipê! Natureza na sua mesura
Aos olhos se faz guapo arruante
Ao poeta estro em embocadura
E neste Éden de aptidão gigante
Ao belo, a quimera se aventura
Numa viagem de visão alucinante
Luciano Spagnol
Agosto de 2016
Se eu não puder ser um jequitibá,um cedro,ou um ipê... frondoso e florido,numa posição em que todos me contemplem,ficarei feliz do mesmo jeito,sendo uma plantinha frágil num tenebroso vale.Porque tenho comigo a convicção de que não serei menos valorizado.
28.04.13
Meu ipê
Em êxtase de cores prenunciam os ipês a primavera.
Caem folhas,
eclodem as flores
e a cidade se pinta em mil tons.
Meu coração é um pé de ipê.
Ele flori ao primeiro vestígio primaveril,
flores de amor, de amor novo,
daqueles sentidos sem consumação.
Um ipê florescido degela a frieza de qualquer rigoroso inverno.
E meu coração-ipê não cabe em mim,
ele avistou a incidência de um sol que me abraça
no célere equinócio do teu dia,
átimo exato da minha noite.
Hoje o Ipê amarelo da rua do fórum floresceu, espalhando flores para todos os lados, e isso renovou minha alma e a encheu de esperança e da renovação que só a primavera é capaz de trazer. Quis chamar todos do gabinete para olharem, mas eles iam dizer que eu era louca de parar de fazer minhas decisões e olhar para uma árvore florida. Na certa iriam me xingar dizendo para eu me focar no que era importante. Mas será que estariam certos ? Quer dizer, nós trabalhamos todos os dias, corremos de um lado para o outro, estudamos, vivemos em uma rotina caótica e acabamos nos esquecendo de olhar as coisas bonitas da vida. O que eu quero dizer é que nos enferrujamos, não vemos a beleza com os olhos limpos de uma criança, mas com os olhos nublados de um adulto, confundindo flores que caem na rua com sujeira, o café que nos causa úlcera com um incentivo para o trabalho, o monóxido de carbono emitido pelos carros com desenvolvimento. Estamos muito errados em relação à nossos conceitos, e então talvez devêssemos começar as mudanças olhando para um ipê florido, ouvindo o canto dos pássaros e analisando a beleza da natureza, pois afinal, o trabalho estará lá amanhã , mas a primavera estará?
Ciclo
Uma após a outra
num balé de veste e despe
lá se foram as flores dos ipês
que venham as águas
as folhas verdes
e as flores da primavera
em outras árvores
os ipês já cumpriram o seu papel...
Presente
Os ipês apagam as tristezas do inverno.
Renovam suas cores ao vento.
Desmancham o cinza sem graça e lento
em tons que afagam a tardinha.
Os ipês esbanjam ternura.
Roubam os olhares de quem está triste à toa.
Porque tristeza não foi feita pra gente boa.
Tristeza não foi feita pra ninguém.
SER ERRADO
restou
de um rebuliço cálido
um vão / inane / cavo
espaço amorfo y vago
espaço vasto / "ecooso"
espaço sideral de novo
nem certo nem errado
légua portátil (de carregar no bolso)
a margem perdeu função
antes deixasse o chão
a água se engoliu
se era verde : partiu!
praxes do meu Cerrado
há seca y
ipês
desabrochados
Na Praça do Centro
da minha Cidade de Rodeio
tem Ipês-amarelos
que testemunham a dança
do Sol e da Lua aqui
no Médio Vale do Itajaí,
enquanto eu te venero
em amoroso silêncio.
Não quero títulos,
não quero comendas
e também não
quero ser Imortal
da Academia Brasileira de Letras,
Quero ser lembrada
como a tal Poetisa
do Ipê-amarelo-cascudo,
de todos os ipês
e do Brasil Brasileiro profundo.
Muitos falam que
não devemos insistir
ou ficar onde perdemos
o nosso sorriso,
Penso que onde
e não importa como
você se encontre,
sagrado seja sempre
o seu sorriso,
Porque florescer como
o Ipê-amarelo é preciso.
Versos Intimistas feitos
de amor e paixão intensos
por esta Pátria Brasileira
feitas de Ipês e muitas matas,
Onde a noite as flores
do Ipê-branco em especial
são confundidas
com as estrelas do magnífico
Hemisfério Celestial Sul
que nos rege e protege
de todo e qualquer Mal.
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