Andar na Linha
Se eu entoco o meu medo de passar/andar por essas ruas
Eu percebo bem na hora que o meu santo/anjo me ajuda
Um minuto
Precisei de um minuto...
Precisei de um minuto... E não consegui aprender a andar...
Por um minuto pensei que fosse possível voar...
Mas não tinha asas de anjo... Não fui a nenhum lugar...
Mas um dia... Em um certo lugar... Comecei a te amar...
Escrevo estes versos... Mas não consigo mais me expressar...
Os meus olhos estão quase chorando...
O meu coração está se emocionando...
Quero então que lembre-se de mim...
Porque tenho certeza que posso em um minuto não conseguir muitas coisas...
E se algum dia em algum lugar em um minuto meu coração parar...
Amor, quero que saiba que eu te amo... E nasci para te amar.
estou no deserto
e não vejo nada por perto
não consigo mais andar
a sede veio me buscar.
estou no calor
sentindo enorme dor
aqui no coração
fico olhando a imensidão.
estou aqui deitado
permaneço calado
não bebi, quebrei a taça
nesse sono me abraça.
INDECISÃO
Possa lá prosseguir amargurado!
Andar com uma sensação poente
Se uma apertura atroz e sofrente
Enche de bruma o verso poetado
Se o sentimento cá tanto povoado
Que tenta impor está dor ardente
Logo este pesar assombra a gente
Tão pungente e tão determinado
Seja a poesia doce ou então salina
Sempre há aquela inspiração afim
Sempre há rumo em cada esquina
Sei lá qual dos versos é razão, enfim,
Se é o perdão ou é a justiça divina...
Ou se é a sedução dizendo que sim!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
02 novembro, 2022, 14’24” – Araguari, MG
VÉU DE UMA SAUDADE
Ainda que casmurra a andar, a poesia
Desnuda daquele amor a lhe encantar
Com versos tristes e, com triste arrelia
Mesmo sabendo que tudo tem o lugar
A poesia romanceia, se põe a sonhar
Se abarca em uma sedutora sinfonia
Porque a poética faz o coração arfar
Vertendo em carismática harmonia
É a suave magia criando o momento
O trovador que mesmo de alma nua
Ainda, assim, busca o ritmo do vento
Então, tão cheio de uma pluralidade
Matiza as palavras, teima, continua
Embalado num véu de uma saudade.
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
26 fevereiro, 2024, 13’21” – Araguari, MG
Assim é e assim será
Se eu pudesse andar descalço
Na terra, pra voltar neste paladar
Teria evitado algum percalço
Pois na falta, pede-se mais amar
E neste fio de tal equilíbrio
Morre a noite e morre o dia
Pra poder nascer sem ludíbrio
A vida, na diversidade em parceria
Assim é e assim será
Entre pedregulhos e relva
A nossa também findará
É a continuidade desta selva
Pois o amanhecer é mágico
e mágica a noite que fica...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Paráfrase Alberto de Campos
cerrado goiano
Nada abala a quem aprendeu a andar com uma bicicleta que não tinha corrente nem freio, somente uma sandália gasta, a audácia juvenil e um pouco de sorte. Lembrar o passado trás a sensação de superação, ousadia e paz!
Não adianta só criminalizar o porte de preconceito.
Precisamos estudar,
nos proteger,
e andar amados.
Todos deveriam sacar que para a fila andar é preciso depositar na caixa de seguros, valores que não tem preço.
Não me importo em andar sozinho.
É um favor toda distância recíproca.
Não sou ponto de unidade, amarração e encontro. Sou solidão.
Faça um bem a si mesmo quem não me quer bem: Ande ao largo e me esqueça!
Quem atravessa o meu caminho, não soma e não me quer bem queira, ao menos, a si mesmo e vá embora!
Em cada rua que andar, a cada estrada que percorrer, a cada passo que der, estarei desejando cruzar o teu caminho !
Esperou de mim cruzar os braços...andar olhando para o chão ?
Sinto, mas ando de cabeça erguida. Quem baixa a cabeça tem mais chance de tropeçar a cada passo !
Toda loucura de mim tem muito de você: teu olhar, teu andar, tua voz,
Teu sorriso, teu silêncio...tua falta, tua saudade, tua lembrança, tua !
Desejo, vontade, sonhos...olhares, palavras, música.
Tudo de você é loucura em mim !
Quem me conhece sabe que não me incomoda andar descalço, vestir rasgado, falar errado...o que me incomoda e me entristece é calçar saltos, costurar aparências, magoar quem é gente com esse tal de preconceito e falta de amor.