Amor Sincero e Nao Correspondido
A vida é como um passeio de carro comas mãos firme sobre o volante.
O parabrisa amplo serve para que haja uma melhor visibilidade na estrada adiante. O futuro!
Diferente do retrovisor que é pequeno e que serve apenas para olhar o ponto cego do passado. Nada mais!
Reflexão por Davi Tobias
E no pisar na terra, percorri o mundo.
E no sentir o cheiro, eu voltei no tempo
E no me calar, não gritei o amor.
E a gente sabe que o ciclo fechou, quando as perturbações dão lugar a paz, e os ensinamentos e aprendizados vem e ficam.
Demorei pra perceber que isso é verdade, por mais que a gente tenta mostrar ao outro o erro que está cometendo, ele vai cometer mesmo assim, e isso se chama livre arbítrio, o que fazemos, iremos receber de volta não importa onde, quando e como.
Nem sempre o olvido é uma benção, às vezes é uma maldição que nos impede de aprender com nossos erros.
O Baixinho das Panturrilhas Grossas
Hoje eu pensei em você, enquanto olhava pela janela do ônibus a caminho do trabalho. Vi um homem, baixinho, com as panturrilhas grossas e torneadas como as suas.
Aliás, foi por elas que me apaixonei primeiro, e depois por você. Ele estava saindo do seu prédio, já com os cabelos brancos. Você vai ficar careca, eu sei, mas mesmo assim pensei em você.
Imaginei o que poderíamos ter sido se não tivéssemos terminado. Os filhos que poderíamos ter tido, as dificuldades que poderíamos ter superado, os álbuns de fotos que mostrariam a nossa felicidade na juventude e na velhice.
Lembrei do nosso término, da tentativa frustrada de reaproximação anos depois, por sua culpa, é claro! você se acha demais! Hoje eu não me envolvo com ninguém, pois os relacionamentos me causam dor. O nosso foi o segundo que me causou dor, depois dele eu colecionei decepções. Se eu fosse escrever uma enciclopédia sobre elas, daria mais de 20 volumes, você teria 5 volumes, já que duramos 5 anos. Estou exagerando sobre as 20 decepções, devem ter sido umas 15, zoeira never end, eu sei do meu exagero, mas eu adoro exagerar.
Pensei em nós, no que poderíamos ter sido. O que poderíamos ter sido? É inevitável não pensar nisso, de vez em quando o passado ecoa na minha cabeça e você grita o meu nome. O que poderíamos ter sido?
Mesmo tendo renunciado ao amor e aos relacionamentos por serem tóxicos pra mim, eu abriria uma exceção para você. Mas, preciso ser sincera e dizer a verdade, que só faria isso porque sei que é algo impossível de acontecer.
Agora eu tenho essa mania, de sonhar com amores impossíveis justamente porque eles são impossíveis. Assim eu fico confortável, não se concretiza, entende? esse é o ponto. Mas e aí? O que poderíamos ter sido? Quantos filhos teríamos? Quantas bodas celebraríamos?
Eu sinto saudades do que poderíamos ter sido
Karla Christine Andrade Charone
Por muito tempo andara em uma estrada conhecida, por vezes, esbarrava em algumas paisagens lindas. Entre idas e vindas, passeios e estadias, pensamentos e devaneios, me veio uma lembrança muito gostosa de sentir. Foi um momento nostálgico. Uma retrospectiva de um quinquênio passou em minha cabeça numa fração de segundos. Foi intenso, foi estarrecedor. Me pego pensando nesta nostalgia que me fez viajar em preciosas lembranças. Penso na dor que os nós causam quando não podemos expressar o sentimento vivido; talvez esse seja o real significado de viver um momento nostálgico, um retrato guardado no porão da memória: olhar pros nós da algia que você sente. De imaginar O nós que se foi um dia e, que, por um momento, virou uma dor sem medida. A nostalgia de hoje me fez lembrar de nós, dos nós, e de como esse nós foi feito e, consequentemente, como foi desfeito. A lembrança de hoje me fez lembrar dos nós, de nós, e de como doeu em mim quando o nó se desfez. O nó da algia que sinto hoje me traz O nós que vivi outrora. Nunca tinha parado para contemplar a paisagem da estrada que sempre passei, nela tinha uma estação; ali, passavam-se trens com várias locomotivas. O nós começou ali quando a porta se abriu, quando o coração se abriu. E não poderia ser diferente... no final da estação a porta se abriu, descemos, um nó se formou, a porta se fechou. Ficou a lembrança. Ficou a dor prazerosa de sentir a mesma sensação de quando O nós aconteceu. Ficou a dor do nó. Depois de tanto sentir, talvez tenha encontrado o verdadeiro significado da nostalgia: reviver a dor do nó que não consegui desatar e nem mesmo expressar.
Viagens, viagens e mais viagens... assim resume um pouco da história de dois colibris. Num encontro ao acaso, o destino bateu asas sem destino. Houve a partida, eu sei. Houve a chegada, bem sei. Eu destilava quando a brisa tocava o meu rosto. Eu bailava ao flutuar nas águas da cachoeira. Eu me sentia leve ao voar do seu lado. Eu, eu, eu... foi um eu em nós. Cada viagem era única. Cada viagem era vivida como nunca. Cada viagem eu voava sem medo. Cada viagem eu me entregava mais ainda para um voo livre. Cada viagem me fazia sentir o quão bom é viver um voo sem ter medo da queda. Cada viagem me presenteava com uma plumagem nova travestida de amor. Cada viagem eu renascia; ressurgia das cinzas como uma fênix: o pequeno e sonhador colibri. Certo tempo, o destino me fez uma surpresa, como ele sempre me fez. Minha fênix o qual eu perseguira insaciavelmente voou bem mais alto para bem longe. Eu não consegui avistá-la! Tentava com todas as minhas forças vê-la, mas já era impossível. Chorei. Ela se foi. Ela se foi e deixou a saudade como lembrança de um voo que me fez livre, mesmo estando com os pés presos às razões que me aprisiona. Ela me apresentou a liberdade ao voar, a sua vontade de viver sem medo.
Se um dia alguém te perguntar se você voou, se você amou; pequena colibri, não hesite em dizer com todas as suas forças: eu amei e fui amada!
Em um belo dia de sol, na correria do dia a dia, peguei um trem, os pensamentos voaram em trilhos, percorreram as estações. Um turbilhão de pensamentos começou a se passar em minha cabeça, sentimentos a mil, coração pulsando acelerado.
Passavam-se as estações, a locomotiva estava a todo vapor. Todo mundo com pressa de chegar ao destino. Pessoas entreolhavam-se vagamente, friamente. Haviam também as belas e singelas emoções e demonstrações de afetos... olhares que se viam, sobrancelhas que se arqueavam, sorrisos marotos e, por vezes, piscadelas como se fosse um convite a olhar a dimensão do outro.
O trem parava a cada estação
Pessoas desciam
Pessoas subiam
O baile dos trilhos continuava sem sessar.
A cada estação, uma história
A cada estação, novas pessoas
A cada estação, um novo destino
A cada estação, uma inspiração.
Me permiti a olhar para os rostos, os semblantes que ali estavam, eles falavam impetuosamente sem dizer uma palavra se quer. Percebi que muitos queriam um amor de verão a cada estação, onde amores se vem e vão a cada vagão. Aprendi que um amor de verão não seria o suficiente para uma estadia mais longa nesta estação. A locomotiva continuou a trilhar...
Percebi, ainda, que alguns queriam um amor que pudessem estacionar, um amor de estação, a qual a estadia fosse leve e sólida. Aprendi que um amor de estação iria permanecer ali, mesmo com o passar dos verões a cada estação, embora muitos trens passassem com os seus transeuntes frios e distantes.
Presenciei tudo isso e cheguei a uma conclusão: para aquém dos amores de verão a cada estação, quero continuar pensando que o amor onde eu possa estacionar, seja trilhado pelo afeto, tão livre e leve quanto a fumaça da locomotiva que baila no ar.
E sim, eu estava lá, a todo vapor!
CARTA AOS NOSSOS ANCESTR(P)AIS
Pais,
Conversem com os seus filhos
Ouça-os
Eles gritam em silêncio
Consegues ouvir?
Pais,
Sejam presentes na vida dos seus filhos
Participem
Eles se anulam na multidão
Consegues perceber?
Pais,
Olhem mais para os seus filhos
Veja-os
Eles são luzes em meio à escuridão
Consegues enxergar?
Pais,
Não nos falaram sobre a vida adulta
Erramos, erramos feio
Erramos feio porque também erraram com vocês
Onde erramos?
Pais,
Esqueceram de nos falar o quanto doía voar
Voamos, choramos ao voar
E ao voar, doeu... só eu senti. Ninguém percebeu
Para onde voamos?
Pais,
Pecamos ao falar do nosso lar
Não sabíamos da imensidão do inferno que nos aguardava lá fora
Omitiram-nos essa informação
Por que não nos falaram?
Pais,
Não nos deixe morrer
Ainda somos jovens
Queremos viver
Até quando?
Pais,
Vocês deram o seu melhor
Perdoo-os para eu poder seguir
Vocês não têm culpa, nós também não temos culpa
De quem é a culpa?
Pais,
Um lugar de aconchego
Onde encontro a paz
Um lugar de amor, o meu cais
Cadê vocês, onde estás?
Pais.
Já parou pra observar como são coloridos os balões?
Fiquei pensando sobre... Como o balão vai se tornando leve a medida que ele vai se aquecendo. Quanto mais calor, mais ele se eleva em direção ao céu. O calor faz ele ter um voo incrível entre as nuvens.
O balão se camufla com as suas cores entre as nuvens. O reflexo do por do sol em si deixa ele reluzente...
Fico pensando como o colorir dos balões, como o jogo das cores da natureza, como o azul do céu, como um por do sol entre as nuvens, é capaz de dar gás à vida através de uma simples chama. Isso é fantástico! Causam borboletas no estômago.
Fico pensando sobre os balões e o seu modo de funcionar... Me lembra muito as emoções, o coração. A qual precisamos de um gás a mais, precisamos de uma chama pra acender o amor oculto que há em nós.
Quando somos aquecidos pelo amor, somos capazes de voar, somos capazes de colorir a vida, somos capazes de flertar com o perigo num voo livre entre as nuvens, ou melhor, entre os sentimentos... Como um balão, podemos voar, podemos contemplar à vista, o por do sol, por meio da chama que nos aqueceu outrora.
Quanto mais fogo, mais eu subo em direção ao céu. Quanto mais sou aquecido, mais eu subo em direção a doce vida e os seus favos de mel.
Costumo pensar que o mesmo aquecer que faz o balão flutuar, é o mesmo aquecer que nos faz levitar quando somos envolvidos pela chama do amor.
Como balão, eu subo, subo em direção ao céu.
Com o coração aquecido, eu subo, subo em direção ao amor.
No céu, encontrarei vários balões coloridos, tão leves quanto o meu coração. No céu, encontrarei vários corações aquecidos, tão quente quanto o meu balão colorido.
E para voar
E para amar
É preciso acender a chama
É preciso deixar a chama queimar
É preciso ser leve para voar, para amar
Assim como um balão aquecido, colorido de amor...
Amar significa que mesmo com seus defeitos e erros, essa pessoa que você ama vai ver todos os seus defeitos e vai te aceitar assim mesmo porque com seu defeitos e erros que te fazem única e é isso que importa que a pessoa não queira te mudar e quer você assim do jeito que você é
Minha amada,
Por que lhe aflige a alma,
que, por si só, já sofre de modo afável
por aqueles que por terra tiveram seu orgulho atirado.
Não reconheces meu esforço,
para proteger a tua doçura,
da vida tão dura e injusta
que insiste em maltratar-nos?
Sabes que não tenho malícia
quanto a sua senhora.
Que apenas seu olhar fragmenta minha razão,
Fazendo-me ver com todo coração
as maravilhas que manifestam-se em tua presença.
Apenas uma carícia,
quem sabe um beijo roubado,
transforma o mundo a nossa maneira
para que, em um tempo longevo,
tua alegria, teu singelo sorriso,
possam ser dirigidos ao mais aventurado dos pretendentes,
e, se me sorrir a vida, este serei eu.
- De teu eterno enamorado.
ESPERAR VOCÊ
Minha vida se resume em esperar você.
Desde os dias com outros homens, esperei por você.
Desde as humilhações sexuais para agradar outros homens, esperava por você.
Quando estava frio, esperava você para cobrir meus pés.
Quando estava calor, esperava você para assoprar meu rosto.
Esperei você mesmo sem saber quem era você.
Só sei que esperei.
Esperei você.
Todos dias esperei e espero por você.
Espero você ir na academia.
Espero você chegar em casa.
Espero você ir tomar banho.
Espero você se arrumar para que depois de toda essa espera, eu espere você me ligar, para esperarmos juntos o sono chegar.
Esperei você viajar,
esperei até mesmo você voltar.
Esperei você chegar em minha casa e me abraçar.
Foi assim, esperando, que eu consegui tudo que eu queria: esperar até que um dia morássemos juntos, para esperar você chegar do trabalho e te encher de beijos, para esperar que você me pedisse em casamento, para esperar que você criasse filhos junto comigo.
Até esperar que você acorde com saudade de mim.
E esperar que você venha até mim, dizer que me ama, mesmo depois de esperar que você se desculpasse por gritar comigo.
Esperar você me desculpar enquanto você mesmo espera meu pedido de desculpas.
A vida é esperar por você.
E é esperando que eu aprendi o que é viver.
Espero que sua vida também espere a minha.