Amor não fere
Soneto penoso
Emoção! ao sentires a poesia pacata
O abandono duma prosa de amor
Trova que fere, canto que maltrata
É pranto que nasce de grande dor
Quando ouvires d’alma rude sonata
Rugindo de um sentimento traidor
E perceberes uma poética ingrata
Entenda, são versos dum sofredor
Cá, esconde as angústias, o tédio
Onde o coração sofre duro assédio
Do desagrado, em verso amargoso
Pois, um poema que magoa, soa
Na sensação... e o sentir atraiçoa
E, quase sempre, resiste penoso!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
21 outubro, 2023, 08’51” – Araguari, MG
Amor...
Vem! Não me deixes aqui tão só
num tal vazio laço de um uno nó
e no silêncio que fere com solidão
Luciano Spagnol
Cerrado goiano
Meu amor o grão de areia,
Aquele que interfere e já me fere,
Mas, ele não entende a minha poesia,
E me desfere golpes insanos, sem pensar
Ele possui avanços de um grande oceano,
E assim me recolho na minha humilde concha.
O amor, tormenta que machuca e fere,
Entrelaça dois destinos, intensos a sofrer.
Vidas unidas, conexão tão profunda,
Mas a vida, às vezes, é uma dança moribunda.
Dois seres distintos, emoção e razão,
Fogo que queima, ardente paixão.
Diferença de idade, de personalidade,
O amor, paradoxo, na sua dualidade.
Emotivo, entrega-se, pele sensível a queimar,
Racional, hesita, o coração a pulsar.
A vida, mestra cruel, põe à prova a união,
E o amor, como fogo, queima sem perdão.
Caminhos entrelaçados, mas distantes demais,
O coração chora, nas sombras, incapaz.
O amor é fogo, que arde e consome,
Em seu calor, cicatrizes que o tempo some.
Quem ama não fere, não usa, não mente, não trai simplesmente porque amor anda de mãos dadas com o respeito. É possível que haja respeito sem amor, mas jamais existirá amor sem respeito. Não se iluda, onde há amor, há respeito.
Mensagem da manhã:
Bom dia!
Que hoje o amor bata à sua porta — não aquele amor que fere ou ilude, mas o amor que cura…
Que o amor venha fechar as feridas que o próprio amor, em alguma fase da vida, causou.
Que ele venha manso, como o sopro de uma brisa suave, e forte, como o abraço que você mais precisa.
Que o amor acalente os seus medos, transforme saudade em aprendizado e solidão em reencontro.
Que ele te devolva o brilho nos olhos, a paz no coração e a esperança nos passos.
Que o amor desperte o seu melhor sorriso, mesmo depois de noites de lágrimas silenciosas.
Que hoje o amor te encontre — em um gesto, em uma palavra, em um silêncio que acolhe.
E que ele permaneça, não apenas nos grandes momentos, mas nos detalhes pequenos que fazem tudo valer a pena.
Porque o amor verdadeiro não machuca. Ele sara, reconstrói, fortalece, ensina e eterniza.
Desejo que o seu dia seja envolvido por esse amor que vem de Deus — puro, leve, eterno.
E que, no final do dia, você possa dizer: "Valeu a pena ter acreditado de novo."
Com amor, para o seu coração.
Bom dia!
"Silêncio que me fere, amor que me acende"
Calas-te, e teu silêncio tem o peso de mil oceanos. Não é um simples calar — é um eco surdo, uma ausência que grita mais alto que todas as palavras que um coração apaixonado já ousou dizer. Enquanto me calas, eu sangro. Enquanto te calas, eu me desfaço em lembranças. Porque o meu amor, quando te evoca, não fala em sussurros — ele ruge em lampejos de saudade que rasgam a escuridão do tempo.
Teu silêncio me atravessa como lâmina feita de distância. Meu amor clama com a urgência dos ventos que assolam os campos ressequidos da espera. Mas tu, amor, te escondes nas sombras das horas mudas, como se cada sílaba tua fosse um precipício — e o retorno, um risco que já não desejas correr. E eu — eu permaneço aqui, com a alma em carne viva, tocando a lembrança do teu riso como quem acende um fogo antigo que ainda arde em segredo.
Por que te calas, se meu coração fala em trovões? Em cada batida dele habita um poema teu — um vestígio do que fomos, uma promessa do que ainda poderíamos ser. Mas te calas. E, no teu silêncio, afundam-se todos os navios que um dia construí para chegar até ti. O amor não morreu — apenas ficou sem voz, como um pássaro que esqueceu o caminho de volta ao céu.
Eu grito. Com os olhos. Com as mãos. Com memórias. Meu amor grita — em versos, em delírios, em febres de saudade. E tu... calas. Como se não ouvisses. Como se o amor fosse um idioma que tua alma desaprendeu de falar. Mas eu sei: no fundo do teu silêncio ainda pulsa um eco do que fomos. E talvez, só talvez, teu calar seja medo. Medo de me ouvir — e descobrir que ainda sou tua.
Porque, quando o amor é verdade, ele não se extingue — apenas silencia para escutar o outro amar mais alto.
ENGAJAMENTO AFETIVO
Demétrio Sena, Magé – RJ.
O amor fere meios sem princípios;
é um vasto protesto social
da verdade que os olhos apurados
estão muito apurados para ver...
Ele sempre descobre analfabetos
entre gente que as letras só dilatam;
gente pobre apesar de muito rica;
objetos com ar de humanidade...
Um poema de amor constrange androides,
é geoide pra quem cultua formas
definidas de um mundo viciado...
Pelo amor que jamais será vencido,
verso, prosa, contorno, som e cor
unem dor, alegria, guerra e paz...
O perdão e a compaixão que não atenua as dores de retorno no meu inimigo, fere e queima a fogo no meu coração.
Deixe a mágoa, ame-a porque o ódio não vai te levar a nada, só vai te ferir, então use o amor contra o ódio, porque aí sim você mostra que o amor é mais poderoso que o ódio.
O amor não é uma ilusão, ilusão é a forma como nós tratamos o amor - as pessoas sempre vão nos ferir e nós sempre vamos ferir-las tambem - o segredo está, em se comprometer a fazer isso o menor de vezes possível.