Amor em Silêncio
No silêncio da noite meus olhos te procuram , mas tudo o que eles conseguem encontrar , são as lágrimas de um coração que sofre por não te ter junto a mim .
DÚBIO (soneto)
Falei tanto de tristura!... de solidão
Silêncio, tortura, nas rimas negaça
Ou ninharia fugaz, que vem e passa
Na brisa breve que veio, duma ilusão
O verdadeiro valor, é cheio de graça
Simplicidade, afago, farto de emoção
Todos lavrados e vindos do coração:
O abraço certeiro, passeio na praça
Falei tanto de melancolia! baixinho
Ou até mesmo em um alto vozeirão
Se bom era poetar somente carinho
E nas tais rimas de delírio e barulho
Só sofreguidão, me fiz pequenininho
Na poesia infeliz, sem amor e orgulho...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
31 de janeiro de 2020 - Cerrado goiano
Olavobilaquiando
É no barulho do silêncio
E no silêncio da multidão
Que posso ouvir você
Cantando uma canção
É recitando uma poesia
É conversando com a solidão
Que descubro que uma heresia
Pode ter perdão
É vivendo sem vida
É chorando sem lágrimas
É voltando sendo ida
É perdoando com mágoas
Vou vivendo sem sentido
E sem sentimento
Com tristezas
Mas também com alento
Ah, se por um momento
Ela me notasse de verdade
O meu pensamento
Se encheria de vaidade
29/08/2019
Silêncio é o mais alto barulho
É na calada da noite e no escuro
Que descubro o obscuro
Que minha doença eu curo
É durante esse momento
Que me vem um alento
Que o meu pensamento
Não é mais sofrimento
É durante as lagrimas
Que se acaba a solidão
É durante o nosso choro
Que preencho meu coração
É durante um abraço
Que o mais forte amasso
Se deságua em alegria
Trazendo-me euforia
É durante o seu beijo
Que sinto seu cheiro
É apenas neste momento
Que acaba meu sofrimento
18/08/2019
Sou um Grito de Arte,
Uma escritora falida,
Num estrondo de silêncio,
Ensurdecedor,
Minha Arte vive em mim,
Mas, não posso viver da minha Arte,
Sou um Grito,
Estrondoso,
De silêncio,
A vida é uma violência à minha inteligência,
Onde todos os dias,
Sou violentada à deixar a esferográfica de lado para os versos,
E colocá-la entre os dedos,
Para melhor atendê-los,
Essas são as grades do capitalismo selvagem,
Onde,
Um uniforme, para alguns é capaz de ditar regras de julgamento,
Onde deixo meu mundo das ideias,
Escritora que sou, para escutar insultos,
Falta de educação, falta de empatia, não de todos,
Mas, de muitos,
Que julgam-se melhores por estarem por detrás de uma mesa...
Ou com um crachá de cargo à mais,
Tanto faz.
Se eu te vejo, mudo minha concepção de tempo e espaço.
Se não a vejo, o silêncio no olhar ensurdece-me a alma
e cala meus ouvidos,
me fazendo destilar a verdadeira mentira entranhada no amor
e disfarçada de prazer no calor estar em contato
com o teu corpo.
Preciso apenas de um olhar avulso, e de um sorriso perfeito
por trás da indiferença que não aprendi de certo administrar.
Amar-te
Amar-te
no prisma
sonoramente refletido
no mais alto silêncio.
Amar-te
no corpo espelhado
sem máscaras
sem fingimento
no vazio do caos
imenso.
Quisera.
Amar-te
sem ameaça, sem perigo.
Amor atento e dedicado…
E, nesta via de mão dupla…
amar-te, intensamente amar-te…
e, ser amado.
Que som tem o silêncio?
Que cor tem o vento?
Que tamanho tem o universo?
Que erro tem o incerto?
Que experiência tem uma geração?
Que valor tem o coração?
Que vida tem o mundo?
Que mérito tem um segundo?
Que miragem tem um abismo?
Que crença tem um mito?
Que verdade tem um segredo?
Que cheiro tem o medo?
Que pena tem a dor?
Que laço tem o amor?
Em silêncio,eu ouvia seu desabafo.
Sentia a garganta seca
e meus olhos em seu
semblante parado!
Então eu só conseguia entender que entre nós estava tudo acabado.
Minhas mãos suavam frias,
suor escorria gelado e o que dizer do meu pobre coração acelerado...
Depois de um tempo com os olhos ainda lacrimejados e percebendo meu mal estar se levantou,foi até a cozinha voltando com uma xícara esfumegante em mãos.
Na situação lastimável em que me encontrava,sei que mal
poderia ficar pé!
Que sofrimento o meu!!!
Sentindo o aroma delicioso em minhas narinas,tomei um gole saboreando
Cada momento,me sentindo bem,
restaurado e cheio de fé!
E ela já sentada esperava ansiosa
Que eu dissesse algo.
Olhei-a sorrindo e disse;
Finalmente um café!
Uma combinação de olhar com silêncio
Uma combinação de um sorriso mudo com olhar inconsciente
O gosto de viver primeiros momentos como se fossem os últimos
Uma expressão que se manifesta com silêncio
Não desgruda mas não possui
Não é perfeito mas se aperfeiçoa com sua imperfeição
Enfraquece mas não destrói
Regenera reconstrói e resiste pela sua imposição
Tem gosto pela prisão por causas próprias
Existe para outro quanto o outro para si
Alimenta com esperanças novas momentos obscuros
Dá Luz no medo e aconselha sempre a seguir em frente
Porque é uma forma de ter e querer sentir
Não tem dimensão...É o amor tradicional
Porque temos que amar!
Odorico Cumbene
SAUDADE
O silêncio tantos, aqui frente a frente,
uma privação... O contido medonho!
E, de peito arrebatado, vorazmente,
quedei a ideia, num olhar tristonho.
Saudade! ... Tão mais que de repente,
nas tuas lembranças as minhas ponho,
ressurge nostálgico sentimento ardente,
no cerrado, sob o entardecer sem sonho.
Amargo, na angústia, êxtase supremo;
solitariamente, a dor na emoção invade
nos redivivos sensos, assim blasfemo;
e torturantes, volvendo a infelicidade,
aureolado pelo agastamento postremo
do desagrado da insensível saudade.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, agosto
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Olhar
Às vezes
As palavras não expressam
Tudo que se sente ou se quer dizer...
O silêncio nos revela um tesouro
Escondido em um olhar.
Já não digo que te amo,
Pois podes ver em meu olhar.
Edney Valentim Araújo
1994 / 1996
ESPERANDO CATEDRAIS.
Se nada há para dizer, seja silêncio. Deixa que as palavras sejam guardadas como velhos objetos que já não decoram adequadamente o ambiente e se tornaram fora de lugar.
Se há a falta, seja o vazio preenchido do que importa. Não se incomode com a ausência se tudo é presença e não há espaços para a solidão. A saudade é também um modo de encontro na alma.
Se há tristeza, submeta-a como fazem os vencedores em uma guerra aos vencidos. Deixa-a prantear-se sozinha até o esgotamento de si e olha para o dia seguinte como a certeza do sorriso que chegará.
Se há saudade, come-a para que não lhe devore. Crava os seus dentes como se cravam na carne de quem se ama, com a mesma paixão e vontade. A saudade nunca será amiga, mas será companheira de jornada até o abraço e o beijo.
Se, por fim, há amor. Seja ele silêncio, tristeza, falta e saudade. Porque sabe ser espera, sonho e certeza. Amor que se constrói como se erguiam as grandes catedrais: a antevisão da obra pronta animava o processo devotado de construção pelos anos e anos sem fim...
Que o tempo cure, que o silêncio fale, que o milagre aconteça, que a lágrima regue, que a semente germine.
Que o amor prevaleça.
No silêncio do meu mais profundo íntimo eu passo horas a te observar, contemplando sua companhia em meu pequeno e fechado mundo.
Lá é como aqui, onde vivemos, mas sem precisar me despedir e vê-la partir.
Por igual
O silêncio nos meus lábios
Ávido por teus beijos
Nunca me mentiram,
Meu coração só quer te amar...
Eu que não sabia de você
E no passado te amei,
Eu que continuo não sabendo
E te amo ainda mais...
Eu que já sonhei
Despertar teu coração,
Eu que ainda vivo
Esta mesma emoção...
Se ontem eu te amei
Hoje te amo muito mais,
O amor que não me destes
A você não negarei.
Pudesse eu voltar no tempo
Eu não iria te buscar,
Mas busco no presente
Que me ames por igual.
Edney Valentim Araújo
1994 / 2019
Antes de tudo, era silêncio
No casulo sufocando
Veio o Lord, veio a luz
Asas de borboleta brotando
Como tudo se conduz
Muito pouco, me contento
Assim surge o amor
Pluma impulsionada pelo vento.
