Amor e Memória
Há Muita Dor, Mas Há Mais Amor
Sorrateiramente memórias de infância me invadem e me fazem descumprir o cotidiano:
Na lembrança, apresenta-se uma figura aterrorizante que representa um clichê de tirano,
Do meu quarto, sinto o odor do cachimbo juntamente com o desprezo nos seus olhos exalando ódio,
Mas dar para ouvir da janela, apesar da tarde taciturna, as vozes das outras crianças brincando.
Do terceiro andar, eu fantasio-me brincando com elas no térreo, pois nem concebo a ideia se eu devo ir,
No instinto, aguardo o déspota desacordar ou sair de casa, para que possa me divertir.
De repente o interfone toca, ele atende, após uns berros, sai depressa pelas escadas, entra no carro e liberta-me.
Fiz meus afazeres escolares, minhas irmãs estão dormindo, minha mãe no trabalho e agora desobedecer é o mesmo que viver.
Viver é muito melhor que sonhar e me entrego de corpo e alma as brincadeiras, com minha pipa e meu pião,
Já estou todo sujo de terra como os amigos, ganhei pipas, não tenho mais o pião e acendi a chama do meu coração.
Minha a alma é invadida pela alegria de ser uma criança, sinto que venci o mau,
Porém subitamente escuto a cavalaria do inferno através do escape velho e barulhento.
Corro mais rápido que na brincadeira do pega-pega, subo as escadas para que não perceba que estive brincando,
Entro direto no banheiro, tomo banho e começo a chorar porque sei o que está acontecendo,
Você entra, espera eu terminar o banho e me surra com a mangueira que você usou para lavar o automóvel,
E sofro mais uma das infinitas violências do escárnio que um dia eu chamei de pai.
Por estes episódios, passei a minha vida crendo que não deveria ser pai, pois às vezes me deparei reagindo igual como inclemente.
Nas diversas escolhas, este pensamento sempre permaneceu, por achar que um dia eu seria como ele.
Arrependo-me profundamente, porque as opções que fiz anteriormente me castigaram a alma e me amaldiçoou até recentemente.
Mesmo que tardiamente, ser pai foi a melhor ventura que me aconteceu,
A importância de sê-lo é o mesmo que reconhecer a mudança e despejar a esperança na posterioridade,
Embora, o mais especial pra mim foi descobrir, mesmo com toda dor que possuo, o amor que ainda sou capaz de dar e receber.
Hoje te despeço de mim, retiro de mim a memória daquela que um dia já foi meu amor. Despeço de mim o que um dia foi, apago o que é e jogo fora o que poderia ser, eu não quero mais você. Me permito passar dias sem lembrar de ti, hoje estou bem assim.
E com isso fico feliz, pois finalmente poderei eu me achar alguém livre. Sem você para sugar minha felicidade, até que tudo se torne infelicidade para trazer o fim. Hoje não, hoje estou fora de mim.
Hoje, me vejo sentado à beira do vazio, onde o silêncio ecoa as memórias de um amor que se foi. Há uma dor profunda que permeia cada batida do meu coração, e uma saudade que corta como lâminas afiadas.
Como tolo em um conto de fadas…..
Era uma vez uma história repleta de risos, cumplicidade e promessas sussurradas ao vento. Conheci-a em um momento em que a vida parecia mais colorida, como se cada instante tivesse um propósito maior. Seu sorriso era a luz que iluminava meus dias mais escuros, e sua presença era a melodia suave que embalava meus sonhos.
Nossas mãos se entrelaçavam como se fossem feitas uma para a outra, e o futuro parecia uma estrada promissora que percorríamos juntos. No entanto, a vida, muitas vezes imprevisível e cruel, reservou para nós um capítulo que eu jamais imaginaria. A dor chegou como uma tempestade silenciosa, levando consigo a garotinha que eu havia conhecido e, por fim, a pessoa que preenchia cada pedaço vazio do meu ser.
Os dias se transformaram em uma sucessão de sombras, onde a esperança desvanecia a cada amanhecer. Fui testemunha impotente do declínio daquele sorriso que costumava ser minha fonte de alegria. Cada conto, cada olhar era uma viagem ao abismo da tristeza, onde a realidade se chocava violentamente com os sonhos que havíamos construído.
E então, no instante em que o tempo parecia congelar, ela se foi. Seu adeus foi como uma nota melancólica, ressoando em meu coração quebrado. A solidão tornou-se minha companheira constante, e a ausência dela deixou um vazio que nada poderia preencher.
Agora, enquanto relembro nossa história, é como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado. A saudade é uma ferida que nunca cicatriza, uma presença ausente que se manifesta nos lugares que costumávamos frequentar juntos e nas músicas que compunham a trilha sonora do nosso amor.
Mas, apesar da tristeza que me envolve, guardo comigo a certeza de que o amor que vivemos foi verdadeiro e intenso. As lembranças são como estrelas que iluminam a escuridão da minha saudade, e, de alguma forma, acredito que ela ainda está presente em cada sussurro do vento e em cada raio de sol que toca minha pele.
Este é o relato de um apaixonado que teve o coração arrancado pela partida prematura de seu grande amor, uma história que, mesmo marcada pela dor, é testemunha de um amor que até hoje me arranca um sorriso!
Bruno
Eusinto seu amor, ele está registrado mim na minha pele,nas minhas memórias
cada momento que tivemos juntos estão aqui comigo, vivos e se transformando em um sentimento más forte que o do início.
esse sentimento é o que me faz suportar a falta da sua presença
Hoje eu desconheço esse bruno que me é apresentado,mas eu sei que o meu divide o mesmo corpo que esse estranho ocupa.
Alimento dentro de mim esse pensamento que me faz suportar a frieza da ausência de sentimento que me é ofertado
Sei que aquele ao qual eu me apaixonei e estou a nutri um amor
também espera por mim, preso em algum lugar dentro dessa mente que este corpo é portador, mesmo ele não reconhecendo sua amada , essa qual ele está a contemplar a distância
Mesmo assim ele sabe que ela está a lhe espera, mesmo em meio a tantos devaneios
A distância está a mim testar todos os dias de todas as formas que você possa imaginar e sei que assim está sendo com você
minha insegurança é que você não tenha o mesmo posicionamento e sentimento por mim, e logo você ache em outros braços em uma inlusão passageira.
Você é minha inspiração no amor Bruno
O amor é inevitável, difícil esquecer quando se tem memórias, difícil não querer quando se tem sentimentos, difícil não sentir quando se está vivo!
Já falei que comida é carinho é amor é zelo é memoria afetiva!!! Casa de vó é aconhego , vc sabe disso!
"Mesmo na ausência, o amor de uma mãe continua a brilhar, iluminando nosso caminho com memórias e afeto eterno."
Roberto Ikeda
Perder-se no amor é o sacrifício necessário para que o perdão das memórias seja efetivo e permita o renascimento em novas crenças.
Quando o amor é verdadeiro, a atração se torna constante, e até as memórias mais distantes ganham um toque adorável.
TRAZER À MEMÓRIA
Ao recordar o amor, eu me esteio
Nas lembranças. Sonoro frescor
Dando ao verso som encantador
Que enche o soneto dum gorjeio
A suspirar. Então contento, cheio
De emoção. Ó prezar encantador
Que traz à alma um grato frescor
Tecendo o sentimento num veio
A evocar e pensar. Ah! sensação
Que do coração vive sussurrando
E do terno olhar derrama sorrindo
O botão de rosa. Aquela paixão
Que, então, assim, vai delirando
Com amor... e do amor provindo!
© Luciano Spagnol – poeta do cerrado
01 fevereiro, 2024, 11’45” – Araguari, MG
"Sou apenas o eco de um amor desfeito, vagando entre memórias que nunca partiram, preso em um tempo que já não me reconhece."
Título: Estrupício.
Revirei memórias, fucei no passado,
Lembrei de um amor... meio atrapalhado.
Na escola, inocente, bobo e sonhador,
Mas já carregava o dom do pavor.
Ela me olhava com brilho no olhar,
E um belo apelido vinha me dar.
"Meu anjo", "meu doce", seria? Quem disse!
Com todo carinho, me chamou de Estrupício.
Que sorte a minha, um nome de classe,
Soava elegante... mas só na audácia.
E eu, orgulhoso, sorria safado,
Mal sabia que era um xingado disfarçado.
E assim se passou meu primeiro carinho,
Com tapas, insultos e um certo jeitinho.
Se amor é isso, estranho que sou,
Talvez Estrupício... seja quem amou!
No labirinto do tempo, um amor se perdeu,
Memórias desbotadas, um adeus que doeu.
Silêncio ecoa onde antes havia canção,
Um vazio profundo, uma estranha solidão.
Saudades que não sentimos, um paradoxo cruel,
A falta que se esconde, um véu de papel.
O coração emudecido, sem lágrimas a verter,
A alma anestesiada, sem nada a dizer.
Vestígios de um passado, em fotos amareladas,
Sorrisos congelados, promessas enterradas.
A rotina segue em frente, sem olhar para trás,
Mas a ausência persiste, em cada passo que dás.
Um amor que se esvaiu, como areia entre os dedos,
Sem deixar rastros, sem deixar segredos.
A vida continua, em seu curso implacável,
Mas a ferida lateja, em um canto inabitável.
Saudades que não sentimos, um enigma a decifrar,
A dor que se mascara, sem se revelar.
Mas no fundo da alma, um grito silencioso,
Um lamento contido, um adeus doloroso.
ao meu amor
do pretérito imperfeito,
faço desse poema, e
seu sincero verso
sua eterna memoria,
hoje estou a caminhar
por esquinas e becos
onde existia amor
agora existe medo
não digo o que sou,
mas digo o que eu era
um eterno admirador
das suas artes, poeta
dos seus olhares,e
de tudo que restou.
e do que irei reciclar
ficara guardado
no lado esquerdo
do meu peito para
o amor do pretérito perfeito.
Buscando dentro de mim encontrei tão vivo o teu amor,e no filtro da memória ele nunca saberá o que é ser apenas uma lembrança,pois é só por você que meu coração bate pra viver.
Se o nosso amor é apenas memórias póstumas, quem é esse vento que sacode as minhas lembranças com tanta força, que açoita meu coração com tanta fúria e enche-me a alma de saudades?