Amiga te Conhecer foi um Prazer
ANUNCIAÇÃO:Neste poema existe um sonho livre que você pautou para não sonhar Um rio tisgo, um corpo morto a céu abeto Um cântico surdo, reprimido, que não quer calarExiste um verso aberto, calado ao fundo A cor da dor em cama escura E, aberta, uma veia ao novo mundoNeste poema existe a noite, o silêncio, a voz do sonho reflete o dia. Faz lembrar-te, destarte, agonia e cansaço Do teu corpo a dormir em pedra fria.Existe o grito De teus pares que ecoa atrás dos muros Existe a cólera, o riso dos que resiste Nesses versos nobres a espera por futuro.
O VENTO DO TEMPO:
Havia ao fundo do meu quintal
Um lago de águas brandas e cintilantes
Aonde nos meus sonhos de infante
Sob as plumas das aves de cristal
Erguiam-se meus castelos de ilusões
Que hoje são choupanas sem alento
Fazendo-me viajar de volta ao tempo
E ninar com mamãe suas canções.
Hoje, o palor de suas águas me ofusca
Tuas plumas ao infinito se perfaz
Seu cristal a beleza lhe refuta
Contudo, meu coração ao seu ausculta
E o meu sonho de rever-lhe se refaz
Ao lembrar-te em meus primeiros madrigais.
SONHO ÉPICO:
Antes de crescer...
Eu queria ganhar
Um milhão de dólares
Beijar a mais linda modelo
Calçar o mais caro reebok
Tomar a mais forte tequila
Saltar o mais alto dos Alpes
Vingar o meu bullying escolar
Conhecer os quadrantes do orbe
Vestir a mais fina seda
Pensar que seria imortal
Gozar a perpetua puberdade.
Depois que “cresci”
Só queria entender
Porque não cresci
Mas também percebi
Que meus sonhos pretéritos
Deixavam-me entender
Porque não pude crescer...
MUTAÇÃO:
Todo vão metafísico
Tudo o que penso sou.
Toda doutrina do livro
Todo lugar onde vou.
É um deserto infinito
Onde nem mesmo estou.
Todo o amor das Helenas
Todo o dogma do pastor
Todo o mutar das falenas
Toda letra que se consome
Toda dimensão das melenas
Toda sorte que me some
Toda essa metafísica
Se transmuta noutra cena!
AMOR MATERNAL:
O amor que assoberbaste
Sei, não era o que querias.
Nem de longe encontraste
Um amor em sintonia
Amar como anseias
É feérico e bem sutil
Só o êxtase delineia
Um amor tão juvenil
O amor com sutileza
Diz o coração febril
É de tamanha grandeza
Que torna o universo vil
O amor a quem almejas
É amor de mãe pra filho
Não possui outro perfil.
Série: Minicontos
MINIMIZOU
Um dia minha mãe furiosa perguntou: Quem comeu o pudim de jiló na geladeira?
- Resmunguei! - E ela logo relutou: Não faça rodeios, seja breve e conte tudo...
Série: Minicontos
PLEBE
Todos os dias àquela hora, as portas se trancam para um universo alheio. Onde aqueles que me rodeiam não são meus, e os meus não me dizem seus..
NINGUÉM DE MIM SABERÁ
Ninguém me ver...
Ninguém me sabe!
Meu coração um perfeito
- Pretérito...
Nada do que fui tornará
Nada do que sou sobreviverá!
E minha alma em algures
- Preterida está.
Só a morte me resta como única
Essa pantera, conclusão me fará.
Ninguém me ver
Ninguém de mim saberá.
Série: Minicontos
EU e EU
Ontem, proseava com um amigo fumante com o maço de cigarros ao lado. Olhou e perguntou: Ainda tem?
Apenas um!
Disse-me. Manda, o infeliz vai morrer!
Qual dos dois?
CRÔNICA, PAIXÃO PELA ESCRITA.
Escrever é um exercício de amor ou quase santidade. E, como os apaixonados nossas criações faz despertar o egocentrismo intrínseco ao ser.
Todos os textos que escrevo, sempre imagino que as pessoas assim como eu, também vão gostar e admirar. E no intuito de mensurar essa ideia, eu quase sempre peço a opinião dos meus próximos que na maioria das vezes, minimiza com a deprimente frase.
- Eh! Mais ou menos. [Com uma discreta torcida no nariz]. Claro, ninguém é obrigado a gosta do que eu gosto ou faço.
Mas não é de se negar que diante de tamanha afirmativa, não role certo desanimo. ai a gente coloca aquele textinho de molho em um “balde de água fria” Mas como toda mãe e todo pai nunca vai aceitar que seu filho seja feio ou imprestável. Logo o abraçamos oferecendo-lhe o calor do sentimento.
- E ai, fazemos novas leituras, colocamos a quarar no anil.
- E outras e outras leituras, para podermos expô-lo Como diria Graciliano Ramos.
- E só após, postamos para o veredito social.
- Transbordando-nos de curiosidade para saber qual vai ser a aceitação daquela obra.
- Nos tornando uma capsula de ansiedade e esperança.
E ante uma diversidade de opiniões, eis que surge uma alma que se reconhece ali naquele texto, e se declara admirador do autor, mesmo sem nunca tê-lo visto. Talvez fosse um gesto saudosista ou um instante de ínfima lucidez.
- Mas no cotidiano do autor é inexoravelmente o êxtase.
- O condimento para seguir sua caminhada com esmero e carinho.
E então se conclui que o ato da escrita é quase um sentimento de santidade. É como fazer Hamlet lá 1956, com câmeras pesadíssimas sem VT, sem cores, sem nada. Só paixão e raça.
E somente por amor verdadeiro nos propomos a escrever em uma nação em que não se prima pela leitura crítica e pensante.
FELICIDADE:
Apenas um cercadinho triangular. sabiás branquinhos e retilíneos.
De longe se avista dois altos coqueiros, três frondosos cajueiros e algumas poucas mangueiras bem carregadinhas.
Seus pés de jerimum descem ladeira abaixo como se o riacho perene e seus barquinhos de gazeta a bailar...
Ao centro, bem no centrinho, entre a roseira e o mussambê, uma singela casinha de sapê azul celestial.
Tão azulzinha que chega a doer os olhos ao mirar-te.
Os campos esverdeados que circundam pelas montanhas servem de adorno à vida campesina em dias de chuva e trovoada, em que o cãozinho rouxinol sob a figueira acuado, encolhe-se ao som dos trovões.
Os sonhos franzinos, campesinos, escorre com as fendas do corisco para os céus anunciar...
Na madeira talhada veem-se os sonhos do lugar.
Na beleza sútil da negra menina, o sonho de tear.
Que se finda-se nas sovinas madonas do Rodat.
A felicidade não tem, não convém! Existe para além.
Série Minicontos
IDÍLIO
No limiar da noite sobre a namoradeira.
Um longo preto estampado em flores escorria sobre o corpo. Jonny, lhe adornava os ralos cabelos negros. A vovó Deinha trançava o sonho azul do netinho Pedro, que ao pé da letra dormia envolto ao mundo de fantasias. Quando acordou, estava lá.
LOUCURA
Sob a cúpula, um conglomerado de pecadores bebe o sangue do perdão. Só Allonso, que não peca à vida.
Com suas leis à mão decide quem deve ou não. E, ao final da leitura, o suprassumo venda a razão ante o triunfo dos loucos.
MANHÄ DE DOMINGO
Sobre a mesa redonda adornada com uma velha toalha de renda vermelha
Um prato de sobremesa com arroz branco e uma pequena poção de Strogonoff.
Um sachê de algodão estéril
Dois esmaltes de cores preta e laranja.
Algumas lixas de unha e outros acessórios para adornar as unhas do mais velho.
Missangas enfeitavam as bonecas passadas da netinha.
À minha frente um copo de cristal cica amealhado de cerveja me dava inspiração.
Uma garrafa plástica de refrigerante indaiá sabor limão discretamente desamparada.
O óculos de grau redondo fechado ao centro da mesa
Paralelamente o chaveiro com a chave do carro que mais tarde levaria todos deixando a saudade e o sonho de um novo reencontro.
Era assim o domingo da vovó
O que me faz feliz?
De verdade?
É acordar e poder andar.
Calçar um sapato confortável
Ouvir no radinho a música da adolescência
E ser gentil.
Quando morre um rio.
Para onde vão seus encantados?
E se todos os insetos fenecerem?
De certo, em seis meses a natureza jazia.
Se todas as árvores sucumbicem
Não haveria novas gerações.
Todavia se os humanos fossem extintos
Seria a hora da natureza brilhar.
Em bem pouco tempo
Árvores cresceriam por entre os arranha céu.
A fauna distanciaria-se da extinção.
E a flora abraçavam -se em festa.
Série Minicontos
Amor maternal
Em um dia de muita chuva e trovoada, sinhá coruja procurava atônita comida para os seus dois filhotes indefesos e expostos aos perigos da floresta
De repente encontra o gavião faminto que também caçava seu próximo jantar.
Mamãe coruja implora
- Compadre, se encontrares meus filhinhos poupe-os!
- Mas como vou identifica-los em meu a tantos bichos? - perguntou o gavião
- quando encontrares as mais belas criaturas da floresta serão os meus filhinhos.
E nunca mais sinhá coruja os encontrou.
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