Amiga Mensagem Ana Maria Braga

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⁠Precisava -

Queria tanto que alguém gostasse de mim ...
Esta ansiedade no meu corpo já não quero!
Precisava ser amado até ao fim,
pois ser poeta, nesta vida, não tolero!

Precisava de um olhar no meu olhar
alguém que me visse como alguém
queria tanto dar silencio ao meu penar
e arrancar do meu sentir tanto desdém!

Dizem que sou fraude, sou mentira,
que mereço ir à forca ...
Pobre de quem tanta pedra me atira!

Mas eu sou como a água, vem e vai,
não fura a pedra pela força,
mas pela persistência com que cai!

Inserida por Eliot

⁠Espirito Cansado -

No meu Espirito cansado
há muito d'amargura e solidão
e até aquelas horas do passado
alvoroçam o meu pobre coração!

E há gritos, palavras e punhais
que se escutam em mim de lés-a-lés
sonhos que não voltam nunca mais
espinhos no caminho que ferem os meus pés.

É mentira o que me diz a tua voz,
a rua já não fala, a noite já não vê,
e eu, aqui, sou resto, tão só, tão só.

O caminho é longo e doloroso
cheio de buracos e abismos,
e eu, perdido, triste e ansioso ...

Inserida por Eliot

⁠Cama de Linho -

O teu corpo é um grito
que está longe do meu leito;
e a minha cama calada
com barras feitas de nada
procura em mim o teu jeito.

O meu corpo é noite escura
sem o toque da tua mão;
e a minha boca fechada
e a minh'Alma cansada
de solidão em solidão.

E o que trago ou não trago
ponha Deus no meu caminho;
peço ao destino outra vida
e peço à Morte guarida
na minha cama de linho.

Inserida por Eliot

⁠Campa Vazia -

Numa campa triste e fria
há um corpo sepultado
que já não tem poesia
pela Morte naufragado.

É o corpo de um Poeta
já sem luz no seu olhar
e uma rosa que não seca
está na campa a soluçar.

Tão só, abandonado,
cheio de dor e solidão
naquela cova parado
está um pobre coração.

Até os versos que escreveu
não passaram d'um momento
mil instantes que perdeu
mal morreu o pensamento.

E até o epitáfio
já se foi da lousa branca
e o seu corpo tão frio
sem memória nem lembrança.

Pois viveu no lado errado,
passo a passo, dia a dia ...
Estará o Poeta sepultado
nesta campa triste e fria?!

Diz a voz daquela gente
que tal cova está vazia
porque uma estrela cadente
o levou da campa fria.


A Luiz de Camões.

Inserida por Eliot

⁠Amargura -

Ai de mim que estou cansado
de viver além da vida
eu nasci p'ra dar ao fado
tanta amargura perdida.

Eu vivi sem ter nascido
porque o mundo não me quis
vou morrer sem ter vivido
e que mal à vida fiz?!

Os teus olhos não são mais
que uma faca de dois gumes
dois silêncios, dois punhais
ao sabor dos teus ciúmes.

Os meus versos são herança
p'ra deixar a quem se esquece
que afinal até a esperança
já não resta a quem padece.

Inserida por Eliot

⁠Amor sem nome; amor sem rosto -


Um amor sem nome
um amor sem rosto
chegou e levou-me
o coração do corpo.

Um amor sem fé
um amor tão só
se é verdade ou não é
vou prende-lo a nó.

E estar só o que é?!
Condição ao nascer
que vestida de fé
termina ao morrer ...

E o amor passou-me
tão perto do corpo,
um amor sem nome
um amor sem rosto.

Inserida por Eliot

⁠Ainda Espero -

Ainda espero por ti
numa cama de cetim
em lençóis de solidão,
a minha esperança vazia
a minha história tão fria
sem Alma nem coração.

Tantas rosas proibidas
tantas lágrimas perdidas
há na dor do meu olhar,
numa cama sem ternura
estão meus olhos de amargura
em teus olhos a bailar.

Estes versos são um grito
uma saudade que agito
como as ondas, mar revolto,
do que fui e já não sou
do que dei e já não dou
são um grito, um grito solto.

Inserida por Eliot

⁠Eu Nasci -

Eu nasci do silencio das nortadas
que se adensa pelos campos solitários,
das tormentas, aguaceiros, trovoadas,
das tristes badaladas dos velhos campanários.

Eu nasci daqueles que nunca morrem
mas convivem com a morte dia a dia,
do silencio daqueles que não dormem,
das mães que os filhos choram, da poesia.

Eu nasci do Sol-Poente que desponta
a cada dia, orgulhoso, sobre o mar
e se deita, sempre, sobre as águas a chorar.

E tanta madrugada que a Minh'Alma conta
em que na demência dos sentidos me perdi,
apodrecido, jaz no ventre de quem nasci.

Inserida por Eliot

Silêncio que me abraça -

⁠Vislumbrei o teu olhar
por entre dor e escuridão
mas o caminho p'ro tocar
só podia ser o coração.

Por ali a solidão
parecia não ter dono
perdi de vista o coração
fiquei só, ao abandono.

E minha vida hoje segue
como segue tanta vida
ora triste, ora alegre
ora aqui, ora perdida.

Também segue o desespero
que se aninha a quem amar
e as horas que te espero
custam muito a passar.

Até a vida já não passa
nem a morte é certeza
e o silencio que me abraça
é mais triste que a tristeza.

Inserida por Eliot

⁠Triste Confissão -

Estou cansado da loucura
de um sentir que grita em vão
no meu peito que amargura
já não bate o coração.

Já não pulsa o meu destino
só há dor, contradição,
chorem pedras do caminho
que sou filho da solidão.

Há tanta gente na rua
procurando o que virá
também eu vou de Alma nua
caminhando ao Deus dará.

E se um dia tu souberes
que eu parti p'la barra fora
chora tudo o que puderes
vou sentir-te a toda a hora.

Inserida por Eliot

⁠A Vida é mentira -

Tenho o corpo cansado
tenho os olhos despidos
trago o rosto molhado
tantos sonhos perdidos.

Trago o peito vazio
trago sangue e solidão
trago sede, trago frio
por sentir esta paixão.

E trago nada na mão
por nada ter junto a mim
já nem sinto o coração
talvez seja o meu fim.

E porque a vida é vazia,
tudo dá e tudo tira,
num impulso despi-a,
porque a vida é mentira.

Inserida por Eliot

⁠Num dia de ninguém -

Da vida que me deram
sobrou pouco para mim
só os sonhos que não quiseram
e o que resta além do fim.

Tantas vidas, tantas calhas
sem amor nem coração
que só me deram as migalhas
caídas pelo chão ...

E eu sozinho nesta escola
mendigando caridade
fui vivendo só de esmola
com destino à saudade...

Mas num dia de ninguém
numa triste madrugada,
prometi: Serei alguém
com tão pouco ou mais que nada!

Inserida por Eliot

⁠Assim -

Tenho sede de amor
tenho fome de ti
em meu corpo de dor
os teus olhos vesti.

E vesti amargura
plantei-a em mim
esperar-te é loucura
nesta fome sem fim.

E vesti o vazio
como a noite que chega
vou morrendo de frio
esteja eu onde esteja.

No meu corpo de dor
na verdade senti
tanta sede de amor
tanta fome de ti.

Inserida por Eliot

⁠Imagens Inventadas -

A minha voz já está gasta
e a minha vida refém
e há uma força que arrasta
o meu corpo também!

E sou despido de todas
as imagens inventadas
levo a vida sem forças
sobre águas passadas!

Tudo em mim é inútil
porque a dor é maior
estar num mundo tão fútil
pejado de dor!

Inserida por Eliot

⁠Só Isto -

Será que vim ao mundo p'ra ser só isto?!
Um filho do vazio sem tecto nem chão ...
Ser confuso sem saber se resisto
até que a morte me queira dar a mão!

Será que vim ao mundo p'ra ser só isto?!
Alguém que nada tem e nada é ...
Pois sigo o meu caminho e persisto
embora tenha mais cansaço e menos Fé!

Será que vim ao mundo p'ra ser só isto?!
Este tormento inútil e infinito
de soluços que tenho por castigo?!

E nada pode ser o meu abrigo!
Ninguém consegue ouvir o quanto grito!
Será que vim ao mundo p'ra ser só isto?!

Inserida por Eliot

⁠À Mesa da Vida -

Hoje comi cansaços à mesa da vida
bebi silêncios de folha caída
esperei um amor que afinal já não vem!

Ontem a minha infância que triste memória
parecia distante, tão longe essa história
mas sinto-me só, dos seus olhos refém!

Trago no coração tanta mágoa perdida
trago a minh'Alma à mesa da vida
não vejo o caminho, não tenho ninguém!

Ai os meus sonhos são tristes e vagos
folhas caídas à margem dos lagos
o vento as levou e a vida também!

Inserida por Eliot

⁠Por Semear -

Aqui estou!
Tombado e inútil
ao relento dos meus dias ...

Perdido e vazio
sobre as águas da vida
às margens de um rio
que o destino me deu!

Estou seco! Sem nada!

Não tenho sequer
o abraço de um silencio
ou o beijo d'uma esperança ...

Eu sou esse Porto por achar,
essa vida por viver,
essa terra por semear!

Inserida por Eliot

⁠Convento da Orada -

Em plena planície Alentejana
há um edifício antigo que se ergue.
A paz que da fachada ele emana
não deixa indiferente quem lá segue.

Há nele um aroma místico de paz
que atravessa a nossa caminhada,
nas várzeas da solitária Monsaraz
alevantasse o Convento da Orada.

Intimo, extenso, pesado mas profundo ...
No seu silencio escutam-se as vozes
de mil frades perdidos pelo mundo.

E passa o tempo, a vaidade, a solidão,
só não passam os olhos tristes e ferozes
de D. Nuno, junto à cruz, em oração.

Inserida por Eliot

⁠Ninguém me diga nada -

Hoje venho aqui falar da minha mágoa ...
Da ânsia que me esventra e consome ...
Ninguém me diga nada!
Ninguém a queira entender, porque nem eu,
tampouco, lhe dei nome ...
Esta amargura de onde vem?! Não sei! ...
Mágoa, vazio, solidão ...
Talvez uma euforia a que me dei ...
Dor e agonia de um pobre coração - sem chão!
Porque habita ela em mim se a desconheço?!...
Talvez seja o principio de um amor, ou talvez,
novamente, a revolta de ter nascido!
A tristeza de me ver perdido,
num corpo que passa,
num mundo que em nada, por nada,
me abraça! ...
Pode ser tudo e pode se nada!
Por isso afirmo mas não juro! ...
Viver assim é tudo da vida quanto sei .
E se nada mais me é dado saber,
resigno e não insisto.
E não me questionem!!!
Deixem-me fazer o meu papel de louco ...
Não fui nada! Não sou nada! Nunca serei nada!
Porem, muito me agrada ser, nesta angústia de
ser tão pouco ...

Inserida por Eliot

⁠Olhos de Silêncio -

Nos meus olhos de silencio
há dois ecos de saudade
dois martírios consagrados
pelo peso da idade ...

Nos meus dedos levo a culpa
dos amores que não toquei
e se a culpa me matasse,
estava morto, eu bem sei ...

E porque fomos mal-amados,
nunca fomos bons amores,
só Poetas ilibados ...

Mas "ser Poeta é ser mais alto!"
É ser dono das minhas dores
quando aos versos nunca falto!

Inserida por Eliot

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