Amar-te é Doce
O que for doce se seja difícil de engolir, para durar muito
O que tiver gosto amargo que seja, seja liquido, para ser engolido de uma vez
Se for algo fácil de valor
Se for difícil não desista,
Se brilhar, que não ofusque sua visão e confunda seus sentimentos
Se escurecer que você não sinta medo, pois o sol voltará a brilhar
Se sentir dor que um simples beijo resolva
Se tiver vontade de gritar que seja por amor
Se tiver vontade de sussurrar que possa ser ao pé do ouvido de alguém que goste.
Se tudo acabou não lamente, tinha que acontecer, aconteceu, acabou e ponto.
Guardem na memória os bons momentos,
Se tiver vontade de me procurar estou aqui
Não prometo voltar, não gosto de planos... Mas posso te oferecer o hoje e quem sabe muito prazer...
Houve um tempo
onde os risos leves
eram fáceis de conquistar
e na infância doce, amar
era um verbo fácil de conjugar.
Ana Paula 🩷
Assim não se acaba.
Minha boca rejeita o amargo
Desde que provei do seu doce olhar
Minha boca rejeita o amargo
Do inesperavel ele surge novamente
Mas a minha boca rejeita o amargo
De pouco a pouco o meu amargo rejeita a minha boca
De choro em choro o meu rejeito amarga a minha boca
Amar não é sinónimo de agradar, bajular.
Amar implica também dizer não de forma doce, no momento certo.
Na solidão
encontrar
sem sinal
desconexão forte
desce dúbia
doce e amarga
vazios inteiros
navegam em ondas
por bits e bytes
ser mulher
ser inteira
mesmo só
seu poder
não precisa
de rede
conexão
é o que se faz
dentro do peito
há quem grita
mas eu sussurro
meu valor
é eterno
e seguimos
desconectadas
conectadas
encontrando-nos
O que te trás ao amarelo?
O doce e amargo amarelo
Nem sempre doce
Mas ainda amarelo
Sorrisos motivam, sempre tem que ter um
Se a noite for completamente escura...
...pelo menos ainda tenho seu sorriso que brilha
O amarelo talvez não seja meu lugar
Ou talvez seja.
Enquanto eu estiver eu pertenço, mesmo sem pertencer
Mas, hmmm
O que te trás ao amarelo ?
Talvez o outro amarelo
Não saberíamos desfrutar o doce sabor da vida, sem antes experimentar o amargo que purifica o nosso sentir.
O pecado é doce e prazeroso, no início; mas no fim, é amargoso e destrutivo.
Por isso, o tolo o abraça; mas o sábio o rejeita.
Forte, intenso, quente, amargo para algumas pessoas, doce para outras e na medida para outras tantas. Talvez não atoa eu goste tanto de café, as semelhanças nos aproxima. ☕️
Ano passado foi como experimentar um vinho, nem muito doce e nem muito amargo. Espero que esse ano novo seja como água, não precisa ter sabor para te fazer bem.
Nem doce,nem amargo
Na cozinha, as notícias chegavam mais depressa ao fogo ameno. As criadas afagavam, pajeavam uma geração e fraseavam o inominável. Lembro-me de suas mãos quentes alisando minhas meias e eu sonolenta, bagunçando os cabelos em cachos nas almofadas do sofá da sala de minha avó. Elas me sacudiam e diziam:
– Se não ficar inteira para a missa, não tem doce de cidra nem novela
à noite.
As missas eram sonolentas e as pessoas vestidas do “primeiro dia da semana” se espreguiçavam em minha mente até ao almoço.
Era um dia morno, não havia novelas e a circunferência dos doces era vigiada e eu me frustrava com a falta das babás.
Verdadeiramente, não precisava delas, mas elas me bendiziam de suas falas e eu, como elas queria decifrar esse desejo.
E elas sabiam das promessas, do artifício, da magia de como chegar ao altar.
E sabiam muito mais, do veneno, da nudez debaixo dos lençóis bordados com capricho em ponto cheio.
Ninguém conversava sobre “isso” e, quando perguntava, tinha resposta certa:
– Já é hora de você dormir!
Na minha imaginação nada repousava, ficava na fantasia, esta geografia indecifrável e a língua solta de minha bisavó.
– Minha filha o “it” fica debaixo das saias.
Eu levantava as minhas, debaixo as anáguas e barbatanas e achava tudo tão incrédulo.
Acordava, e a novidade do dia: não entendia como, mas a vizinha havia “pulado a cerca”. Havia um falatório metafórico na cozinha não percebia onde estava o “cerco” onde só existiam muretas.
O “it”, o charme, o magnetismo, o encanto pessoal ainda são um mistério que abrocha do ser repentinamente.
Ferver, pular, ainda pode ser afetuoso e cítrico como doce de cidra. E o descrente ainda perdura nos amores alambrados.
Livro: Pó de Anjo
Autora: Rosana Fleury