Amadurecimento
Confesso que amei.
Amei, como quem ama pimenta, como quem ama cachaça, como quem ama uma boa fritada de jiló.
E também amei, como quem ama a beleza das flores e das crianças.
E, ainda hoje, eu amo. E mais intensamente do que nunca.
Porque o amor, na vivência humana, ou fenece, ou amadurece.
Afinal, os anos pesadamente empilhados devem servir a algum propósito.
Porque o amor envelhecido deve ser como um amor infantil, puro.
Afinal, só podemos reencontrar a pureza se nos despojarmos.
E regredirmos à nossa essência.
O mais puramente essenciais e despojados que pudermos nos tornar.
Como uma criança.
Porque mesmo o mais temido bandido já foi um bebê, amado, trocado, amamentado, cuidado, por alguém.
Apenas perdeu isso ao longo do caminho. Todos perdemos, ao longo do caminho.
E quem não encontrar esse caminho de volta será apenas amargurado.
Confesso que ainda amo.
Bom, após ignorar todos os conselhos das pessoas que me rodeavam tomei como decisão ignorar o único Ser que não podia.
Não aconselharei a ninguém a tomar decisões se não for com amor. Se andas em uma vida monótona e morta, espere e anseie pelo renascer.
Direi ainda que minha pior atitude foi escolher a paz provida da fuga de uma batalha, me matei após ter perdido tudo o que me valia - Não era
dinheiro, não era bens materiais e muito menos orgulho.
Acovardado, sem um Pai e sem emoções, eu não tinha como valorizar o que passava na minha vida, não valorizei os outros que me amavam nem menos as suas atitudes mais benevolentes.
Agora terei de lidar com o estorvo de lidar comigo, carregarei um fardo amargo de todas as pessoas que magoei, pensando que eu poderia ter feito diferente, eu poderia ter tentado.
Eu nada ganhei além de amadurecimento, quem saiba a velha e boa sabedoria não me volte a ser valiosa?
Após o sangue, o suor e as lágrimas da resiliência, é hora de não comer mais o pão amassado pelo diabo. O amadurecimento cobra sofrimento, desapego, discernimento, acordos de paz, rupturas, despedidas e virada de página...
"Ela lhe contou histórias, ele a ensinou a voar... Amavam-se, mas ele não queria crescer..." (Peter Pan)
Assim como Wendy e Peter (o romance mais improvável e que, infelizmente, não aconteceu porque ela precisava voltar para casa e crescer, e ele queria ser criança para sempre), quantas vezes não deixei o amor passar por não querer crescer?
Eu gostava muito de sexo, balada e uma vida descompromissada... Ela queria amor, companheirismo e uma vida de casada.
Às vezes, duas pessoas se amam muito, mas não estão destinadas a ficarem uma com a outra... seguem caminhos diferentes. Cada uma mostra o que tem de melhor para a outra pessoa, mas não conseguem continuar juntas... principalmente porque "qualquer menina vale mais do que dez meninos" (Peter Pan), ela amadurece mais rápido. Já passou da hora de eu crescer... Viver seria uma grande aventura!
Algumas pessoas vão amadurecer em alguns anos, e outras em algumas vidas. Simples assim. Aprender a lidar com essa realidade é encantadoramente recompensador.
E a gente vai vivendo entre flores secas e arco Iris, corações puros e consciências tranquilas sujas de sangue... Levando lágrimas e sorrisos como marcas de vida. Ambas experiências para florir o amadurecimento e evoluir o espírito.
Eu nasci para matar Dragões. E pode vir flamejando fogo até pelas narinas porque quanto maior o desafio maior será a lenda. Mas se no meio da batalha mudar de ideia e quiser passar pro lado do bem, a mão lhe será estendida. Monto nele e vamos voar por aí.
A formiguinha diferente
Era uma vez uma formiga.
Ela nascera em um dos milhares de ninhos de formigas que existem por aí.
Quando era pequena, ficava admirada com as outras formigas, que iam e vinham, rapidamente, trazendo alimentos e mais alimentos para o ninho.
Sentia que gostaria de fazer isso o mais breve possível. Portanto, enquanto ainda não podia trabalhar e sair pelo mundo, ela estudava maneiras de otimizar o trabalho, de conservar os alimentos, de se comunicar com as outras formigas e de ajuda-las. Ao invés de brincar, ela sentia que deveria estudar. E se preparar.
Ao mesmo tempo, seu coração se enchia de piedade por aqueles que, por alguns motivos, não conseguiam simplesmente trabalhar ou desempenhar alguma função. Algumas formigas tinham medo de sair, outras tinham alguma pequena deficiência, outras tinham algumas histórias para contar do porque simplesmente não podiam ajudar. E ela as ouvia, com empatia e generosidade.
Finalmente, chegou o dia em que ela iria poder sair e vivenciar o que era tudo isso. Estava ansiosa. Foi observando como os outros faziam, com cuidado, para não falhar. E começou a sua jornada. Às vezes, ela achava um pedaço de alimento mais interessante. Mas, ao invés de pegá-lo para si, mostrava para outra formiga e entregava para ela, que saia feliz e contente e agradecida. Às vezes, ela deixava o que estava fazendo para ajudar alguma companheira, e acaba voltando sem nada, mas com o sentimento de que fez uma boa ação durante o seu dia.
Às vezes, encontrava em seu caminho alguma formiga imprudente, que por isso mesmo comia todo o alimento que havia coletado, ou, por estar distraída o dia todo, estava devendo vários dias de produção. Então, ela, compadecida, lhe dava do seu estoque de alimento, e também cumpria jornada extra para repor o que a formiga imprudente tinha perdido.
Às vezes, alguma formiga estressada, reclamava para ela do trabalho, ou da vida, e ela, generosa, se oferecia para carregar o alimento da outra formiga, e acabou que, quase sempre, estava fazendo isso.
E ainda haviam formigas no ninho, aquelas que ela tinha cuidadosamente escutado, e entendido, levando no coração todas essas histórias. Por isso mesmo, ao sair para sua jornada, sabia que deveria fazer tudo por ela e também por aquelas que, por “n” motivos, não conseguiam ajudar. E elas acabaram contando com isso, sempre.
Mas a verdade era que, a formiga sempre tentava fazer o seu melhor. Apesar disso, o chefe das formigas estava sempre bravo e descontente com seu comportamento. Mas, dentro dela, embora buscasse a aprovação do chefe e de todos, ela sabia que contribuía não só com a produção, mas com as suas boas ações para com os demais. Isso era o que mais importava.
Acontece que, certo dia, a formiga se sentiu estranhamente cansada. Para sua tristeza, ela se sentia adoecida e não sabia por que. Avistou, de longe, uma amiga que ela havia ajudado, e que encontrara um alimento melhor naquele dia. Pediu se poderia ficar com ele, para poder se alimentar bem e talvez, recuperar as suas forças, mas a amiga, estranhamente, disse que havia visto primeiro. E ela entendeu. Era justo.
Então, foi caminhando e encontrou algumas formigas que ela havia ajudado, todas ocupadas levando suas coisas. E ela perguntou se poderiam ajuda-la, carregando um pouco para ela também, pois aquele dia ela não conseguiria. E ouviu vários nãos das formigas ocupadas com suas próprias responsabilidades e necessidades.
Então, encontrou a formiga imprudente, que estava forte e bem alimentada. Pediu se naquele dia, ela poderia dividir com ela algum alimento e se poderia, até que ela se recuperasse, substituí-la. Mas a formiga achou que se a ajudasse agora, ela poderia ficar mal acostumada.
Finalmente, voltou para casa sem nada, e um pouco triste. Foi procurar as formigas que ficavam no ninho e que ela auxiliava, para desabafar um pouco. Mas as formigas estavam zangadas com ela, porque não estava mais ajudando e colaborando, já que sabia que elas precisavam e não podiam, por suas razões, fazer o trabalho.
E se sentiu sozinha e sem nada. Perguntou-se o que vinha fazendo da vida, além de levar muitos pesos nas costas e, no fim das contas, não ter feito nada por si mesma.
Passou dias depressiva, solitária, pensativa. Ninguém entendia o que estava acontecendo com a formiga, mas também não se importavam. Achavam que ela estava, talvez, dramatizando a vida demais. A maioria, na verdade, nem a notava. Dentro dela, ela só pedia para Deus devolver as suas forças, para que ela pudesse continuar fazendo tudo da maneira que vinha fazendo, e para não perturbar ou atrapalhar ninguém à sua volta. Mas Deus parecia não escutá-la.
Foi então que, em meio a tudo isso, e esta dor que estava sentindo, que ela percebeu certas coisas da vida. Ela viu que as outras formigas sobreviveram bem sem ela, e continuaram suas vidas, independentemente de sua ajuda ou existência. À duras penas, ela enxergou que ajudar alguém não significa que o contrário será verdade. Ela percebeu que o chefe das formigas nunca reconheceria nada do que ela fazia, porque seus olhos eram diferentes do dela. Ele nem ao menos enxergava, porque um chefe só enxerga aquilo que quer. E ela percebeu que cumprir a função de outras formigas não as ajudavam, apenas as impediam de cumprir seu papel ou de colher os próprios resultados. E que ela não tinha o poder de mudar a vida de ninguém, e finalmente, de salvar ninguém.
Porque, na verdade, ela deveria salvar a si mesma. Agora se sentia livre daqueles pesos desnecessários. Portanto, percebeu que ela tinha estudado bastante, que este era o seu diferencial, mas que nem utilizava seu conhecimento. Ela nem ao menos se conhecia. Percebeu que, produzir para os outros em prol de produzir para si mesma, não a tornava uma heroína, pelo contrário, a tornava, na verdade, improdutiva.
E, agora, com toda essa consciência adquirida, ela aprendera o turno certo da vida. Se tornou diferente, apesar de sua essência ser a mesma. Descobriu que ajudar não significa ter que se prejudicar. Descobriu que amigo é diferente de colega ou conveniência. Descobriu que, em meios às dificuldades, se ela não pensar em si, ninguém irá pensar. Descobriu que não precisa se responsabilizar pelos resultados de ninguém, a não ser pelos seus próprios. Descobriu que ter alguém para contar nos momentos ruins é muito, muito raro, quase um milagre. Descobriu que não tem que se culpar por não agradar a todo mundo. Mas que valia a pena estar próximo de quem realmente gostava dela, do jeito que era, e que a valorizava, mesmo quando ela não tinha nada para dar.
Hoje em dia, a formiga está em busca de seu próprio caminho. Desistiu de carregar um ninho, que nem mesmo era seu. Abandonou as pessoas que ela tanto amava, mas que não era recíproco. Aprendeu que um ambiente hostil pode ser trocado por um ambiente saudável. Mas aprendeu que, mais importante que ser amada, é amar-se. Mais importante que ajudar, é ajudar-se. Mas importante que agradar, é agradar-se. Mas importante que ser respeitada, é respeitar-se. E mais importante que ser valorizada, é valorizar-se.
Ah, e percebeu que Deus sempre esteve com ela, durante todo o tempo. E que, na verdade, não mudou a situação da formiguinha quando ela pedira, porque estava usando a situação para mudar a formiguinha. E fazê-la crescer.
Um dia, a formiga conta o resto da história.
Até a próxima!
Multiplique-se
Saber absorver e distribuir amor, te torna uma pessoa diferenciada.
O nascimento do amor em outras pessoas pode acontecer através do aprendizado que está guardado na tua mente e preservado no teu coração. Durante as lições impostas pela vida sobre as escolhas boas e ruins que fazemos, certamente somamos conhecimentos que despertam o nosso amadurecimento. Portanto quando você se deparar com uma pessoa carente de amor deixe ela beber da sua aguá, multiplique o seu conhecimento, viva essa viagem, você conhece os atalhos.
Vulnerabilidade é a certeza de que não sabemos e podemos tudo. Mas parece que alguns se comportam como se fossem imbatíveis!
O líder discipulador acredita no potencial das pessoas mais do que elas mesmas e as conduz em uma jornada de amadurecimento para multiplicarem.
O pensamento humano é progressivo... amadurecemos... e aqueles pensamentos do princípio se mostram muitas vezes menino, inocente.
“A individualidade é uma característica da personalidade na qual diferencia uns dos outros. Diferente do individualismo, ela está ligada ao amadurecimento pessoal, enquanto o outro a estagnação moral.”
Se quisermos degustar uma boa fruta temos que aguardar que amadureça na árvore. Caso à colhamos antes do tempo adequado o gosto será desagradável e ela desperdiçada. É preciso respeitarmos o tempo de tudo e de todos, inclusive o nosso.
Eu olhava pra trás e via uma criança que vivia saltitando empolgada com tudo, principalmente com coisas brilhantes e coloridas. Uma caixa de lápis de cor ou um vagalume no quintal, eu sorria fácil! Na vdd abro riso fácil até hj, mas vejo que não é o mesmo riso, talvez eu sorria por simpatia ou empatia mas nunca mais (análise aí) nunca mais sorri por uma emoção completa sem ter algo por trás forçando esse sorriso.
Ainda sobre o senso de humor da vida, me peguei pensando naquela frase que diz: “Um amigo me chamou pra cuidar da dor dele. Guardei a minha no bolso. E fui.”
A citação é da Clarice Lispector, mas este sentimento que move tanta energia, pertence ás tantas pessoas comuns, que em algum momento da vida se agigantaram quando tomaram a simples decisão de salvarem o mundo.
No início elas mal sabiam qual caminho deveriam tomar. Por algumas oportunidades até pensaram em desistir, já que imaginavam que a salvação só poderia vir por meio das obras grandiosas, mas num momento de distração, viram diante de si a oportunidade de iniciarem as atividades justamente salvando o dia do próximo, mais próximo. E o resgate custou pouco: Algumas vezes, apenas uns minutos de ouvidos atentos aos desabafos de quem se expandiu tanto que já não cabia mais em si. Outras vezes, por meio de algumas simples trocas de olhares em silêncio, mas inundadas de respeito e compreensão. Noutras, apenas um abraço apertado antecipado ao pedido e sem pretensão maior que a de fazer o bem, sem olhar a quem.
Existem aqueles dias nos quais a gente sente que nem deveria ter saído da cama. São tantos desencontros entre as nossas vontades e os resultados obtidos, que só conseguimos reforçar o desejo de ficarmos em casa e assim evitarmos qualquer tipo de situação que venha a nos aborrecer ainda mais.
Mas a vida é uma caixinha de surpresas. Quem um dia se desiludiu amorosamente e jurou de pés juntos que nunca mais se entregaria aos encantos da paixão, tempos mais tarde veio a descobrir que, assim como (bem) disse a Fernanda Mello: ”(...) quando a gente para de acreditar em “amor da vida”, um amor pra vida da gente, aparece”. E então a espera passa a fazer sentido.
Quem um dia perdeu a fé em si mesmo, afirmando para os quatro cantos do mundo que não passava de um peso morto, um dia se viu como a única pessoa capaz de estender a mão para ajudar justamente quem mais agarrou a chance de lhe humilhar. E assim semeou pelo mundo, nobreza em forma de humildade.
Eu tenho aprendido que assim como as plantas, a gente também floresce. E também de dentro para fora. Aprendi que para despertarmos a consciência do quanto ainda podemos crescer - e todos nós podemos -, precisamos apenas valorizar cada uma das nossas tantas miudezas. E as alheias, também!
Aprendi que aos poucos nos aproximamos de quem verdadeiramente somos. E que não precisamos ter pressa, porque o fim da linha sempre levará a nós mesmos. Aprimorados. E todos nós podemos sim assumir o posto de super-heróis e assim salvarmos o mundo. Mas é preciso ter em mente que as maiores e mais altas construções existentes, um dia tiveram seu inicio por baixo.
Eu tenho a esperança de que um dia, cada um de nós possa chegar no ponto mais alto do seu amadurecimento, para então respirar macio por ter se tornado - finalmente - gente grande
Reassumimos o comando da nossa existência, quando soltamos as amarras que nos prendem a situações ou pessoas e passamos a nos direcionar de acordo com o que traçamos para nós mesmos.
Por mais que a gente tente, nunca seremos perfeitos, porque o homem na sua totalidade é cheio de falhas e imperfeições.Saiba porém que considerar cada situação como positiva, mesmo que não sejas tão boa, nos leva ao caminho do amadurecimento.
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