Altruísmo
O quê? O que posso fazer para me dar bem? O que posso fazer para me melhorar? O que posso fazer para melhorar para todos?
sobre definições do amor
Apesar de ser uma ávida leitora, eu nunca encontrei alguém que definisse uma palavra em específico por completo: Amor. Não há no dicionário o significado do amor, pelo que eu me lembre, mas as pessoas insistem em repetir a palavra como se ela possuísse uma força milagrosa. O amor resolve tudo, eles dizem. O amor é generoso, altruísta, e não pode ser medido. É algo que não se consegue descrever, só sentir. Me pergunto, então, como podem tentar defini-lo, se o sentimento é algo particular e não vem em um manual de instruções.
Quero dizer, eu amo meus pais. Quero o bem e a felicidade deles, mas não sei como fui levada a sentir isso. Não posso dizer que aprendi a amá-los, porque é quase unânime o pensamento de que você deve amar seus pais, e eles devem amá-lo. Mas de onde veio essa instrução? Será que é regra que todos os pais amem seus filhos e todos os filhos amem seus pais? Sabemos que não. Ainda assim, as pessoas repetem que o amor cura tudo e supera tudo. Mas eu não sei mais se acredito nisso.
Não consigo entender meu amor como altruísta, tampouco como generoso. Amar alguém não significa que você não sinta ciúmes dele ou dela e queira deixa-los livres demais. Amar também não assegura que você ficará feliz por todas as conquistas da pessoa, ou que você aceitará todos os seus defeitos. Acredito que, quando tentamos definir o amor, acabamos por segregá-lo, porque não há só uma espécie de amor. E, ao dizer isso, eu também caio na mediocridade de dizer que há espécies de amor. Como saberia, se não há uma definição exata do termo?
O ponto é: o amor deve ser uma coisa indefinida. Deve ser sentido, sim, mas não colocado em nenhuma categoria para que evitemos perder por não amar do jeito convencional. Acredito que seja possível amar com muita vontade, mas odiar na mesma proporção, e isso não anularia o amor, nem seria capaz de diminuí-lo. Acredito que podemos amar sem precisar aceitar os defeitos do outro, ou querer deixa-lo muito solto. Acredito que amar é pensar em perder, é querer terminar, é brigar, e não devemos nos culpar por isso. Eu acredito, mas dificilmente pratico, porque ainda estou presa à prévia definição do amor: altruísta e generoso, quando pode não ser exatamente assim.
Assim, vamos tentar definir menos e sentir mais, porque o amor é algo muito maior que conhecemos, portanto, passível de generalizações.
No amor, meu caro, sabes tão bem quanto eu, que não existe eu, existe nós; não existe ímpar, existe par; no amor ninguém se anula: é próprio do amor suprimir o egoísmo em prol do que é bom para ambos.
A gente se acostuma tanto a ser abandonado no meio do caminho que, quando alguém se mantém do nosso lado nos tempos difíceis, isso nos surpreende!
Você é egocêntrico?
Achei a seguinte definição do egocêntrico: alguém que se considera como o centro de todo o interesse de modo relativamente insensível às preocupações dos outros.
Sempre defenderei o lado bom do egocentrismo e sua incrível habilidade em não ver o outro. Do que adianta olhar, conhecer e analisar o próximo sem lhe estender a mão?
Vejo muitas pessoas se “preocupando” com os outros, mas não há ação nenhuma nessa preocupação, apenas é apontado e comentado a deficiência, fraqueza ou condição do indivíduo. Toda a situação se acaba em: - Coitado, tomara que melhore. Às vezes, há um julgamento, apontam-se os defeitos, as atitudes erradas, acham a causa do problema e dão o veredito: – Se não fizer isso ou aquilo é porque gosta de sofrer.
Prefiro ainda meu egocentrismo, o foco estará sempre em mim e naquilo que é de minha responsabilidade.
Quanto tempo é gasto apenas comentando o problema do outro? Esse tempo não seria mais bem aproveitado com uma ação a favor de quem precisa? Há vários exemplos de pessoas admiráveis que doam seu tempo costurando, faxinando, construindo, lendo, cozinhando, ensinando, pregando o evangelho...
Eu, infelizmente, sou um ser egocêntrico e não enxergo nada além de mim. Mas as pessoas de bom coração, altruístas, cidadãos de bem e cristãs talvez possam usar esse dom divino de ver o que há de errado nos outros e agir de forma voluntária, sanando o problema com ações práticas ou apenas levando conforto e alívio a uma alma sofrida.
Ou então, a maioria de nós deveria assumir de vez esse lado egoísta que só nos permite olhar e apontar para o defeito do outro, sem capacidade de olhar para si e reconhecer as próprias imperfeições.
Existem dois tipos de pessoa: As que querem que o bem lhes aconteça e as que querem que o bem aconteça. Acredite: A escolha de um lado fatalmente irá mudar uma vida - ou a de milhares. Já fez sua escolha?
Sempre achei que a empatia era característica rara entre as pessoas. Na crise atual, percebo que o problema é ainda maior. Falta muito mais. Há escassez, antes e sobretudo, de amor-próprio
O caridoso é quem recebe a caridade de forma inconsciente como sinal de que precisa mudar internamente sua forma de perceber o mundo.
Enquanto
Como é difícil falar de missão, quando o mundo parece não ter coração, quando o amor adormece no porão e o frio do egoísmo congela a alma, porém só peço um pouco de calma, pois o bem nem por pesadelo será derrotado, enquanto no planeta Deus for amado, enquanto se crer além do possuir, enquanto o homem na fé quiser evoluir. Nunca será extinto o Altruísmo e não vai prevalecer o egocentrismo, enquanto nem que seja um se propor a somar com outro algum, enquanto houver bondade florescendo no solo, enquanto uma mãe proteger seu filho no colo. Então os sonhos levantarão da cama e a esperança reascenderá sua chama, enquanto homem e mulher estiverem unidos fazendo mais que observar seus próprios umbigos. Aberio Christe
Malquerença.
Aquilo que importa mesmo é estar atento aos detalhas da vida. Conhecer pessoas e aprender com elas é fundamental para nosso crescimento espiritual. E uma simples viagem pode nos proporcionar esse amadurecimento.
Durante minhas férias resolvi descansar em um local fora do comum. Viajei para o Vale do Capão – Chapada Diamantina, a 466 Km de Salvador (BA). Cidadezinha calma, onde a paz está bem presente, lá parece que o tempo parou. O que mais impressiona são as pessoas que moram nessa cidade, todas desapegadas e felizes. Já perceberam que a felicidade não está nos bens matérias, despertaram para a verdadeira essência de uma vida feliz.
Ao passear pela cidade em busca do famoso pastel de palmito de jaca, considerado uma iguaria tradicional do Vale do Capão, entrei em um restaurante bastante simples. Lá dentro percebi que uma senhora espiava o movimento da cidade pela janela. Logo de imediato perguntei seu nome, ela respondeu Anita. Disse também que mora no Vale do Capão há 90 anos. E depois de muita conversa soltou uma pérola incrível: Tenho 90 anos e nunca tive malquerença. O que é isso? Me perguntei! Fiquei curioso para saber o significado de malquerença, pois isso era a receita para a sua longevidade.
Busquei o significado dessa palavra e logo encontrei. Malquerença é sinônimo de inimizade, egoísmo, antipatia e aversão. Então pensei: Para viver muito é fundamental a benevolência, demonstrar amizade, ser carinhoso e simpático com o próximo, ter boa vontade para ajudar aqueles que mais precisam, ou seja, ser altruísta. Essa é a simples orientação da Dona Anita para se chegar a velhice com muita saúde e vitalidade.
Para Dona Anita viver bem significa ter vários amigos, mas amigos sinceros. Durante nosso percurso, a estrada da vida nos apresenta muitos camaradas, alguns pedem carona e concebemos a companhia. Aproveitamos intensamente cada instante. Mas com o passar do tempo percebemos que os destinos são diferentes, e cada um segue seu caminho. Nesse caso a amizade não acaba, resta dentro de nós bastante vivas as lembranças da viagem realizada, todos os momentos que marcaram. Certamente outras caronas irão acontecer, que podem inclusive durar a vida toda. O importante disso tudo é não ter malquerença. É aceitar o pedido da carona e permitir a viagem juntos, sem preconceitos ou pré-julgamentos, pois sozinhos não conseguiremos atravessar a estrada da vida. Precisamos entender que existem trajetos de terrenos difíceis, e com as amizades será mais fácil superar esses desafios. Por isso cultive sempre suas amizades.
Viver muito significa ser generoso, demostrar afeto, ter humanidade e compaixão. Não esqueça do efeito bumerangue, tudo aquilo que é lançado volta para quem lançou com a mesma intensidade. Então siga os conselhos da Dona Anita! Seja simpático, procure gostar de gente, seja amigo. Vivendo assim tudo em sua vida dará certo, pois receberá a paz como retorno. E paz é igual a saúde!
Mas infelizmente o que vemos, muitas vezes, é o ódio entre os seres humanos, pessoas que não gostam de pessoas. Vejo, mas não queria ver, a raiva no olhar de muitos, querendo destruir o sucesso do outro. Todos deveriam conhecer a receita da Dona Anita. Receita difícil para os dias de hoje, onde predomina o individualismo, impera a particularidade e infelizmente reina a malquerença. Cada vez mais as pessoas se isolam nesse mundo e se afastam da verdadeira essência do altruísmo. Vivendo desta forma a doença é certa!
Dona Anita realmente é uma senhora muito sabia. Conseguiu viver sem malquerença durante 90 anos esbanjando muita saúde. Portanto, estimule o amor, fragilize o ódio. Anime-se com o perdão, entristeça-se com vingança. Entusiasme-se com a fraternidade, desanime-se com a maldade. Abrace a cordialidade, afaste as indelicadezas. Pratique o desapego, e pare de ser egoísta.
Somente assim acabaremos com a malquerença e conseguiremos viver com muita saúde durante muito tempo.
Sempre e sempre e sempre
As vezes eu sinto fome
As vezes eu sinto frio
As vezes eu sinto saudade
As vezes eu sinto um arrepio
As vezes eu sigo o relógio
As vezes eu sigo a razão
As vezes eu sigo a beleza
As vezes eu sigo o coração
As vezes eu penso em mim
As vezes eu penso em você
As vezes eu penso em nós
As vezes eu penso sem porquê
As vezes eu choro de raiva
As vezes eu choro de dor
As vezes eu choro de medo
As vezes eu choro de amor
Sempre que as vezes eu sentir a saudade
Sempre que as vezes eu seguir o coração
Sempre que as vezes eu pensar em nós
Sempre que as vezes eu chorar* de amor
Estarei sempre feliz
*(aquele choro bom que só conhece quem ama e é correspondido)
