Alma do Guerreiro
NA SOLIDÃO DO MEU AMOR
É vazio o desejo, o amor, e a alma.
Mas não há mágoas por estes sentimentos...
Em ti, o riso me faz paixão e acalma
O coração, sem quer me ver tormentos...
Vagueando tristezas por ter na palma
Das minhas mãos cansadas, os lamentos,
São por vezes dispersos aos intentos
Das mentiras que carrego dentro d'alma.
Perdido nas ilusões posso vir a morrer...
Mas de ilusão, mesmo morto, eu possa ter
Além-mundo o teu querer à minha verdade.
Moras ainda no vazio dos meus desejos,
De alma morta à minha boca são teus beijos...
Na solidão, meu amor, tu és saudade.
No palácio intramuros da alma, onde a benevolência tece os filamentos da existência, compreendemos que o amor oblativo é o bálsamo derradeiro contra a chaga do mal. Aqueles que, em sua senda errante, nutrem a animosidade, a revanche e a aridez sentimental, ignoram a intrínseca verdade de que a equidade emana da providência divina, e a consequência de tal incompreensão se manifesta na inapelável gravidade de Suas mãos justas ou na infinita clemência de Seu espírito. A verdadeira vitória ressoa, pois, na simbiose entre o perdão e a fé inabalável.
"As Escolas de Regeneração da Alma proíbem a adoração do ego. As Escolas de Magia Negra não proíbem a adoração do ego e até justificam, à sua maneira, dita adoração ao inimigo interno com frases e sentenças religiosas."
A tristeza pode até bater à porta do seu coração, mas não permita que ela faça morada na sua alma. Deus é maior que qualquer dor, e a cada amanhecer Ele renova nossas forças. O que hoje parece pesado demais, amanhã pode ser leve nas mãos dEle. Confie. Respire. Ore. Há um propósito maior em tudo, e mesmo na dor, Ele trabalha por você. Cuide do seu interior, alimente sua fé e escolha acreditar que dias melhores virão. Sua alma é lugar de esperança, não de escuridão. Entregue, descanse, e siga com Deus no comando.
Bom Dia Paz E Graça.
"O coração aberto é um tiro certo na alma fria.
Entre muitas palavras, eu não digo nada, porque meu silêncio fala mais do que as tempestades da vida.
Não me acuse de passividade se eu encontrei coragem mesmo quando todos abandonaram o barco."
Fidelidade em Silêncio
Não é ao mundo que juro minha alma,
Nem às promessas do tempo que dança.
Minha aliança é com a chama que acalma,
Com o princípio que em mim se lança.
Não sou fiel por medo ou corrente,
Nem por contrato que o tempo desfaça,
Mas por amor ao que em mim é semente,
Que floresce em silêncio, e nunca passa.
Já fui tentado a vender meu destino,
Trocar valores por trégua e prazer...
Mas algo em mim, antigo e divino,
Me ensinou a perder para não me perder.
Fidelidade não é resistir ao afeto,
É amar sem trair o próprio caminho.
É sorrir, mesmo andando discreto,
Com a alma vestida de sol e de espinho.
Não nego a dor que o amor traz consigo,
Nem os riscos de viver com o peito nu.
Mas prefiro errar seguindo comigo,
Do que vencer negando quem sou e fui.
Se me vires distante, não é indiferença,
É só que às vezes é preciso calar.
Para manter a aliança, a consciência,
Com o Céu que insiste em me visitar.
Há dores que não gritam: se disfarçam em gentileza, se escondem no riso. A alma, como a pele, aprende a cicatrizar por camadas — mas nunca deixa de lembrar onde foi ferida.
“De Profundis”, de Oscar Wilde: A estética do sofrimento e a redenção da alma
Por Andre R. Costa Oliveira
Introdução
Poucas obras na literatura ocidental expressam com tanta intensidade a transfiguração da dor quanto De Profundis, carta que Oscar Wilde escreveu na prisão de Reading entre janeiro e março de 1897. O título latino — retirado do Salmo 130: “De profundis clamavi ad te, Domine” (“Das profundezas clamei a Ti, Senhor”) — anuncia o tom confessional e quase litúrgico da obra. Mas este não é um salmo apenas de penitência; é também de revelação. Em De Profundis, Wilde não busca expiação pública: ele tenta compreender, com lucidez e ternura, o percurso de sua queda e o sentido de sua dor.
1. Contexto histórico e biográfico
Oscar Wilde, um dos escritores mais célebres do final do século XIX, foi condenado a dois anos de trabalhos forçados em 1895 por “indecência grave”, isto é, por manter relações homossexuais — então consideradas crime na Inglaterra vitoriana. O processo judicial, movido pelo Marquês de Queensberry (pai de Lord Alfred Douglas, seu amante), tornou-se um escândalo nacional. Até então, Wilde era conhecido por sua elegância, inteligência fulminante e ironia social; sua ascensão literária incluía peças de teatro aclamadas, como A Importância de Ser Prudente, e o romance O Retrato de Dorian Gray.
A prisão marcou uma ruptura radical com sua vida anterior. Privado de liberdade, status e conforto, Wilde mergulhou em uma crise existencial e espiritual. De Profundis nasce desse abismo.
2. Forma e estrutura: a carta como confissão
Formalmente, De Profundis é uma longa carta dirigida a Lord Alfred Douglas, escrita sob autorização limitada do sistema penitenciário, em cadernos supervisionados pelo diretor da prisão. Mas o que começa como um desabafo pessoal rapidamente se transforma em um tratado lírico sobre o sofrimento, o amor, o egoísmo, a compaixão e a salvação interior. A carta não foi enviada a Bosie diretamente. Após a libertação de Wilde, ela foi copiada e guardada por seu amigo Robert Ross, e publicada postumamente em 1905.
A linguagem é precisa, muitas vezes bíblica, quase mística. Não há ali o dândi de frases espirituosas, mas sim o homem nu, quebrado, buscando sentido no próprio fracasso.
3. A dor como iniciação espiritual
A experiência do cárcere é, para Wilde, uma espécie de rito iniciático. A dor deixa de ser um infortúnio e passa a ser uma via de conhecimento. Como escreveu mais tarde em O Balão de Papel, “quando se está sofrendo, se aprende”. Em De Profundis, isso ganha corpo:
“Agora vejo que a tragédia da vida não é que os homens sejam maus, mas que eles são insensíveis.”
A sensibilidade que ele desenvolve na prisão não é a da estética refinada, mas a da empatia profunda. O sofrimento desmascara sua vaidade, seus caprichos, sua vida construída sobre aparências. E, paradoxalmente, é o que o aproxima de sua própria alma:
“Aonde quer que haja sofrimento, há solo sagrado.”
Wilde se aproxima aqui de uma espiritualidade quase franciscana: o valor do sofrimento não está em sua crueldade, mas na possibilidade de tornar-se mais humano.
4. Amor, desilusão e perdão
Grande parte da carta é dedicada à análise de sua relação com Lord Alfred Douglas — marcada por paixões intensas, manipulações, vaidade e egoísmo. Wilde acusa Bosie de ingratidão, arrogância e destruição. Mas mesmo nas passagens mais duras, não se permite ceder ao ódio. Pelo contrário, sua meta é compreender o outro, não destruí-lo:
“Eu não posso viver de ódio. É pela compaixão que vivi.”
O gesto final de Wilde é de reconciliação interior. Ao invés de um ataque ou revanche, a carta é um gesto de superação moral. O perdão, aqui, é inseparável da dignidade.
5. Cristo como símbolo estético e ético
Um dos momentos mais belos e polêmicos da obra é a interpretação de Jesus Cristo como uma figura estética e radicalmente humana. Longe do Cristo institucionalizado, Wilde vê em Jesus o artista supremo da alma, aquele que viveu a compaixão como arte:
“Cristo é a suprema personalidade do romantismo. Ele não apenas não condena os pecadores, mas considera a alma de cada pecador como algo belo.”
Essa leitura é profundamente influenciada por seu espírito artístico: Wilde vê no perdão, na humildade e na entrega não sinais de fraqueza, mas expressões da mais alta sensibilidade criativa. Ele abandona o sarcasmo e a máscara social e se vê como discípulo não do moralismo, mas do amor encarnado.
6. O artista depois da queda
A queda pública e o fracasso social permitiram a Wilde uma visão radicalmente nova da arte e da vida. Ele abandona o cinismo aristocrático, a adoração do sucesso e da forma, e abraça a ética da vulnerabilidade.
“Tudo o que é verdadeiro na vida vem através do sofrimento.”
Neste ponto, Wilde se aproxima de autores como Dostoiévski e Pascal — para quem o sofrimento tem um valor epistemológico: ele revela. A dor, quando acolhida, não paralisa; ela ensina. De Profundis é, nesse sentido, o oposto do niilismo: é um hino à reconstrução da alma.
Conclusão: A profundidade como medida da beleza
De Profundis é mais do que uma carta de amor amargo. É uma elegia sobre a condição humana, escrita no limiar entre desespero e transfiguração. Oscar Wilde, o dândi escandaloso da sociedade vitoriana, se despede do mundo das aparências e se reconcilia com o essencial: a dignidade do sofrimento, o poder do perdão e a beleza silenciosa da alma que caiu e se levantou.
Essa obra, escrita nas profundezas da dor, permanece viva porque fala de algo que todos vivemos em algum grau: o fracasso, a perda, o desejo de ser compreendido. E talvez por isso, como ele mesmo disse:
“Há um único tipo de pessoa que me interessa agora: aquela que sofreu.”
"Os olhos... ah, os olhos! São varandas onde a alma se debruça pra ver o mundo passar, às vezes choram, às vezes riem, mas sempre dizem coisas que o coração ainda não aprendeu a dizer."
O Clamor da Alma Perdida
A humanidade perece por falta de conhecimento. Nós nos iludimos com este mundo, nos afastamos de Ti, Senhor, por causa de prazeres efêmeros e desejos carnais. Preferimos viver nossas vontades, nossos próprios anseios.
Oh, Senhor, ajuda-nos a ver o Teu caminho! Ajuda-nos a seguir Tua vontade, que em nossa vida se faça o Teu querer, e em nosso coração, o Teu propósito. Que possamos, como Paulo, dizer: "Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim." Que assim se faça a Tua vontade.
O Ser Divino que Mora em Mim
No silêncio da alma, um eco desperta, um sussurro que dança entre sonho e vento. Não é palavra, nem verso, nem canto, mas pulsa vivo, ardente, sedento.
Ecoa suave no peito trêmulo, como rio que abraça sua própria nascente. Não há templo, altar, ou promessa, apenas o instante, puro, presente.
Choro e riso são sua canção, a voz que vibra no coração. No amor, na dor, na brisa esquecida, Deus se revela na própria vida.
Quem ouve, sente; quem sente, vê: Deus não se esconde, Ele também mora em você.
Tantos olhares por aí...
janelas da alma, sem fim.
Alguns curiosos, a espreitar,
outros cansados, a sonhar.
Há o brilho breve do que passa,
e o pesar mudo que se disfarça.
Olhares que julgam sem conhecer,
e os que acolhem, sem querer.
Em cada um, um mundo se encerra,
histórias contadas sem guerra.
Tantas vidas em um piscar,
tantas verdades a nos guiar.
E no meio de tanto ver,
o meu olhar, tentando entender.
Abençoados
O sopro da vida,
alma bendita,
um brinde aos espelhos e as sombras,
de joelho ou em pé,
do suor a fé,
um milagre acontece todos os dias sem ser visto.
A Alma do Pampa
O pampa, com suas coxilhas que dançam sob o céu sem fim, é mais que uma paisagem: é o coração pulsante do Rio Grande do Sul, onde a alma gaúcha se entrelaça com a terra, o gado e a solitude. Este romance mergulha na essência dessa vastidão, onde tu, tchê, vais encontrar o homem e a mulher gaúcha, muitos descendentes de imigrantes italianos e alemães, moldando suas vidas entre o galope do cavalo, o mugir do gado e o cultivo da uva que dá vida ao vinho. Aqui, o trigo e a soja florescem nos campos, testemunhas de um povo que carrega a força do trabalho e a riqueza de suas raízes.
A Vida no Pampa é a história de um gaúcho e uma prenda, cujas origens italiana e alemã trazem à pampa o eco de terras distantes: o canto das nonas, o rigor dos colonos, a paixão pelo vinho artesanal e o pão feito com o trigo da própria lavoura. O cavalo, fiel companheiro, carrega não só o peso do laço, mas a própria identidade de um povo que vive em harmonia com a natureza bruta. O gado, soberano das coxilhas, é o sustento e o símbolo de uma luta diária, enquanto a soja, com sua modernidade, desafia as tradições de outrora.
Entrelaçado a essa estória, o folclore gaúcho sussurra em cada sombra do pampa: o Negrinho do Pastoreio guia os perdidos, e a Salamanca do Jarau guarda segredos sob a terra. Este livro capta a dualidade do campo: a beleza crua da imensidão e os conflitos silenciosos de quem carrega no peito o orgulho de suas origens e a solidão de horizontes infinitos. Inspirado nas vozes de Simões Lopes Neto e no ritmo das canções nativistas, A Vida no Pampa é uma roda de chimarrão, onde o homem e a mulher gaúcha, imigrantes e nativos, compartilham histórias de trabalho, amor e resistência. Vem, tchê, senta-te, mateia e escuta o que a pampa, com sua uva, seu vinho e seus mitos, tem a te revelar.
"Quanto mais fundo cavamos em nossa própria alma, mais percebemos que o inferno que tememos não está nas profundezas da Terra, mas sim nos silêncios que habitam nossos pensamentos.
pois o verdadeiro julgamento é aquele que proferimos contra nós mesmos, dia após dia."
" A alma humana é um campo de batalha onde Deus sussurra e o desejo grita.
e quanto mais nos afundamos nesse abismo de pensamento, mais percebemos que não buscamos a verdade, mas apenas um sentido para suportar o silêncio que ela deixa para trás.”
