Alma do Guerreiro
🜂 “A alma que sangra em silêncio não é fraca. É sábia demais pra gritar onde ninguém escuta.”
Vivemos em um mundo onde a superficialidade grita, e a profundidade apanha calada.
Ser forte não é sorrir quando tudo desaba — é olhar o abismo, conversar com ele e voltar inteiro.
É aceitar que a dor não é derrota, mas depuração.
Que o caos não é falha, é fornalha.
E que os que mais curam são os que mais foram quebrados.
Quem nunca se esfarelou por dentro jamais entenderá o peso de um “tá tudo bem” dito com os olhos vazios.
Nietzsche diria que é preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela dançante.
Mas eu digo mais: é preciso morrer em si mesmo…
e renascer consciente.
Mais frio.
Mais sóbrio.
Mais livre.
A verdadeira força não faz barulho. Ela observa.
Ela recusa o papel de vítima.
Ela transforma dor em direção.
Não é sobre vencer o mundo. É sobre não se perder de si mesmo.
— Purificação
O amor é o espelho oculto da alma, refletido na essência silenciosa do nosso ser. É a chama que alimenta um poder sutil, mas que se apaga delicadamente quando a vida perde seu sentido.
Nessa imensidão de acolhimento, que banha a alma em suaves ondas, deslizam as dores que jamais deveriam habitar nosso peito — sombras que o vento gentilmente afasta, deixando espaço para a luz florescer.
"A alma se anuncia antes do som. Quem caminha com Deus carrega uma luz que antecede a fala. A presença dos que se curaram no silêncio toca corações sem precisar explicar nada."
— Purificação
"A imagem é reflexo da alma em ordem. A presença de quem domina a si mesmo fala com firmeza, mesmo em silêncio. Postura é destino. Aparência é decisão moral."
— Purificação
"O corpo é o primeiro a falar, pois carrega as cicatrizes da alma. A linguagem que antecede a fala é feita de presença, sombra e verdade não dita. Só os atentos ouvem o que não é dito."
— Purificação
545
Joelhos no chão, olhos no infinito,
A alma cansada encontra o grito.
É um clamor que não pede resposta,
Mas que permanece firme e aposta,
Que a fé vence o conflito.
Sua alma calada é uma fruta de plástico.
O agora eterno era um relógio sem bateria.
O amor sem liberdade é um homem preso ao corpo.
Uma flor que nasce do silêncio era um gesto que só o tempo entendia.
A lucidez em demasia é a distorção da realidade em estado de insanidade.
Quando ninguém a observava ela ria com os ouvidos.
A cor da ausência é transparente e quando preenchida é um prisma de arco de íris.
A lágrima interna molha a alma.
Páaa é o som do impossível absurdo.
Se a linguagem evaporasse ela nascia de novo na chuva das palavras.
Todos nós trazemos ao longo da vida espinhos na carne, dores que rasgam a alma, que nos impelem a crescer independente da ferida. Uma mãe que não sente o amor do filho, que é abandonada por ele, humilhada, maltratada, distanciada por mentiras, alienada, enfim, essa tem sua carne rasgada 24 hr por dia. Ela não foi feita para suportar isso.
Ela queria um amor que a curasse.
Ele era a ferida que aprendeu a caminhar.
Ela achava que alma bonita era alma leve.
Ele sabia que as mais belas afundam em silêncio.
Marco Aurélio teria inveja da calma dele.
Epicteto entenderia seu desprezo pelo caos.
Platão veria nele a caverna —
mas Nietzsche o chamaria de fogo.
Ele não responde com gritos.
Ele vinga com presença.
Ele não precisa vencer:
já virou a dor em destino.
Já fez do abismo um espelho —
e sorriu."**
— Purificação
---
"Enquanto uns sonham com ideias perfeitas, eu calejei a alma com os estilhaços do real. O mundo não me ensinou — me espancou. Não fui feito pra agradar, fui forjado onde ninguém sonha em pisar."
--Purificação
“A alma endurecida pela dor não se dobra; ela se arma. Quem entende a guerra interior sabe que o maior inimigo está no espelho, e que só o aço da mente pode quebrar suas correntes. É no caos que o general encontra seu trono.”
— Purificação
---
“Nem todos que caminham têm alma.
Muitos são sonhos do inconsciente coletivo,
repetições vestidas de liberdade.”
— Voz do Anjo Esquecido
CAMORRA (do espanhol):
No dicionário, significa briga, rixa, desordem. Mas na alma de um homem que não se ajoelha para o sistema, camorra é mais do que isso. É o estopim da revolta justa. É o confronto inevitável de quem se recusa a abaixar a cabeça.
Enquanto o mundo se adapta ao erro, o kamorrista escolhe o combate. Ele entende que há guerras que não se vencem com flores — mas com postura, disciplina e coragem.
A camorra, nesse contexto, não é vandalismo. É reação.
Não é desordem. É recusa à ordem podre.
O fraco foge do conflito. O kamorrista o encara como um batismo.
Porque há momentos em que lutar não é uma escolha —
É a única forma de continuar sendo homem.
Quando estiver calmo, em silêncio e só,
faça a pergunta que atravessa a alma.
O que sou para Deus.
Não espere aplausos,
nem elogios que afaguem o ego,
nem respostas que te deixem feliz.
Apenas pergunte.
e deixa o silêncio responder com a eternidade.
Pois algumas respostas não vêm com palavras,
mas com o peso da consciência e a leveza da fé.
A vingança e a implicância são atitudes autodestrutiva que envenenam a alma e aprisionam todos em um ciclo insano.
"O Chamado da Centelha"
Desde o princípio dos tempos, a alma humana carrega uma inquietação silenciosa — um anseio por algo que o mundo material não pode oferecer. Essa sede não é de prazer, de posses ou de poder, mas de lembrança. Pois esquecemos quem realmente somos.
Segundo os antigos gnósticos, vivemos num mundo ilusório, forjado por um demiurgo — uma inteligência inferior que, embora poderosa, está cega à plenitude do Espírito. Este mundo, com suas regras, dores e ciclos repetitivos, é uma prisão feita de matéria e esquecimento. Aqui, nossa essência divina — a centelha do Pleroma, do Todo — foi aprisionada em corpos de carne e moldada por crenças limitantes.
Mas dentro de cada ser humano, ainda brilha essa centelha. É ela que sussurra em meio ao caos. É ela que nos leva a questionar o sentido da vida, a não aceitar o sofrimento como destino, e a buscar — ainda que sem saber — o retorno à Origem.
O Gnosticismo não nos convida a crer cegamente, mas a conhecer. A gnose é um despertar interior, uma revelação íntima que rompe os véus da ilusão. Quando buscamos dentro, além dos dogmas, além das formas, encontramos aquilo que é eterno: a verdade viva, que estava oculta em nós desde antes do tempo.
Conhecer a si mesmo é lembrar-se de Deus — não o deus deste mundo, mas o Deus verdadeiro, sem nome, sem forma, além de toda dualidade.
E quando despertamos, deixamos de ser peças no tabuleiro. Tornamo-nos filhos do Alto, conscientes da missão de libertar nossa luz e ajudar outros a fazerem o mesmo.
Pois o caminho da gnose é solitário, mas não é egoísta. O verdadeiro iniciado não se eleva para fugir do mundo, mas para transfigurá-lo — com compaixão, consciência e verdade.
E então, ao reencontrar a Luz que jamais nos abandonou, compreendemos: nunca estivemos realmente perdidos. Apenas adormecidos.
