Alma do Guerreiro
Joguei-me dentro do vão da alma, enquanto contemplei cuidadosamente um sudário de sombras. Por um instante, considerei a hipótese de ouvir alguém gritando meu nome. E certamente, alguém gritava meu nome. Prossegui ao leste, admirando os cacos que surgiam no chão. Depois de duas horas, descobri meu próprio ser aprisionado num gancho, feito uma verdadeira marionete humana. Seu rosto estava coberto por uma pele de tristezas e costurado por medos. As costuras sangravam, enquanto eu pensava… coitado, apenas outra vítima da vida. Assustador? É pode ser. Mas antes de julgar eu sugiro que faça uma coisa: tente olhar para si mesmo…
As palavras adoecem e destroem alguém, assim como podem reviver uma alma. Palavras podem derrubar as paredes da raiva e da culpa, causando arrependimento. Portanto, seja gentil ao proferir qualquer sentença, a língua se arrasta pela eternidade e o fardo pesa diante de uma tragédia. Palavras sem vida falam, e às vezes, elas estão certas.
Um dia você perceberá que quem te ignorou e você tanto se importou, na verdade, não era a alma gêmea da sua vida. Um dia você descobrirá que para ser feliz com uma pessoa, é preciso, acima de tudo, não precisar dela. Um dia você entenderá que a pergunta “há vidas sem valor” nunca fez tanto sentido antes. Um dia você olhará para o espelho e se perguntará o que aconteceu - odiando a si mesmo. Um dia você saberá que o entendimento sufoca e a vida se vai. Enfim… Um dia você aprenderá a renascer com a respiração tortuosa do tempo.
Revelações
O poeta vive seu sonho
E, livre, em cada palavra
Revela sua alma.
E lê, e ouve, e vê.
Sua razão, atenta, pondera
E lhe determina o caminho.
Ele, observador,
Percebe as sutis minúcias
Expressas em cada letra.
Mas não pode interferir
Na ordem vital do universo,
Ainda que tanto quisesse.
(Versos Livres de Luiz A Vila Flor)
A inocência esta na pureza da alma de quem a tem ,na esperança de alcançar um lugar próximo ao infinito da liberdade onde nada se contra põe a felicidade.
Tempo demais no ramo pode entorpecer a alma e acabar com a sensibilidade e a capacidade de servir bem.
Existem belezas profundas, que nascem e florescem na alma, onde em poucas pessoas, poderam encontrá-las.
O amor nada mais é do que um sentimento maravilhoso que nasce no coração e nós transborda a alma. Ele nos embriaga de carinho e nos enlouquece de desejo, pois perdemos a calma em quanto sentimos o prazer de ser amado de corpo e alma....
Enquanto isso, vou desenhando um amor na esperança que ele um dia saia do papel, crie forma e venha viver comigo essa doce realidade.
O guia celeste, a alma reflete, não sei se aparece, no momento de prece
então espere, saiba aguardar, tua vida, tua história irão desenrolar, não deixa os pensamentos te afogarem, use uma boia, que te puxe para a superfície dos egos humanos, nessa vida, só vai conseguir voando.
Seja um pássaro, seja um gavião, seja uma astronave seja um furacão, destrua todas as possibilidades, mais construa em dobro, prepare o teu futuro para o começo do mundo novo.
Alma Viajeira
E perguntei-me ao fim da longa viagem:
- E agora aonde irei ter se, novamente, tiver de prosseguir noutros caminhos
a viagem sem fim na qual perdendo
me vou para salvar-me desde o início?
Que hei-de fazer de mim sem mais andança, eu, que caminho; sou, mais que pousada?
Eu que sou, no que sou, um ser em viagem e que às vezes me sinto o mais das vezes não um ser a mover-se em espaço e tempo, senão que a passagem mesma do ser móvel?
Assim aonde irei ter se esta viagem acaba para mim, que não termino e que vou, pela minha alma, sempre adiante?
Sei que sempre haverá novos caminhos, alma assim viajeira, assim inquieta que sempre além se põe de onde há chegado.
Mas aonde irei ter, já finda a viagem, quando me for à aventura dos caminhos?
E a minha própria alma viajeira
– feita de inquietação e movimento –
a minha alma, que os pés de vagabundo não deixam se detenha nas pousadas onde o senso de estar se recupera,
é ela própria, a minha alma, que me fala, no profundo silêncio, a mim, que a escuto.
Aonde irás ter, perguntas, se de novo tiveres de seguir outros caminhos
no fim desses caminhos já seguidos?
Pois bem sabes que aquele que viaja
não no espaço de fora e no extensivo tempo de humana seiva carecentes
senão no Espaço e Tempo, substâncias
e ritmo do Amor que a Vida move,
esse viaja sempre, embora às vezes pareça repousar, como o pareces agora que, no entanto, mais sem termo,
mais estranha e esquisita e pura viagem
é a que estás a fazer pelas infindas, silenciosas águas das paixões obscuras
de que se faz a vida e a vida criam,
que parar não te deixam um só instante, aspirações que são de eternas formas ideais e divinas que te arrastam
como exemplares causas de teus sonhos para além do que és, ao infinito
do teu querer, que é o teu destino de homem.
Aonde irás ter, se o fores?
Que adianta perguntares agora, alma viajeira?
Não saberias nunca. A estrada chama,
a alma chama, os pés chamam, a vida chama.
Andar, sair, caminhar sempre – é isto
o que tens a fazer, eterno peregrino,
e o que sempre em agonia vens fazendo na insatisfeita busca de ti mesmo.
Vai, pois, sem nem saber aonde caminhas. Ainda sem roteiros indagares.
Que o mistério da vida, que a beleza
da vida só se dá, gratuita e plena,
a quem, andando sempre, ama a Viajem porque a Viagem é a estrada
e a Estrada é a Vida.
O poeta vai lapidando as palavras escondidas na alma.Sai, anda sozinho por ruas desertas só por sair!!! Olha a lua surgindo por detrás de uma nuvem iluminando o rosto do poeta,que aos poucos se aquieta....
"Que a minha força tenha a mesma disposição que a minha alma, para tornar reais os sonhos que trago aqui dentro...".
Quando uma alma se encanta por alguém ela não se cansa daquela presença. Ela quer repetidas vezes até transbordar de felicidade. Uma alma sabe exatamente onde se abrigar, onde fazer seu pouso, seu porto. Nunca se engana. Sente o momento em que encontrou seu sorriso preferido, seu abraço mais confortável, a presença mais almejada. Almas não erram. Somos nós que a impedimos de nos direcionar ao infinito amor. A plenitude do ser. A paz.
Além dos sonhos
Coração dispara, pensamento viaja; notas que me levam aonde minha alma deseja descansar. Nas asas do vento, nas ondas do mar, na paz dos bosques e das campinas, no brilho das estrelas e nos raios do luar. Devaneios me levem para o paraíso, onde possa estar em paz, e a realidade não me impeça de viver, amar e até quem sabe por um instante poder
sonhar.
Tem dias que a nossa alma sorri...
Tem dias que nossa alma chora...
As vezes um desejo guardado no peito...
Uma vontade de ser o que realmente se é ou então apenas ser.
Almas de abundância....
Livres...
Ricas de amor...
Paz...
Sensibilidade...
Sempre a frente nas adversidades...
Domina seus medos...
Espera em Deus ...
E age...
Almas que se buscam...
Que se encontram...
Se conhecem....
Muito além do aqui e agora...
Até de antes...
Almas em sintonia...
Buscando...
Vivendo...
Amando!
O que é verdadeiro!
O que é puro!
O que é constante!
Revigoram se!
Conectam!
Sua luz...
Minha luz....
O Amor!
Irlen Benchimol
Alma Bailarina
Elaborada sob a ponta dos pés
Riscando suavemente
O piso com a delicadeza,
Suavidade e paixão.
Num movimento de mãos
Atinge o topo da montanha
E contempla a imensidão.
Logo em seguida,
Rodopia dizendo que
Em todas as direções
Se encontra um alvo
A ser tocado.
Em cada passo ensina
Que a grandiosidade
Se encontra na naturalidade
De se entregar
De corpo e alma
Assim que dança.
Poetiza da noite
Com tinta do coração
Esprime palavras
vindas da alma.
E assim como a música
Suave aos ouvidos de cada um,
Com delicadeza invade
E atrai a calmaria.
Na balança das emoções,
É o desequilibrio constante,
O abraço entre a tristeza e a alegria.
De versos que choram,
Poemas que acalentam,
Mil facetas de um único rosto.
O baú que revela os tesouros
Escritos a mão em sua mesa,
Ou talvez diante de uma tela,
E do mesmo modo,
Mensageiro das reliquias,
Viajante do tempo, evangelista do amor sublime,
A rosa vermelha e a mais negra também,
A valsa e a marcha funebre,
O dia e a noite,
O corpo, a alma e o coração.
Traz os telegramas aos remetentes inesperados
E encanta-os em sua escrita.
Verdadeiro porta-voz da compreensão do incompreendido.
Cada verso é como um filho
Que dá a luz
Pra você,
Compositora da casa das sentimentalidades
Desenhadas em letras
E através despertar aquele feixe de luz no peito desacelerado, secar os olhos que refletem o peso da magoa, ou fazer transbordar por essas janelas do intimo que não aguenta mais.o peso.
Poetiza,
Põe palavras que eterniza.
Trago luas em xícaras de neve,
lágrimas de sabão
que me lavam a alma.
.
Dou nós na água
e corto as pontas da minha mágoa.
Na imensidão do céu faço caminho,
pra não esquecer que sonhos
estão no alto e é lá que devo ir.
Tenho algodão doce no peito,
pra nunca esquecer de amar.
Não sou criança,
nem louco,
mas um inventor de teorias,
de casos, de sonhos.
Viajo além dos limites naturais
porque o universo me fez assim.
