Agua Azul
O mecenas não será aquele que olha com indiferença um homem a debater-se na água, e depois lhe prodigaliza uma ajuda embaraçosa mal ele chega à margem?
Se um espírito contemplativo se deita à água, não tentará nadar, procurará, primeiro, compreender a água. E afogar-se-á.
“O amor é abstrato demais, e indiscernível. Ele depende de nós, de como nós o percebemos e vivemos. Se nós não existíssemos, ele não existiria. E nós somos tão inconstantes… Então o amor não pode não o ser também. O amor se inflama, morre, se quebra, nos destroça, se reanima… mas reanima. O amor talvez não seja eterno, mas a nós ele torna eternos… Para além da nossa morte, o amor que nós despertamos continua a seguir o seu caminho.”
Quanto mais eu digo
Que não sinto nada
Mais e mais eu me deixo
E desabo em um penhasco infinito
De puro sentimento
Despertar
Todo o meu medo
Todo o meu horror
O frio
A dor
Toda minha angústia
E meu tormento
Do ócio ao ódio
Virando desprezo
Tudo parte de mim
E talvez
Nada esteja errado
E todo o mal que eu enxergo
Estava todo em mim
Enterrado
A tragédia é o inevitável. Não podemos escapar, não importa como. Trata-se da eternidade do ser vivo.
Sinta
Não há porque tentar
A fuga é inevitável
Todos os caminhos
Todas as escolhas
Nada pode evitar o único destino possível
Não importa o sentimento
Não importa o quanto doa
Você precisa fechar os olhos
Precisa viajar em você mesmo
Precisa saber
Não a porque mentir
Você precisa
Sentir