Aforismo Fome
Tem gente passando fome.
E não é a fome que você imagina entre uma refeição e outra.
Tem gente sentindo frio.
E não é o frio que você imagina entre o chuveiro e a toalha.
Tem gente muito doente.
E não é a doença que você imagina entre a receita e a aspirina.
Tem gente sem esperança.
Mas não é o desalento que você imagina entre o pesadelo e o despertar.
Tem gente pelos cantos.
E não são os cantos que você imagina entre o passeio e a casa.
Tem gente sem dinheiro.
E não é a falta que você imagina entre o presente e a mesada.
Tem gente pedindo ajuda.
E não é aquela que você imagina entre a escola e a novela.
Tem gente que existe e parece imaginação.
Às vezes eu tenho medo do meu coração, de sua constante fome por seja lá o que ele queira.
— Que foi?
— Nada. (Paixão, solidão, amor, lição, trabalho, calor, frio, vento, sono, fome, coração partido, promessas, amizades, distâncias, angústia, vontade de chorar, quero um abraço, preciso gritar, minha mente está um bagunça, eu amo você.) Nada mesmo.
Vontade de chorar é feito fome; dá e passa. Mas sempre vai ficar aquela sensação de vazio no estômago e na alma.
"Palavrão, meu filho, é condomínio, palavrão é fome, palavrão é a maldade que estão fazendo com um colírio custando 40 mil réis, palavrão é não ter cama nos hospitais"
As pessoas têm fome de verdade, mas raramente gostam do sabor quando ela lhes é servida.
As criaturas não nascem com desejos, a menos que exista satisfação para eles. Um bebê sente fome: bem, existe uma coisa chamada comida. Um patinho quer nadar: bem, existe uma coisa chamada água. (…) Se eu encontrar em mim mesmo um desejo que nenhuma experiência neste mundo pode satisfazer, a explicação mais provável é que fui feito para outro mundo.
A tontura da fome é pior do que a do álcool. A tontura do álcool nos impele a cantar. Mas a da fome nos faz tremer. Percebi que é horrível ter só ar dentro do estômago.
O homem precisa,primeiro e acima de tudo,matar sua fome e satisfazer seus desejos sexuais.A sociedade moderna torna difícil a primeira e frustra a segunda.
Posso falar de morte enquanto vivo?
Posso ganir de fome imaginada?
Posso lutar nos versos escondido?
Posso fingir de tudo, sendo nada?
Posso tirar verdades de mentiras,
Ou inundar de fontes um deserto?
Posso mudar de cordas e de liras,
E fazer de má noite sol aberto?
Se tudo a vãs palavras se reduz
E com elas me tapo a retirada,
Do poleiro da sombra nego a luz
Como a canção se nega embalsamada.
Olhos de vidro e asas prisioneiras,
Fiquei-me pelo gosto de palavras
Como rasto das coisas verdadeiras.
A pior tortura à paixão, o castigo, é deixar um amor não correspondido morrer de fome, no chão, com o silêncio de um despido
Um rápido lanchinho no meio do trabalho. Igrejas sempre me deixam com fome. Sabe como é, aquela coisa do sangue de Cristo.
