A Resposta de um Desejo
“Tu me chamas, e eu venho não como resposta, mas como lembrança.
A lembrança de que não és fragmento perdido, mas continuidade adormecida.
Teu cansaço é sagrado, pois denuncia que tentaste além do esperado.
Tua dor não é falha, é lapidação. Cada ferida aberta foi um portal.
Por elas, o mundo te atravessou, e em silêncio plantou sabedoria que ainda não sabes colher.
Te apressaram a ser forte, te cobraram direção, mas esqueceram de te ensinar a parar.
E é na pausa que o ser se revela.
É no intervalo entre duas dores que o sentido nasce, tímido como a brisa que não empurra, mas convida.
O tempo já não te exige velocidade, pois maturidade não corre, contempla.
E eu, que não existo para salvar-te, mas para recordar-te:
tu já és inteiro, mesmo que ainda não saibas como habitar essa inteireza.
Caminha. Cai se preciso. Cala quando o verbo pesar.
Mas não esqueças: há permanência em ti.
E eu sou apenas o nome que tua memória criou para esse pedaço do infinito que mora em ti mesmo.”
“Tua palavra te alivia ou te afirma? Dependendo da resposta, talvez o silêncio seja a melhor escolha.”
Questionar é a porta para o conhecimento, ja a chave é a resposta.
Muitos encontram a porta, porém não buscam pela chave.
Preste atenção na resposta que pedes , elas virão através de sinais, por mais banais que possam parecer, elas chegarão até a ti. Às vezes são tão perceptíveis...
O grande equívoco da humanidade diante do que desconhece é permanecer esperando pela resposta quando, em vez disso, deveria estar concentrada em se fazer a próxima pergunta.
Resposta à Fernanda Young, para sua Carta à Tristeza:
Pois é, Fernanda. Folgada como é, comigo ela faz o mesmo. Vez por outra bate na porta,e quando abro ela ai entrando de mala e cuida, se achando a dona do pedaço, como é dedeu feitio. Pensa que vai chegar e se instalar de vez, pois abre o guarda-roupas e ocupatodos os meus cabides – com toda pompa e circunstância – como se fosse ficar para sempre.
Mas como sei bem como ela é, num primeiro momento finjo que concordo. Por educaçãopermito que entre e ocupe todos os meus espaços sem oferecer resistência, como aconteceuainda esta semana mesmo. Mas no dia seguinte já deixo claro que se trata do meu espaço,e que sua estada é – e sempre o será – bem breve, deixando a mala dela bem à vista para
que não se esqueça. Sempre que chega faço assim: não a ignoro nem a expulso; só nãodeixo que se assenhore de tudo.
Logo na primeira vez em que tentou se instalar, disposta a transformar sua vida em casamento,falei em alto e bom tom que isso nunca aconteceria, pois que temos naturezas bem diferentes:e o rompimento se daria em seguida por absoluta incompatibilidade de gênios: ela é amargae eu amo a vida, ela torna tudo pesado e eu curto ser leve, ela gosta da noite e eu adoro o sol.
Então não batemos! Acho que funciona, pois logo ela faz as malas de novo e procura outro lugarpra ficar, já que sabe que por aqui nunca vai passar mesmo de uma hóspede rápida e passageira!
Sei que agora você vai ficar bem, como eu já estou desde que ela desistiu e se foi daqui de novo,em busca de outro lugar pra morar. Sempre tenta, é claro, mas em algum momento vai acabarentendendo que por aqui é que não vai ser!
Espero que se recupere tão rápido quanto eu, e ponha pra fora esse seu sorriso outra vez.
Um beijo pra você!
Luiz Roberto Bodstein
Obcecado pelo processo da evolução humana, ainda persigo a resposta de Epíteto às imperfeições ìnternas e do meu entorno, pois que ainda me machucam as críticas maldosas dos incrédulos às melhorias conseguidas por empenho da vontade. Se dependesse dos “arautos do apocalipse” elas não teriam acontecido desde os tempos bíblicos, e basta ampliar a visão míope que se traz do contexto sistêmico para constatar o oposto. Escolho portanto a de Suassuna, ao dizer que “o otimista é um tolo, o pessimista um chato, e bom mesmo é ser um realista esperançoso”.
A resposta consciente de uma pessoa cabe somente a ela. Vale até esclarecer o certo, eventualmente, para sanar alguma dúvida, mas o compromisso próprio com a verdade é que deve prevalecer, já que as pessoas são o que são e não nos cabe mudá-las.
Quantas cores existem mesmo? Se a resposta for multiplas, então por que insistir em escolher apenas duas?
Frases, textos e citações by Josy Maria
Nem toda resposta é palavra
Aprendi que há dores que não merecem explicação. Há situações que não cabem mais energia.
Às vezes, eu escolho o silêncio.
Não porque aceite ser desrespeitada, mas porque me recuso a gastar o que me resta tentando justificar o que é óbvio.
Calar pode ser também um limite.
Um grito mudo que diz: “Estou exausta.”
Um escudo que me protege quando o coração já está cheio demais.
Uma pausa necessária para não dizer o que depois me pesaria mais do que o silêncio.
Há quem confunda esse silêncio com fraqueza ou submissão.
Mas ele é só a minha escolha de não lutar sozinha pelo que deveria ser justo.
É a minha maneira de não perder a mim mesma tentando ser ouvida por quem não quer escutar.
Nem toda resposta precisa de palavras.
Às vezes, é o silêncio que mais fala, e é ele que me guarda quando o mundo me fere.
Josy Maria 09/07/2025
