A Beleza da Lua
Quando tua língua suave
tocou minha feminilidade
senti arder como chama acessa
tremer em tuas mãos foi único
me perdi no céu da libido
atravessei o oceano das sensações
e pra ser sincera amor
em um outro tal momento
pretendo repetir a dose.
Ainda te espero, todos os dias, as mesmas horas, com seus discos favoritos, com seu vinho preferido, mesmo sabendo que você não vai voltar.
Retrato II – Poema escrito em considerações ao Poema RETRATO de CECÍLIA MEIRELES
Eu era assim, como você
E nunca me vi tão longe do que já fui antes
Do que sou agora
Diga-me o que aconteceu com o tom
Do meu cabelo, da minha pele
A cor dos meus olhos já se apagara
Onde eu estava que não enxerguei essas mudanças?
Porque tive eu de fugir para não ver tais marcas?
Já me chamam de Senhora e me sinto tão invisível
Ao mesmo tempo que me vejo tão presente.
Como posso ter mudado tanto
E não ter morrido como sempre desejei
No memento instante, no tempo ausente.
Leve e Quente –
Teus seios quente
Tua pele roçando a minha
Me deixa sem equilíbrio
Como é erógeno a curva das tuas nádegas
E me arrepia a alma
Passar a minha língua
Sob teu corpo
Venha minha amada
Deite-se ao lado daquele que treme de desejo
Ao avistar seu corpo despido
Renda-se ao nosso prazer
Como é celestial tocar-te
Firme, forte e com paixão.
Olhando para o céu
Volto-me sempre para dentro de mim
Tento olhar-me claramente
Sem embaraços
Às vezes o que eu vejo
Não agrada o outro
O que vejo no outro
Não me agrada
E estando sozinho
Não corro o risco de ser desagradável
Que vire pó- Poema escrito sob considerações da música MINHA MORTE de RAUL SEIXAS
Que vire pó e o vento leve
Toda mágoa, toda tristeza, toda dor
Que vire cinzas no cinzeiro
E o vento leve
Toda doença, toda fonte de morte
O câncer instalado na alma
Que vire poeira
E o vento leve
Toda mentira que nos cega
Toda gente que nos odeia
O mau olhado alheio
E que o pó levado
Alimente o vício de algum homem
Que como eu já experimentei do mais puro
Que as cinzas sejam queimadas
Depois de roubar a vida
Do homem que não conseguiu apagar o cigarro no cinzeiro
E toda essa poeira
Seja levada ao fundo do mar
Para guardar em segredo os altos e baixos
Que a vida nos dá.
Para/ George Henrique Bastos.
Sozinho
Já estive no meio da multidão onde muitos diziam – se irmãos, onde mais existia amor foi onde senti uma das piores dores. “Eis que com o ferro fere com o ferro serás ferido”, fere o coração, fere à alma.
Sempre ouvi que é impossível ser feliz sozinho, que a vida é sempre cor de cinza quando não temos alguém para dividir alguns momentos em bons dias.
Sim, já estive acompanhado de pessoas agradáveis, desagradáveis, parceiros leais e desleais, a busca de nunca se sentir sozinho me fez engolir muita coisa a seco, no entanto, sempre fui desses que se entrega a fundo se for para amar por completo, ou até decepcionar-se por inteiro.
Estar sozinho consigo faz parte, parte de um autoconhecimento, e por mais que seja tão angustiante e solitário, de fato ser sozinho não nos traz nenhuma felicidade, mas um desafio de conviver com nossas próprias virtudes e defeitos. Ser sozinho não é uma escolha, afinal, ninguém quer estar sozinho nos momentos de frio, de indecisão, de calor humano.
Viver sozinho pode ser uma consequência dos rumos que a vida nos leva, isso faz com que cometamos alguns deslizes que pode nos custar caro.
Muitos dizem que é bom estar só, outros já pensam o contrário, e são tantas afirmações que chega a ser difícil se encaixar em uma delas.
Volto para dentro de mim e me olho sem embaraços, ás vezes o que vejo não agrada o outro, o que vejo no outro não me agrada, e vivendo eu consigo mesmo não corro o risco de ser desagradável.
E como já disse, estive na companhia de vários, e hoje tenho estampado na pele a traição de muitos.
Sei que dói estrar sozinho
Dói mais ainda estar na companhia de quem nunca teve paz.
Dói ser frio
Dóis mais ainda entregar-se por completo a quem nunca esteve inteiro
Dói ser alegre
Dói mais ainda quando doamos um sorriso a quem não sabe recebê-lo
E por mais que doa tudo isso, o que dói mesmo é comparar- se a quem não deve.
A cada dia sobrevivo com meus cigarros e minhas besteiras.
Poema Excêntrico I
Talvez tu cigano da meia noite não sentiu o tempo passar
Cantarolava noite e dia sem parar
Embora sejas tu um belíssimo sabiá
O tempo parece não esperar
Ó Poeta adornado, embora hajas calado
Uns são anjos outros palhaços
E é difícil inventar-te um oficio
É que desde o início tu és um mistério sem destrincho
Que o vento sempre traga o aroma dos teus cabelos para embriagar as rosas do campo
O lírio das tuas expressões mostra-me a lisura nos teus atos
Te fotografei
Te ponho no retrato.
Poema Excêntrico II
Não temas a rapidez do tempo
Este não tem rédeas
E quase sempre é pontual
Embora a velhice se aproxime
A juventude permanece sem rumo
No paralelo dimensional.
Poema Excêntrico III
Permaneças firme que o desiderato serás alcançado
Desenhe cada traço do mapa que será usado
E busque sempre a sombra
Pois do teu brilho ela precisa, sereno.
Poema Excêntrico IV
Tu viras noites como o dia que escurece e amanhece
Leva uma vida de boêmio com sutileza
É de um exato sorriso
Mas de um olhar incógnito
É contraditório se dizer ínfimo quando se és grande
És um macho tímido
Alvo como luz que reluz na escuridão
Não, teu cabelo não assusta
E tua conduta é tão pura
Que não há medo de aproximação
Tu és de mistérios absurdos
De um olhar vivo para o mundo
Talvez tua timidez de não insistir em pequenas coisas ou grandes
Seja medo de alcançar o inalcançável
É que de fato és raro o ínfimo se tornar visível.
RASO
Você fala em cortar o mal pela raiz
Fala em desatar nós
Cortar laços, relações
Virar o rosto, ver defeitos
Falar do outro
Fala que não se importa
Mas se ver uma porta aberta, qualquer brecha, quer logo entrar.
Aponta o erro alheio
E se diz sempre acertar
Aquela pequena pedra no meio do caminho
Virou muralha a te incomodar
Mas tente ir mais fundo
E gaste tempo com coisas grandes
Deixe de alimentar sua alma de desamor
Cresça e amadureça
Pois você ainda é muito raso.
é domingo
o carro que dá partida é o mesmo há alguns anos
o caminho é quase o mesmo
a mesma estrada
os mesmos lamaçais
os mesmos vira-latas nas calçadas
as mesmas bicicletas
talvez sejam os mesmos os homens que ali vendem abacaxis
a senhorinha da barraca de verduras
ainda é a mesma
O paradoxo da pobreza material
e da riqueza
daquele ar romântico
e meio bucólico
são os mesmos
as mesmas galinhas nos quintais
o cavalo que puxa a carroça
o pasto
o curral
o Sol que reflete na vegetação
o trem que anuncia passagem
todos ainda são os mesmos
entro pela mesma porta
encontro ali
a mesma poltrona
a TV ligada no mesmo canal
o mesmo café
o mesmo bolo de fim de tarde
a rotina é a mesma
um passeio pelas plantinhas da varanda antes de pôr a mesa
uma indicação de um remedinho pra tosse antes de partir
exatamente a mesma Helena
exatamente o mesmo João
eu, que há muito já não sou a mesma
minha cor preferida já é outra
já não leio a mesma coleção de livros do Pedro Bandeira
já não vejo mais os filmes de antes
e a cada instante mudo um pouco mais
conservo exatamente a mesma vontade
de que aquilo contrarie o tempo e a natureza
e permaneça
naquele mesmo vazio de grandes construções
atrás daquele mesmo trilho de trem
e que a cada domingo que a vida guarde
baste atravessar a mesma estrada
o mesmo lamaçal
e aquele amor continuará ali
exatamente o mesmo
desde o meu primeiro abrir e fechar de olhos
há vinte e dois anos atrás
Meu bem, não me mostre seu valor "real". Mostre-me seu valor ideológico, valor interior, valor que me interesse. Seu dinheiro não me compra, mas sua inteligência me conquista.
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