Voz
Eu escuto tantas músicas, e no fundo a sua voz perciste nelas. Eu convivo com tantos ideais, com tantos sonhos e parece que no fundo, eu te enxergo fazendo cada coisa pequena e com uma importância enorme, comigo. O que eu sinto agora, ninguém precisa entender. O que eu estou sentindo ninguém precisa sentir para crer. Porque sinceramente? Impossível conseguir compreender sentimentos mortos que renascem das cinzas, quando você menos espera. (amandp)
Quero que alguém me acompanhe, alguém com cabelos, com olhos, com alma
Quero alguém sem voz, sem tom, alguém com coração, sem regressão
Pessoas terrestres que acreditem em sonhos, pesadelos, medos
Eu preciso sair daqui, me mudar pra lá
Descansar apenas para depois me cansar
Alguém quer me acompanhar ?
As vezes quando estou andando ouço uma voz, tento segui-la, mas quando vejo, já é tarde, ela já desapareceu...
De longe o som da voz de Pedro ecoava nos ouvidos de Mirtes, que cozinhava para si mesma a refeição da solidão, gritaste para dentro de seu velho coração uma emoção do reencontro. Largou ao fogo as madeiras e as pretejadas panelas de barro e correu até o quintal e com um brusco movimento se encharcou de água suja do Rio das Mortes, entrou para dentro de seu simples barraco e vestiu o seu melhor vestido de algodão cru que a própria teceu em noites de espera por Pedro, passou carmim em seus fartos lábios e tapeou sua mórbida face com a esperança de estimular alguma cor menos pálida, lá estava ela pronta. A voz do homem amado foi se esvairindo pelo canavial e na angústia saiu com pés descalços a procura da figura desejada, cansada volta lentamente, como se não acreditasse que o havia perdido outra vez em noite de lua cheia. O que Mirtes não se dava conta é que o seu eterno amante estava em descanso eterno nos fundos do paiol.
COLISÃO
De repente...
tudo se rebela.
O tom da voz.
O canto grave.
A tinta da aquarela.
O frio do estribilho.
O som da pausa.
O fio da navalha.
No meio do corte...
palavras cirúrgias.
O veneno.
O antídoto.
As “palavras sujas”,
na saliva salgada,
que escorrem e ardem
pela boca ensanguentada.
Seu corpo não me esquentou essa noite, sua voz não me vez dormir, e seu perfume era forte, enjoativo, era cheiro de álcool. Você me pegou nos seus braços, mas pra mim, não era seu corpo que estava me abraçando, pela primeira vez eu não quis estar do seu lado. Você veio me beijar a boca, eu tentava desviar, mas a minha força em relação a sua não era nada. Você me apertava e me machucava, e não parecia se importar, eu chorei baixinho a noite, na esperança de você ouvir, mas o único som que você podia ouvir era o da inconsciência. Suas palavras saiam mentirosas, saiam sem nexo, seu ''eu te amo'' nunca pareceu tão ofensivo. Não era a minha vida que estava ali, não era o meu amor, era alguém sem sentimentos, sem escrúpulos, que não lembrou que eu existia, que eu cuidei até o fim da noite. Nem dormindo parecia você, era só alguém que eu queria manter longe de mim, eu vi em você a pessoa que mais me machucou, fisicamente e psicologicamente em toda minha vida. Você fez meu chão se abrir e me deixou cair lá dentro, apesar de tantas vezes eu ter segurado você.
Você me machucou, você me matou, você matou o que tinhamos, e eu não entendo por que...
O sal das horas começa a corroer a voz.
Mais isso nunca foi motivo para aflição.
Ainda posso falar com os dedos...
Sorrisos nos lábios. Lágrimas no olhar. Clareza na voz. Coração partido, coração pulsando. Olhar fixo. Mais uma vítima de amor.
Que se afaste cada vez mais distante. Assim não notarei teus olhos, não ouvirei tua voz e o tempo se encarrega de me esquivar dos delírios.
Às vezes não queremos ouvir a voz do coração e passamos a seguir a voz da razão, mas a voz da razão nos trai e passamos a dar razão a voz do coração.
Não posso mandar no meu coração se você é minha expiração.
Diz não te julgar e muito menos criticar, mais enfia o dedo na sua cara querendo te matar, voz alta e raiva no olhar.
É incrível como só a voz de uma pessoa que já te fez bem,pode estragar seu dia depois de certas situações.
